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>Nunca é Tarde Para Amar (I Could Never Be Your Woman, 2007)

publicado em:28/09/07 11:19 AM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Em 1995, a diretora e roteirista Amy Heckerling fez o filme “As Patricinhas de Beverly Hills”. Nele, duas amigas chamadas Cher (Alicia Silverstone) e Dionne (Stacey Dash) transformam por completo a novata Tai (interpretada por uma gordinha Brittany Murphy) para que ela possa arrumar um namorado. Ao mesmo tempo em que isto acontece, Cher percebe que também quer encontrar um amor, mas acaba chegando à conclusão de que achar o homem dos seus sonhos independe da imagem, da popularidade ou das roupas que vestimos.

De uma certa maneira, em “Nunca é Tarde Para Amar”, Amy Heckerling volta a tocar nestes mesmos temas. Como todos nós já estamos cansados de saber, vivemos em um mundo aonde a aparência é tudo e no qual as pessoas fazem de tudo para corresponder a este ideal de beleza. A produtora e roteirista Rosie (Michelle Pfeiffer) pode não levar estes princípios para a sua vida pessoal, mas os propaga no bobo programa juvenil que produz e roteiriza. Entre quatro paredes, Rosie, na realidade, meio que se conformou com sua vida de divorciada (o ex-marido, que é interpretado por Jon Lovitz, a trocou por uma mulher na faixa etária dos 20 anos) e de mãe da pré-adolescente Izzie (Saoirse Ronan, que será vista no final do ano no favoritíssimo ao Oscar 2008, “Desejo e Reparação”, de Joe Wright).

O que faltava na vida de Rosie, portanto, era um pouco de emoção e de imprevisibilidade. Estes dois elementos irão aparecer quando ela conhece o ator Adam (Paul Rudd), que irá fazer uma participação especial no programa dela. Os dois, apesar das diferenças, se aproximam e começam a viver um romance – que é pontuado pelas inseguranças de Rosie, as quais são representadas pela personagem da comediante Tracey Ullman (uma espécie de figura que só existe na imaginação de Rosie) e que começa a colocar em discussão o fato de que é ridículo uma mulher de 40 anos sair com um rapaz de 20; de que, em algum momento, ele vai querer constituir família ou se cansar e ir em busca de algo novo, entre outras coisas. Além disso, “Nunca é Tarde Para Amar” acrescenta um elemento ainda mais interessante neste cenário todo: Izzie começa a querer trocar as brincadeiras com bonecas pelo jogo de flerte com os garotos. Ela está vivendo sua primeira paixão e este sentimento faz um paralelo muito bom com toda a situação que sua mãe está vivendo.

“Nunca é Tarde Para Amar” é um filme que funciona, principalmente, por causa da excelente química entre o seu par central. Paul Rudd (que havia trabalhado com Amy Heckerling no grande sucesso que foi “As Patricinhas de Beverly Hills”) coloca seu nome como um dos melhores atores de comédia da atualidade. Já Michelle Pfeiffer, que com este filme retorna aos cinemas depois de uma ausência de três anos (ela ainda poderá ser vista em “Hairspray – Em Busca da Fama”, de Adam Shankman, e “Stardust – O Mistério da Estrela Cadente”, de Matthew Vaughn), está em seu papel mais acessível até hoje. Ela interpreta uma mulher comum em um filme que critica de maneira bem clara todo este mundo de beleza plastificada emulado por Hollywood, aonde o talento é uma ferramenta em extinção.

Cotação: 6,8

Nunca é Tarde para Amar (I Could Never Be Your Woman, EUA, 2007)
Diretor(es): Amy Heckerling
Roteirista(s): Amy Heckerling
Elenco: Michelle Pfeiffer, Paul Rudd, Saoirse Ronan, Tracey Ullman, Jon Lovitz, Sarah Alexander, Brittany Benson, Jed Bernard, Twink Caplan, Victoria Chalaya, Olivia Colman, Rory Copus, Stacey Dash, O.T. Fagbenle, Sam Fusaro, Troy Gentile, Iddo Goldberg, Sally Kellerman, Michelle Kochanski, Ashley Lloyd



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