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>O Sacrifício (The Wicker Man, 2006)

publicado em:2/11/06 11:06 AM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Não é segredo nenhum para ninguém que a indústria cinematográfica hollywoodiana passa por uma grande crise. Não só em relação à audiência, como também o relacionado à filmagem de bons roteiros. A sede de Hollywood por boas histórias é tão grande, que o impossível aconteceu e eles abriram o seu mercado para diretores e roteiristas estrangeiros. No entanto, a maior praga dessa crise de roteiro são as chamadas refilmagens; e, claramente, Hollywood não tem um critério bem definido sobre quais histórias merecem uma segunda visita.

“O Sacrifício”, refilmagem de “O Homem de Palha” (filme dirigido por Robin Hardy, em 1973), pertence ao grupo de refilmagens que nem mereciam sequer serem feitas. A película conta a história do policial Edward Malus (Nicolas Cage, que também produziu o filme), que, depois de presenciar um trágico acidente envolvendo mãe e filha, decide tirar umas férias do departamento. O descanso de Edward chega ao fim quando ele recebe uma carta de Willow (Kate Beahan), sua ex-noiva, o informando do desaparecimento de sua filha Rowan (Erika-Shaye Gair). Willow quer que Edward a ajude a reencontrar sua filha.

É assim que Edward acaba embarcando para Summersisle, uma espécie de ilha privada. A localidade lembra muito à do filme “A Vila” na sua essência medieval, isolada e cooperativa. Mas, uma olhada mais profunda em Summersisle mostra que ela difere muito da vila de Shyamalan, pois ela é um território exclusivamente feminino, aonde as mulheres ocupam as posições de poder e os homens ocupam um papel submisso e desempenham exclusivamente as atividades braçais e a figura de procriador e de mantenedor da linhagem pura que se estabeleceu em Summersisle.

Esse mundo acaba sendo muito para a cabeça de Edward. O policial está obviamente sofrendo de um estresse pós-traumático devido ao acidente que presenciou no início de “O Sacrifício” e começa a se questionar se o que vive em Summersisle é verdade ou mentira; e se as pessoas que ele enfrenta e questiona são mocinhas ou bandidas.

No papel, “O Sacrifício” é até um filme interessante. Na prática, o filme peca por uma sucessão de erros. A película começa bem, com uma cena imprevisível e intrigante, mas, depois, entra numa teia sem pé nem cabeça que é uma culpa exclusiva do seu diretor e roteirista Neil LaBute (do ótimo “A Enfermeira Betty”). Não importa se “O Sacrifício” tem um bom elenco (além dos que já foram citados, aparecem no filme Ellen Burstyn, Frances Conroy, Diane Delano, Leelee Sobieski, James Franco e Jason Ritter). O máximo que eles conseguem é arrancar vários risos da platéia (quando o esperado seria o contrário). Nada poderá salvar “O Sacrifício” da sua própria mediocridade. O que nos leva de volta à discussão do início do texto: para quê revisitar aquilo que não merecia nem uma primeira olhada?

Cotação: 1,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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