>Persépolis (Persepolis, 2007)
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Por causa disso, podemos dizer que “Persépolis” é um filme que fala muito sobre a perda da inocência. Quando encontramos Marji pela primeira vez, ela é uma menina de oito anos que, nas suas próprias palavras, usa roupas da Adidas, tem Bruce Lee como ídolo e sonha em ser uma profetisa do futuro para, assim, poder salvar o mundo. No entanto, a situação política do seu país é um verdadeiro caos. O xá – e seu regime brutal – está prestes a ser deposto e toda esta realidade lhe é explicada pelo seu pai (dublado por Simon Abkarian) e pelo seu tio, que foi um ex-prisioneiro político.
Saber desses detalhes irá mudar a vida de Marjane, que se torna uma criança preocupada com o mundo ao seu redor, com suas responsabilidades e, principalmente, com seu modo de pensar. Na medida em que se tem a entrada da Nova República Islâmica, com seus “Guardiões da Revolução”, viver no Irã fica cada vez mais perigoso e seus pais decidem enviá-la para a Áustria. E é a partir daí que vemos Marji passar por um processo de amadurecimento, o qual vai ser marcado pela tentativa dela de encontrar seu lugar e seu papel no meio de tudo isso.
Todos estes elementos já são uma prova mais que concreta de que “Persépolis” não é um típico filme de animação. Baseado nos quadrinhos autobiográficos da própria Marjane Satrapi, o filme tem uma técnica muito interessante e cada frame que vemos em tela poderiam ser figuras de um livro ou estampas de uma camiseta. A história de vida de Marji nos é apresentada com muito bom-humor e é justamente isso que faz com que a gente crie uma empatia tão grande com “Persépolis”, um filme verdadeiramente único dentro de sua própria proposta.
Cotação: 9,0
Persépolis (Persepolis, França, EUA, 2007)
Diretor(es): Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Roteirista(s): Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux, Simon Abkarian, Gabrielle Lopes, François Jerosme, Arié Elmaleh, Mathias Mlekuz, Jean-François Gallotte, Stéphane Foenkinos, Tilly Mandelbrot, Sean Penn, Gena Rowlands, Iggy Pop