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>Achados e Perdidos (2006)

publicado em:14/06/06 9:26 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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A televisão fez de Antonio Fagundes um dos maiores galãs do Brasil. Assim como acontece com muitos outros atores televisivos (que são colocados para interpretar sempre um determinado tipo de papel), Fagundes utiliza o meio teatral para fazer as suas experimentações e explorar novos tipos de personagens. E, a julgar pelas suas escolhas profissionais no meio cinematográfico, se chega à conclusão de que o caráter de experimentação continua ali presente. Em “Achados e Perdidos”, filme do diretor José Joffily, Fagundes interpreta o ex-delegado Vieira, que passa o dia bebendo e dormindo. A vida de Vieira só tem graça quando ele está ao lado de Magali (Zezé Polessa), uma prostituta por quem ele é apaixonado e com quem pretende se casar.

Depois de uma noite de bebedeira e de brigas com Magali, a prostituta é assassinada. Vieira se torna o principal suspeito do crime, mas, como não se lembra de nada do que aconteceu na fatídica noite, Vieira entra num processo em que ele começa a se lembrar (de maneira desordenada) de seu passado – das coisas boas e ruins que lhe aconteceram, das pessoas que ele conheceu e, principalmente, da natureza de seu relacionamento com Magali. Na medida em que as peças vão se encaixando, Vieira ainda tem que se deparar com um fantasma de seu passado (um deputado e ex-delegado que está sofrendo investigações de um procurador) e com as tentações carnais que Flor (Juliana Knust), uma amiga e espécie de pupila de Magali, desperta nele.

A mesma linha narrativa adotada por Joffily para relatar a maneira com que Vieira relembra de seu passado é igual a que ele utiliza para mostrar à platéia como Flor conheceu Magali e qual foi a influência que a prostituta exerceu em sua vida. A importância de Flor para a história de “Achados e Perdidos” aumenta na mesma proporção em que ela vai assumindo o papel que era de Magali na vida de Vieira – ou seja, ela se torna a nova razão de viver do ex-delegado.

Baseado no livro homônimo de Luiz Alfredo Garcia-Roza, “Achados e Perdidos” é um filme que, num primeiro momento, causa uma impressão positiva na platéia em decorrência das excelentes performances de seu elenco (excetuando a inexpressiva Juliana Knust), da boa direção de José Joffily e do visual interessante que é proporcionado pela fotografia de Nonato Estrela. No entanto, as boas impressões não se solidificam, pois a grande reviravolta do filme não pega a platéia desprevenida e o segredo maior do crime se fundamenta num furo enorme de construção do roteiro.

Cotação: 4,0

Crédito Foto: Yahoo! Cinema



Jornalista e Publicitária


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