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>Hannibal – A Origem do Mal (Hannibal Rising, 2007)

publicado em:24/04/07 10:07 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Existem alguns personagens que são maiores do que os filmes que estrelaram. Hannibal Lecter, o perigoso e inteligente psicopata criado pelo escritor Thomas Harris, é um deles. Ele já deu as caras em cinco filmes e foi interpretado por três atores diferentes, mas deve a sua fama ao ator galês Anthony Hopkins. Em “O Silêncio dos Inocentes”, filme de Jonathan Demme premiado com os cinco Oscars principais (filme, diretor, ator, atriz e roteiro) em 1992, Hopkins emprestou um certo carisma à loucura de Lecter, fazendo com que o personagem conquistasse a admiração dos cinéfilos.

Em todos os filmes estrelados por Hannibal Lecter – além do já citado “O Silêncio dos Inocentes”, temos “Dragão Vermelho”, de Michael Mann; “Hannibal”, de Ridley Scott; e “Dragão Vermelho”, de Brett Ratner – existe uma mesma dinâmica. As tramas exploram o relacionamento que se estabelece entre Lecter e os representantes da lei (todos eram policiais). Estes precisam que aquele os ajude a desvendar um caso criminal e, aos poucos, vão sendo consumidos pelo jeito frio, calculista, magnético e intuitivo do psicopata.

Este não é o caso de “Hannibal – A Origem do Mal”, do diretor Peter Webber. O filme tem o mesmo papel de uma reportagem que quer apresentar o perfil psicológico de um criminoso. Portanto, conheceremos a história de vida de Hannibal Lecter – aonde ele nasceu, como era a sua família e, principalmente, qual o fato que o fez se transformar naquilo que ele passou a ser.

“Hannibal – A Origem do Mal” começa em plena II Guerra Mundial, na Lituânia, quando o menino Hannibal Lecter (Aaron Thomas) e sua família abandonam o castelo aonde viviam e partem para uma casa de campo em busca de sossego. Os soldados nazistas logo descobrem o esconderijo da família Lecter e estabelecem uma prática que é muito comum nas guerras: se apossam das terras, da riqueza e assassinam a família inteira. Só sobrevivem o menino Hannibal e sua irmã Mischa (Helena Lia Tachovska) – a qual será, mais tarde, assassinada e devorada pelos famintos soldados.

Não precisa nem dizer que as lembranças destes dias vão transformar e atormentar Hannibal Lecter para sempre. E, quando o reencontramos, oito anos depois (já com o ator francês Gaspard Ulliel na sua pele), ele é um estudante de Medicina que vive com a tia (Gong Li) na França, enquanto elabora o plano de sua vingança sob o olhar atento do Inspetor Popil (Dominic West).

É esta atmosfera meio “Kill Bill” que domina “Hannibal – A Origem do Mal”. O diretor Peter Webber se esforça em imprimir uma aura sofisticada ao seu filme. Isso é conseguido – em parte – graças à fotografia de Ben Davis, que distingue bem os momentos de luz e os de trevas na vida de Hannibal Lecter. No entanto, Webber peca em dois pontos fundamentais: no roteiro do escritor Thomas Harris, que é muito fraco e na escalação de Gaspard Ulliel como o famoso Lecter. O ator francês não está preparado para fazer um papel desse tipo e, na tentativa de emular a interpretação já antológica de Anthony Hopkins, dando ênfase à voz e ao olhar, Ulliel só consegue arrancar risos da platéia. O que é uma pena.

Cotação: 4,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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