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>Garçonete (Waitress, 2007)

publicado em:13/05/08 6:11 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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No ano de 2008, o cinema norte-americano lançou três filmes que tocavam num mesmo tema: o da gravidez indesejada. Mas, ao contrário do que foi visto em “Ligeiramente Grávidos”, de Judd Apatow, e “Juno”, de Jason Reitman, que falavam sobre as mudanças na vida das mulheres grávidas; “Garçonete”, da diretora e roteirista Adrienne Shelly, tem um quê de “Por um Sentido na Vida”, de Miguel Arteta, já que retrata personagens femininas que estão em busca de uma motivação, de algo que lhes traga a felicidade que elas não possuem.

A vida de Jenna (Keri Russell), uma jovem que mora em uma pequena cidade do interior, não é nada cor-de-rosa. Ela tem um casamento completamente infeliz com Earl (Jeremy Sisto), um homem bastante egoísta e que se preocupa mais com as suas próprias necessidades. A grande válvula de escape de Jenna acontece no trabalho – ela é uma garçonete cuja especialidade maior é fazer tortas deliciosas. É justamente este dom que Jenna acredita que irá lhe trazer a liberdade (o plano dela é fugir do marido após ganhar o grande prêmio em um concurso de tortas). No entanto, uma gravidez não planejada e uma paixonite pelo médico (Nathan Fillion, que pode ser visto na atual temporada de “Desperate Housewives”) que começará a atendê-la são pontos que irão impedi-la de colocar seu desejo em prática.

Em paralelo ao retrato da jornada de Jenna, “Garçonete” nos apresenta às duas colegas de trabalho dela, as quais possuem os mesmos conflitos vividos pela personagem principal. Becky (Cheryl Hines, do seriado “Curb Your Enthusiasm”) também está presa num casamento infeliz, mas tenta levar tudo com muito bom-humor. Já Dawn (Adrienne Shelly) é aquele tipo de mulher completamente desajeitada, mas que não desistiu de tentar encontrar o amor e a felicidade que é uma conseqüência direta daqueles que têm esse sentimento.

“Garçonete” é um daqueles filmes muito simples, mas que possuem uma qualidade fundamental: causam empatia na platéia. É muito fácil para a gente se identificar com os conflitos vividos pelas personagens da obra e é fundamental nesse sentido o roteiro de Adrienne Shelly (que faleceu pouco antes do lançamento da obra). Como roteirista, ela não possui a ironia de um Judd Apatow ou a cultura pop de uma Diablo Cody, mas preenche seus diálogos com elementos muito próximos do real. E é através dessa genuinidade que Shelly coloca a sua mensagem: a de que a felicidade está atrelada a nossa idéia de futuro. Ou seja, tendo algo em que se agarrar ou em que se fortalecer, nós podemos tudo.

Cotação: 7,5

Garçonete (Waitress, EUA, 2007)
Diretor(es): Adrienne Shelly
Roteirista(s): Adrienne Shelly
Elenco: Keri Russell, Nathan Fillion, Cheryl Hines, Jeremy Sisto, Andy Griffith, Adrienne Shelly, Eddie Jemison, Lew Temple, Darby Stanchfield, Heidi Sulzman, Lauri Johnson, Sarah Hunley, Cindy Drummond, Nathan Dean, Caroline Fogarty



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