>Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd – The Demon Barber of Fleet Street, 2007)
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Quando “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” começa, encontramos Benjamin Barker – adotando agora a alcunha de Sweeney Todd – de volta à capital inglesa depois de permanecer injustamente preso. De cara, conhecemos a sua história de vida: ele era um barbeiro que vivia feliz ao lado da linda esposa (Laura Michelle Kelly) e da filhinha Johanna. O problema é que sua mulher viraria o objeto de cobiça do juiz Turpin (Alan Rickman). Foi por causa desse juiz – e do bedel Bamford (Timothy Spall) –, que Todd acabou sendo enviado para a cadeia.
Sweeney Todd encontra a parceira perfeita para a sua vingança na figura da Sra. Lovett (Helena Bonham Carter), uma mulher que conhece bastante detalhes da vida do barbeiro. Se instalando no andar de cima da loja de tortas de Lovett, Todd se transforma em um serial killer, matando as pessoas que procuram os seus serviços de barbeiro como um treinamento para o seu grande “show”: o assassinato do juiz e do bedel, e, por tabela, ajudando a reerguer o negócio de Lovett – que passa a utilizar os restos mortais das vítimas de Todd como matéria-prima para tortas que se transformam em um sucesso entre seus clientes.
O grande achado de “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, filme baseado no musical de Stephen Sondheim, Hugh Wheeler e Christopher Bond, é mostrar o outro lado da moeda da vingança. Ao abordar a história que envolve a crescida Johanna (Jayne Wisener) – que, após a prisão de Sweeney Todd, foi tomada como protegida pelo juiz Turpin – e o jovem marinheiro Anthony Hope (Jamie Campbell Bower), o roteiro de John Logan mostra que a vingança, às vezes, não é a melhor alternativa e que o sofrimento é parte importante daquilo que nos transforma nas pessoas que somos.
Em um filme cuja fotografia de Dariusz Wolski prefere privilegiar os tons preto e branco, é importante prestar atenção num pequeno detalhe: a cor que mais merece destaque é o vermelho do sangue das vítimas de Sweeney Todd. Isso é muito importante para entender a mensagem do filme e que passa muito pela sub-trama envolvendo Johanna e Anthony. Outro detalhe importante neste musical é a fluência dos números musicais, que são, na realidade, diálogos musicados e que nos oferecem um importante material para compreender as motivações de cada personagem. “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” pode não ser um filme envolvente, mas é uma obra contundente de um diretor cheio de estilo e que encontrou nessa história uma maneira de dar continuidade aos elementos que são tão recorrentes em sua filmografia: a preferência pelo sombrio, pelo que fica à margem da sociedade e pelo que deixa de ser convencional.
Cotação: 8,5
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, EUA, Inglaterra, 2007)Diretor(es): Tim Burton
Roteirista(s): John Logan (com base no musical de Stephen Sondheim, Hugh Wheeler, Christopher Bond)
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Jamie Campbell Bower, Laura Michelle Kelly, Jayne Wisener, Ed Sanders, Gracie May, Ava May, Gabriella Freeman, Jody Halse, Aron Paramor, Lee Whitlock
[…] diga-se de passagem, lembra muito o trabalho estético de outro filme de Burton: o musical “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, até porque, assim como nesta obra, o diretor trabalhou com colaboradores frequentes como o […]