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>A Colheita do Mal (The Reaping, 2007)

publicado em:21/04/07 7:58 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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No livro do Êxodo, que faz parte do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, podemos encontrar um relato sobre as dez pragas que assolaram o Egito e que foram enviadas por Deus para as mãos de Moisés para que o Faraó libertasse o povo israelense e reconhecesse a unicidade de Deus. As dez pragas, na ordem em que aconteceram, foram: as águas do Rio Nilo foram tingidas de sangue, rãs cobriram a terra, mosquitos atormentando homens e animais, moscas escurecendo o ar e atacando homens e animais, uma peste atingindo os animais, pústulas cobrindo homens e animais, uma chuva de granizo que destruiu as plantações, uma nuvem de gafanhotos atacando as plantações, escuridão encobrindo o sol pelo período de três dias e, finalmente, a morte dos primogênitos dos homens e dos animais.

O filme “A Colheita do Mal”, do diretor Stephen Hopkins, se passa na cidade de Haven, Estado de Louisiana; quando a professora Katherine Winter (Hilary Swank) e seu auxiliar Ben (Idris Elba) são convidados pelo professor Doug (David Morrissey, o parceiro de Sharon Stone em “Instinto Selvagem 2”) para investigar uma série de fenômenos estranhos que estão acontecendo na cidade e que estão diretamente relacionados às dez pragas bíblicas e que podem – ou não – ter sido causados por uma garotinha chamada Loren McConnell (Anna-Sophia Robb, que interpretou a menina que mascava constantemente um chiclete no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”).

Uma das discussões mais freqüentes entre aqueles que se dedicam a fazer pesquisas é aquela que diz respeito à equação metodologia X fé. Talvez, esse seja um dos maiores desafios dos cientistas, pois eles preferem acreditar na explicação lógica e exata dos fenômenos que investigam, ao invés de crer numa explicação que ultrapassa os limites do ser humano. Katherine é uma dessas pessoas. No entanto, nem sempre foi assim.

Como outros personagens de filmes de terror – como o Padre Damien Karras de “O Exorcista” e Ethan Thomas, o promotor de “O Exorcismo de Emily Rose” –, Katherine perdeu a fé. A crença em Deus foi perdida quando ela ainda era uma ministra e servia em uma missão no continente africano. Foi lá que aconteceu algo que transformaria a vida dela: a morte do marido e da única filha. De uma certa maneira, a vivência em Haven também a modificará, afinal a busca por uma explicação para o que ocorre lá fará com que ela reencontre aquilo que ela havia perdido.

“A Colheita do Mal” é um filme que possui muitas qualidades. A direção de Stephen Hopkins – que retorna ao cinema depois de uma passagem bem-sucedida pela televisão, aonde dirigiu episódios do seriado “24”, a minissérie “Traffic” e o telefilme “Vida e Morte de Peter Sellers” – é muito boa. Os efeitos visuais são bem interessantes. Hilary Swank está muito bem no papel de Katherine. O roteiro do filme é que é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que cria uma trama que prende a atenção, desenha situações que ficam perdidas na ação principal (como as alucinações de Katherine). Mesmo assim, isto não é nada que prejudique o resultado final obtido pelo diretor Stephen Hopkins. “A Colheita do Mal” é um filme para ser enfrentado sem medo.

Cotação: 5,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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