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>A Espiã (Zwartboek, 2006)

publicado em:31/03/08 7:20 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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O regime Nazista – bem como seus atos e conseqüências – foi uma matéria-prima bastante explorada pela sétima arte. Mesmo assim, roteiristas e diretores de diversas partes do mundo (afinal, o Nazismo causou efeitos que puderam ser sentidos em todos os lados do globo) ainda conseguem encontrar personagens e histórias interessantes que estavam inseridos naquela época. Este é o caso do diretor holandês Paul Verhoeven, que co-escreveu, ao lado de Gerard Soeteman, o roteiro do filme “A Espiã”.

Estamos no final do Verão de 1944. O esconderijo da bela cantora de origem judaica Rachel Stein (Carice Van Houten) é descoberto e ela é obrigada a fugir – agora na companhia do pai (Jack Vecht), da mãe (Jacqueline Blom) e do irmão Max (Seth Kamphuijs) – com tantos outros judeus para a Bélgica. No entanto, o barco que transportava os refugiados é interceptado por uma patrulha alemã – liderada por Gunther Franken (Waldemar Kobus) – e todos, menos Rachel, são assassinados.

O ocorrido faz com que Rachel decida se juntar à Resistência, grupo que lutava contra a presença alemã na Holanda. Já usando o nome de Ellis de Vris, Rachel se aproxima de Ludwig Muntze (Sebastian Koch, do filme “A Vida dos Outros”), que lhe oferece um emprego dentro do quartel general alemão na Holanda. Na medida em que começa a se envolver emocionalmente com Muntze, Rachel vê sua situação de espiã ficando cada vez mais complicada – ainda mais depois que uma operação de resgate de presos planejada pela Resistência dá completamente errada.

Quem está acostumado com os filmes hollywoodianos do diretor Paul Verhoeven (os mais conhecidos são: “O Homem Sem Sombra”, “Tropas Estrelares”, “Instinto Selvagem”, “O Vingador do Futuro”, Robocop – O Policial do Futuro” e o infame “Showgirls”) irá estranhar muito “A Espiã”. A obra é extremamente tradicional do ponto de vista da linguagem cinematográfica, muito bem realizada e marca o retorno do holandês ao seu país de origem. É como se o longa fosse dirigido por uma pessoa completamente diferente. Com este filme, Verhoeven se viu novamente nas graças dos críticos e quase recebeu uma indicação ao Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro. “A Espiã” é uma sucessão de acertos e o maior deles, com certeza, foi a escalação de Carice Van Houten para o papel principal. Ela ilumina a tela e, por sua competente performance, chamou a atenção de diretores como Bryan Singer e Ridley Scott, com os quais trabalhou em “Operação Valquíria” e “Body of Lies”, dois dos filmes mais esperados de 2008.

Cotação: 8,8

A Espiã (Zwartboek, Holanda, Alemanha, Bélgica, 2006)
Diretor(es): Paul Verhoeven
Roteirista(s): Gerard Soeteman, Paul Verhoeven
Elenco: Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman, Halina Reijn, Waldemar Kobus, Derek de Lint, Christian Berkel, Dolf de Vries, Peter Blok, Michiel Huisman, Ronald Armbrust, Frank Lammers, Matthias Schoenaerts, Johnny de Mol, Xander Straat



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