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>Totalmente Apaixonados (Trust the Man, 2006)

publicado em:13/06/07 8:42 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Já bem perto do final de “Totalmente Apaixonados”, comédia romântica escrita e dirigida por Bart Freundlich, um diretor de teatro fala o seguinte para a famosa atriz Rebecca Pollack (Julianne Moore, esposa de Freundlich na vida real): “nós estamos nisto juntos, minha querida. Todos condenados ao teatro. Condenados a viver pela nossa arte. Porque nós não sabemos como viver nossas vidas. Nós somos ilhas”. Essa frase, no entanto, não se adequa somente à Rebecca, e sim a todos os personagens do filme – que se vêem diante de uma crise pessoal, em que eles se deparam diante de situações novas e que são, de certa maneira, aterrorizantes.

Rebecca é casada com Tom (David Duchovny) e ela é a porção bem-sucedida do casal, afinal ela é uma atriz de sucesso prestes a estrear uma peça de teatro na Broadway, enquanto ele abandonou uma carreira na Publicidade e se transformou em pai em tempo integral de seus dois filhos com Rebecca. Do outro lado, temos um segundo casal: Elaine (Maggie Gyllenhaal) e Tobey (Billy Crudup), que namoram há sete anos. Neste caso, a secretária Elaine é a porção madura do par. Ela tem um emprego fixo e aspirações profissionais e pessoais (para ela, chegou o momento certo de casar e de ter filhos), enquanto ele vive de trabalhos ocasionais como jornalista e se comporta como um verdadeiro jovem – ou seja, ele está satisfeito com a maneira como as coisas estão e se recusa a assumir um compromisso mais sério.

O roteiro do diretor Bart Freundlich tenta discorrer de maneira bem descontraída – e adulta, ao mesmo tempo – sobre as crises nestes relacionamentos. E as dúvidas serão representadas na forma de alguns personagens, que vão sendo introduzidos aos poucos na trama, como Pamela (Dagmara Dominczyk), a bela mãe com quem Tom irá dividir bem mais do que momentos fofos no parquinho e reuniões de pais e mestres; Jasper Bernard (Justin Bartha), o jovem ator que alimenta o ego de Rebecca com seus galanteios; Faith (Eva Mendes), a garota com quem Tobey namorou na faculdade; e Goren (Glenn Fitzgerald, um péssimo ator), o cara maduro e que está disposto a formar a família que tanto Elaine quer.

“Totalmente Apaixonados” é um filme que, como eu disse anteriormente, tenta abordar o tema da crise pessoal de forma descontraída. No entanto, o diretor e roteirista Bart Freundlich não consegue sequer arrancar risos da platéia. O filme tem um desenvolvimento um tanto lento no seu primeiro ato, o que faz com que a sua segunda parte seja muito prejudicada. Mesmo assim, o filme consegue ter um ponto em comum. Nele, não são as mulheres que estão em crise, e sim os homens. Tanto Tom quanto Tobey se vêem ao lado de mulheres de personalidade fortes, que são bem-sucedidas e que lutam por aquilo que desejam, sem esquecer de dar a devida atenção aos seus relacionamentos pessoais. A impressão que a gente tem é a de que o próprio Freundlich exorciza seus fantasmas de ser um diretor aspirante casado com uma grande atriz e que é muito mais bem-sucedida que ele. Assim como seus personagens masculinos, o que Freundlich talvez tenha percebido é que ele poderá nunca ser tão aclamado quanto sua esposa, mas se sente satisfeito com tudo aquilo que conquistou. No entanto, a julgar pelo resultado final de “Totalmente Apaixonados”, não custa nada pedir para ele que lute para ser bem melhor do que isso.

Cotação: 5,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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