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>Wolf Creek – Viagem ao Inferno (Wolf Creek, 2005)

publicado em:10/03/06 11:08 AM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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O roteiro do suspense “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”, do diretor Greg McLean, além de ser baseado em fatos reais, tem como premissa fundamental uma estatística altamente verdadeira: 90% das pessoas que desaparecem na Austrália são encontradas em um mês, enquanto os 10% restantes nunca serão encontrados. No caso particular de “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”, os roteiristas preferem dar um enfoque na taxa percentual menor para contar a história de três mochileiros: o australiano Ben Mitchell (Nathan Phillips) e as turistas inglesas Liz Hunter (Cassandra MaGrath) e Kristy Earl (Kestie Morassi). Os três fazem amizade em uma praia da Austrália e decidem ir juntos em uma viagem de duas semanas pelo país, com uma parada rápida para conhecerem o Parque Nacional Wolf Creek, que abriga a segunda maior cratera do mundo, e fica localizado no coração do país australiano, em uma área completamente isolada do mundo.

A estrutura narrativa adotada pelo diretor Greg McLean para contar a história de “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” acaba dividindo o filme em dois momentos distintos. O primeiro deles acontece durante a primeira hora do filme, quando o diretor privilegia o relacionamento que se estabelece entre Ben, Liz e Kristy. Como qualquer jovem em férias, o trio prefere se dedicar a muita diversão e muita paquera; e só interrompem os momentos de farra para irem conhecer a cratera de Wolf Creek, um lugar que se revelará fascinante e deslumbrante.

É justamente quando Ben, Liz e Kristy decidem continuar a sua jornada de duas semanas pela Austrália que “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” dá uma virada e entra no seu segundo momento. A visita à cratera de Wolf Creek termina cheia de mistério, quando os três amigos notam que os seus relógios e o carro no qual eles estão viajando pararam de funcionar repentinamente. Os três entram em pânico, mas logo se acalmam quando recebem a ajuda de um motorista de caminhão, que decide levá-los até seu acampamento. Lá, a viagem de Ben, Liz e Kristy se tornará um terrível pesadelo recheado de atos de extrema crueldade e onde o perigo estará sempre à espreita.

Quando “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” entra de vez no gênero do suspense, podemos notar uma série de influências de filmes recentes do gênero. A fotografia do filme remete ao visual documentarista e meio visceral de “O Massacre da Serra Elétrica” e “Madrugada dos Mortos” – e acertadamente coloca em primeiro plano as paisagens desertas da Austrália, o que contribui para a sensação que a platéia tem de que os três amigos estão longe de obterem a salvação. A edição passa a ter um ritmo ágil e não deixa escapar os momentos mais gráficos dos atos cometidos pelo caminhoneiro-assassino do filme. No entanto, a eficiência de “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” em envolver a platéia na sua trama é comprometida pelo final do filme. A impressão que se tem é a de que o diretor Greg McLean estava com muita pressa em terminar a sua história. Em conseqüência disso, o final de “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” é muito aberto e a platéia, além de ficar com a necessidade de maiores informações sobre tudo o que aconteceu, não ficará convencida de que assistiu a um filme com começo, meio e fim.

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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