>O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum, 2007)
>
O filme parte de uma série de reportagens que Simon Ross (Paddy Considine, que esteve no belíssimo “Terra de Sonhos”) faz sobre a Operação Blackbiar (que substituiu a Operação Treadstone da qual Jason Bourne fazia parte), revelando toda a origem e a história de Jason Bourne após ele se transformar no alvo principal da CIA. É a partir das informações que o repórter consegue que Jason retoma toda a sua busca pela sua identidade, pela recuperação de sua memória. E, mais uma vez, ele irá se deparar com os mesmos oponentes de sempre em cenas que acontecem ao redor do mundo – mais precisamente nas cidades de Moscou, Londres, Turim, Tangier e Nova York.
“O Ultimato Bourne” reforça muitos dos elementos que assistimos nos dois filmes anteriores da série: um roteiro que não dá descanso à platéia, cenas de ação de tirar o fôlego, perseguições de veículos orquestradas com perfeição e o clima tenso – o qual é completamente enfatizado pela câmera de Paul Greengrass que se coloca no meio da ação, como se fosse uma personagem do filme, aproximando a platéia da busca de Bourne e dos obstáculos por ele enfrentados.
Mas, é claro que o filme também oferece elementos novos. O mais interessante deles é o personagem vivido pelo ator David Strathairn. Ele interpreta Noah Vosen, o diretor da poderosa divisão antiterrorismo da CIA e que tem carta livre para fazer o que bem entender com Jason Bourne – a quem ele considera uma ameaça tão ou mais letal aos EUA do que os terroristas da Al-Qaeda, por exemplo. É Vosen, talvez, o maior inimigo que Bourne teve que enfrentar nos três filmes da série e ele tem muito a ver com a busca principal dele.
“O Ultimato Bourne” é um filme que fecha – muito bem, por sinal – o ciclo da série. O que fica para aqueles que acompanharam a saga de Jason Bourne é a sensação de que a busca pela sua identidade já estava liquidada há muito tempo. Jason Bourne sempre soube quem ele era de verdade – ele tinha plena consciência de que era um homem que não matava por qualquer propósito; ele tem remorso e sentimentos conflitantes com o trabalho que tinha que desempenhar. A grande busca dele era tentar entrar em contato com o que ele tinha se transformado. Descobrir isto era o preço de sua liberdade. A questão que fica sem resposta e que, talvez, possa ser retomada em filmes futuros – não que haja a necessidade deles – é a seguinte: Jason Bourne algum dia vai ser livre para viver sua própria vida?
Cotação: 9,5
Crédito Foto: Yahoo! Movies
[…] da situação vivenciada pelo agente Jason Bourne, especialmente dos acontecimentos vistos em “O Ultimato Bourne”, de Paul Greengrass. Assim como Jason, o agente Aaron Cross (Jeremy Renner) é uma “vítima” […]