>Lendo – As Mentiras que os Homens Contam
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Nascido em Porto Alegre, Veríssimo teve uma grande influência no pai, o escritor Érico Veríssimo (autor de obras como “Clarissa” e “O Tempo e o Vento”), e fez, na realidade, da observação da rotina diária a sua maior fonte de inspiração. O livro “A Mentira que os Homens Contam” faz justamente uma reunião de todas as crônicas que Veríssimo publicou a respeito do tema mentira.
Em comum entre todas as crônicas, o fato de que homens protagonizam as histórias. Ou seja, o tempo todo Veríssimo brinca com esse senso comum de que os homens são uns mentirosos. Mas, o que chama a atenção é o fato de que são poucas as crônicas que tratam de relacionamentos amorosos, de homens que enrolam suas mulheres para curtir o carnaval, de homens que mentem na hora da cantada ou de homens que levam uma vida dupla.
No geral, as crônicas tratam mesmo de situações do dia-a-dia, de mentiras que são contadas por uma questão de sobrevivência ou em prol do bom convívio social: pessoas que confundem os nomes umas das outras, ou que fingem saber os segredos de outras, ou que fingem estar bem para outras, ou que querem parecer cultas (quando não o são), entre tantos outros casos.
Assim como num filme que reúne diversas histórias, dirigidas por vários diretores, o livro “As Mentiras que os Homens Contam” sofre com o fato de que algumas crônicas são excelentes, algumas são medianas e outras chegam a ser esquecíveis. De qualquer maneira, o livro é perfeito para aqueles que querem somente um pouco de diversão. Uma leitura leve, rápida e que é marcante justamente pelo olhar descontraído que seu autor joga em cima do cotidiano brasileiro.
“As Mentiras que os Homens Contam” (2000)
Autor: Luís Fernando Veríssimo
Editora: Objetiva