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>Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat, 2006)

publicado em:24/02/07 7:19 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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O comediante inglês Sacha Baron Cohen ficou conhecido no mundo todo quando um de seus personagens, Ali G, participou do videoclipe de “Music”, primeiro single do álbum homônimo da cantora Madonna. A participação rendeu para Cohen um convite para ser o mestre de cerimônias do prêmio MTV Europe Music Awards, em 2001, e uma série de TV chamada “Da Ali G Show”, da HBO. Na folga do trabalho na TV, Cohen sempre teve algumas passagens discretas pelo cinema, em filmes como “Ali G Indahouse” e, mais recentemente, em “Ricky Bobby – A Toda Velocidade”. Mas, foi somente com o documentário “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América”, do diretor Larry Charles (conhecido pelo trabalho na série “Curb Your Enthusiasm”), que ele realmente conseguiu atrair a atenção.

O protagonista de “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” é mais uma criação de Sacha Baron Cohen. Borat Sagdiyev nasceu no Cazaquistão e é um repórter de TV. No início do filme, conhecemos a vila na qual ele mora, com seus pitorescos habitantes e sua família – a irmã prostituta, a esposa mandona e a mãe. O Cazaquistão, fala Borat, é um país cheio de coisas boas, mas também tem muitos problemas. Para ajudar o Cazaquistão a solucioná-los, o Ministério da Informação do país envia Borat aos Estados Unidos para que ele possa conhecer a cultura do local.

É justamente a viagem de Borat pelos Estados Unidos que ocupa toda a trama do filme. Nela, acompanhamos Borat nos seus encontros com outros personagens peculiares, como o professor de humor, a professora de etiqueta, os anfitriões de um jantar chique, o professor da auto-escola, o vendedor de carros, dentre outros. Além disso, Borat encontrará figuras típicas dos Estados Unidos e que só confirmam os estereótipos que temos sobre elas – as feministas são radicais e não aceitam discutir, os estudantes universitários são imbecis e os cowboys são machões inveterados.

Nesses encontros, o que chama a atenção, é o certo didatismo que os norte-americanos adotam diante de alguém que é diferente culturalmente. Borat é um prato cheio nesse sentido, pois é anti-semita, machista e antigay. No entanto, o choque vem quando assistimos aos entrevistados de Borat saírem do que é considerado politicamente correto e revelando aqueles pré-conceitos que só são percebidos quando estamos numa zona de pleno conforto.

“Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” poderia muito bem seguir a linha dos mockumentaries do diretor e roteirista Christopher Guest. A diferença é que, nos filmes de Guest, os atores estão atuando o tempo todo. No filme de Sacha Baron Cohen, somente ele e o seu fiel escudeiro (o ator Ken Davitian) interpretam. As outras pessoas abaixam as suas guardas e agem de maneira extremamente natural. E é essa espontaneidade o ponto mais positivo do filme. “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” é uma comédia de nossa vida privada.

E, ao contrário de filmes como “Todo Mundo em Pânico”, em que as piadas de mau gosto são completamente reprováveis, as cenas que assistimos em “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” – mesmo aquelas que beiram o mau senso e que nos fazem pensar “isso realmente está acontecendo?” – são hilárias. É difícil não rir do falso moralismo norte-americano e da cara de pau de Sacha Baron Cohen ao desrespeitar coisas que os norte-americanos valorizam ao extremo, como o hino nacional. O filme é tão bom nessa vontade de rir de si mesmo que até Pamela Anderson (o objeto de desejo de Borat) embarcou nessa aventura. O desafio agora será construir a anunciada continuação deste documentário após a transformação de Borat num ícone da cultura pop.

Cotação: 8,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


Comentários


>”Borat é um prato cheio nesse sentido, pois é anti-semita, machista e antigay.” Espero desse filme um grande soco no estômago da pseudo-moral americana.

Borat é uma comédia de nossa vida privada.”

“O desafio agora será construir a anunciada continuação deste documentário após a transformação de Borat num ícone da cultura pop.”

Kamila, se o filme é 8,5, sua resenha é 10! Parabéns!

Bjos!

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>Cassiano, o filme tem muito mais piadas. Fazia tempo que eu não ria tanto no cinema.

Túlio, o filme é um soco no estômago nesse moralismo hipócrita dos norte-americanos. A maior prova disso é a quantidade de processos que o Cohen tem recebido das pessoas que ele entrevistou. Elas dizem que foram enganadas. Mas, como isso ocorreu se elas agiram naturalmente nas entrevistas? Ninguém as obrigou a dizer nada. E obrigada pelos elogios ao texto.

Beijos!

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>Belo texto, Kamila! Sabe que concordo com vc nesse filme… vc deu 8,5 e eu 4 estrelas…

E dizem “Ricky Bobby – A Toda Velocidade” é engraçadíssimo, principalmente, pelas cenas com Sacha Baron Cohen. Parece que chega essa semana em DVD. Não é isso?

E vc me tira uma dúvida?? O Sacha Baron Cohen não aceitou apresentar uma categoria do Oscar pq não deixaram ele ir caracterizado de Borat? Ou queriam que ele aparecesse de Borat e ele não quis…?

Bjs!

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>Otávio, obrigada! Se fosse qualificar “Borat” em estrelas, daria 4 também.

É verdade, dizem que “Ricky Bobby” é engraçadíssimo. Assisti ao trailer e achei o filme meio bobo, mas a combinação Will Ferrell e John C. Reilly me interessa muito.

O Sacha declinou do convite da Academia, pois ele queria ir caracterizado de Borat e a Academia queria que ele fosse como Sacha. Eu adoraria ver o Borat na festa do Oscar, no tapete vermelho. Acho que seria engraçadíssimo!

Beijo.

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>Kamila, então logo é um filme muito importante também para a nossa profissão – o Jornalismo. Quantas vezes entrevistamos pessoas hipócritas que ensaiam aquele sorrisão no rosto e depois tÊm falcatruas desmascaradas?

Bjo e torce lá pelo Scorça!

(Se o melhor filme for Pequena Miss Sunshine ou A Rainha, estarei mais que feliz!!!!)

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>Com certeza, Túlio. O filme é ótimo para a nossa profissão.

Não torcerei para o Scorsese (disse no blog do Cassiano que acho que Eastwood e Greengrass são meus vencedores do ano), mas o Oscar para ele não me incomodará. Quero mais que ele ganhe logo isso e volte a fazer bons filmes.

Melhor filme, melhor roteiro original e melhor atriz coadjuvante são as categorias que eu mais aguardo hoje à noite. E seus favoritos nessas categorias são os meus. As vitórias para “A Rainha” e “Pequena Miss Sunshine” são as que me farão vibrar mais.

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>And the Oscar went to…

Finalmente Martin Scorsese reconhecido. E Os Infiltrados, ganhando ou não o Oscar, é daqueles filmes para a próxima geração. Uma obra para a história do cinema, com seus ratos fodidos e policiais menstruados. Um candidato a clássico.

Engraçado com o Sacha Baron Cohen fica diferente em trajes convencionais! A cerimônia foi demais, inesquecível!

Bjos!

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>O Sacha Baron Cohen realmente fica diferente sem os disfarces que ele adota para os seus personagens.

O Oscar 2007 foi legal. Tivemos algumas surpresas. Os nomes que esperávamos que ganhassem foram confirmados. O único ponto negativo da noite acho que foi a apresentação de Ellen de Generes. Fiquei levemente decepcionada com ela, pois assisti a outras premiações que ela apresentou e acho que ela fez um bom trabalho nelas.

O Martin Scorsese finalmente ganhou, “Os Infiltrados” infelizmente ganhou, a Jennifer Hudson e a Helen Mirren foram coroadas.

Adorei a vitória de Alan Arkin e a de “Happy Feet” em animação.

Beijos.

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>Kamila, uma coisa que eu torci muito foi pela vitória da canção do documentário UMA VERDADE INCONVENIENTE. Sinceramente, achei aquela canção melhor que as três de DREAMGILRS juntas!

Também gostei da vitória do Alan Arkin e lembrei de você na hora quando ouvi o nome HAPPY FEET. No mais, eu fiquei contente demais com a vitória de OS INFILTRADOS. Scorça é, como disse sua fiel montadora quando recebia seu terceiro Oscar, uma escola de cinema.

Bjos!

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>Se o Oscar de melhor canção fosse depender de mim, ganhava “Love You I Do”. Adoro essa música e adorei a apresentação tripla de “Dreamgirls”.

“Happy Feet” vencendo foi um dos pontos altos do oscar para mim. Finalmente, a justiça foi feita. O filme dos pinguins é bem melhor que o dos carros.

Beijo.

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>Realmente, essa “Love You I Do” era a melhor das três (foi apresentada pela Hudson, se não me engano, né?).

Kamila, quanto à performance de Ellen de Generes, acho que a festa do Oscar sempre será meio “deslocada”. Estrelas TENSAS de primeira grandeza do cinema e uma comediante tentando fazer graça.. Acho que é meio difícil deixar a cerimônia mais “leve”, digamos assim.

E o que vc achou dos comentários do José Wilker? (eu achei que ele falou pouco – a apresentadora nem deixava ele falar, hehehehehe)

Ah, deixei um comentário lá no CK.

Bjo e ótima semana!

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>Mais um filme que vc coloca aqui que eu nao posso comentar… Ah, como eu tb queria ver esse filme!! hehe
E aih, Kamila? Ficou satisfeita com a vitoria da Jennifer Hudson? Imagino que vc vibrou bastante. E o discurso dela? Toda atrapalhada, tb, muita emocao..Foi engracado aquele “WOW” dela entrando no backstage…

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>Romeika, mas eu fiquei surpreso mesmo foi com a Helen Mirren.. incrível como ela nem de longe lembrava sua personagem em A Rainha – e não é só por causa da maquiagem. Tão boa atriz que é, Mirren conseguiu “sumir” dentro de sua personagem. Mereceu demais!

Whitaker também mereceu.. Só fiquei com pena (dó mesmo) do Peter O’Toole. Mas afinal, pra escrever o nome na história do cinema, Oscar é o de menos.

Bjos!

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>Túlio, tive a oportunidade de ver a Ellen nas duas vezes em que ela apresentou o Emmy e ela deu show. Foi solta, leve e divertida. No Oscar, ela não conseguiu repetir essa performance. E você está certo: “Love You I Do” foi a canção interpretada pela Jennifer no Oscar.

Romeika, adorei a vitória da Jennifer, o discurso e tudo. Até as lágrimas de crocodilo da Beyonce foram bonitinhas. 🙂

Beijos.

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>Túlio, não assisti o Oscar pela Globo. Vi pela TNT e, honestamente, abstraí todos os comentários do Rubens. 🙂

beijo.

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>Kamila, me recordo agora do clássico comentário “o queixo de Resee Whiterpoon parece um cotovelo”… Até imagino o que saiu esse ano!!!!

Mas agora minha torcida é Michelle Pfeiffer Oscar 2008! Precipitado? Talvez. Mas que ela merece, merece.

bjos!

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>Concordo plenamente, Tulio, a Helen Mirren eh mesmo espetacular!!! E pelo discurso dela, que sudita fiel hein? Salve a rainha! :-p hehehe

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>Romeika, Helen Mirren merecia aquele prêmio a tempos.. Sob a batuta de Robert Salve Salve Altman, ela já havia sido um dos destaques daquela maravilha de filme que é Gosford Park..

Bjo!

Kamial, é uma pena que geralmente comédias românticas como I Never Be… não garatem indicações a suas estrelas.. Sei lá, nem que seja na terceira idade, Mrs. Pfeiffer ainda leva um Oscar!

Bjo!

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>É realmente uma pena o preconceito que a Academia tem com as comédias. Mas, não se preocupe, ainda veremos a Michelle Pfeiffer com um Oscar nas mãos.

Beijo.

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>Kamila, quanto tempo BABEL levou para estrear aí? Sei que chegou primeiro em SP, não foi?

DREAMGIRLS ainda nada, né?

Bjs!

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>Otávio, se não me engano, “Babel” estreou aqui na mesma semana em que estreou nacionalmente. Não teve atrasos.

“Dreamgirls” ainda não estreou por aqui, infelizmente.

Túlio: de nada, sabia que você iria adorar. 🙂

Beijos aos dois.

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>Pelo menos em uma das salas de cinema daqui, ainda não estreará. Vamos se ver se estréia na outra…

Beijo.

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[…] Baron Cohen e que marca mais uma parceria dele com o diretor Larry Charles. Ao contrário de “Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” e “Bruno”, este longa foge da fórmula mockumentary, em que Sacha Baron Cohen se camuflava […]

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