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>O Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism of Emily Rose, 2005)

publicado em:8/12/05 11:56 AM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Nos primeiros 30 minutos de “O Exorcismo de Emily Rose”, de Scott Derrickson, quase nenhum elemento do filme irá remeter ao gênero de terror. Durante este tempo, Derrickson se dedica a apresentar a história do filme: o julgamento do padre Richard Moore (o ótimo ator inglês Tom Wilkinson), que está sendo acusado pela morte de Emily Rose (Jennifer Carpenter, que retrata com perfeição os momentos de possessão de sua personagem), em decorrência de um ritual de exorcismo liderado pelo padre.

A partir do julgamento do padre Moore, começaremos a conhecer melhor os acontecimentos que o levaram ao tribunal. Por meio de flashbacks, a história de Emily Rose nos é contada. Nascida em uma família de católicos devotos, Emily sempre sonhou em ser professora. Aos 19 anos, quando já estava na universidade, Emily começa a ter estranhas manifestações. Os médicos não conseguem entender o que se passava com Emily – alguns dizem que ela sofre de epilepsia, outros acham que ela é esquizofrênica. Sem encontrar respostas concretas na ciência, Emily e sua família decidem se apoiar na fé e é nesse momento que o padre Moore irá entrar em contato com a nova realidade na qual Emily está vivendo.

Baseado em fatos reais, “O Exorcismo de Emily Rose” é um filme que utiliza muito bem a temática do bem versus o mal. O filme é cheio de conflitos nesse sentido. Além do óbvio (padre Moore X os demônios que habitam o corpo de Emily), “O Exorcismo de Emily Rose” traz outra batalha bem mais sutil: a que se dá, nos tribunais, entre o promotor Ethan Thomas (Campbell Scott) e a advogada de defesa Erin Bruner (a excelente atriz Laura Linney). Thomas é “um homem de fé”. Já Erin não acredita em uma força superior. Durante o julgamento, os dois irão passar por profundas transformações, nas quais a fé nas possibilidades se torna mais forte do que a inflexibilidade dos fatos.

Como já foi mencionado, “O Exorcismo de Emily Rose” é um filme feito de poucos momentos de muito terror. Ao contrário de outros filmes de suspense, ganha a sua força justamente nas cenas dentro do tribunal. Essa mistura de gêneros foi uma idéia muito inteligente e reforça um dos elementos que “O Exorcismo de Emily Rose” tem de melhor: o roteiro. Uma das falas que mais escutamos no decorrer do filme é a seguinte – dita pelo padre Moore: “eu só quero contar a história de Emily Rose”. Essa é a grande mola propulsora do filme. E, no final, a impressão que se tem é a de que ela foi muito bem contada.



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