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Missão Babilônia

publicado em:6/10/08 7:35 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Numa era em que a promoção é tudo para um filme, “Missão Babilônia” pode ser considerado uma exceção, já que não teve qualquer divulgação e nem foi apresentado aos críticos antes de ser lançado nos cinemas dos Estados Unidos. Isto aconteceu porque o diretor francês Mathieu Kassovitz (que co-escreveu o roteiro do longa ao lado de Joseph Simas) e a 20th Century Fox tiveram uma divergência em relação à edição do filme. Ao que tudo indica, o estúdio cortou mais de 70 minutos de “Missão Babilônia” e o francês criticou a versão que chegou ao público dizendo que ela era “como um mau episódio de “24””.

 

Após assistir ao filme, fica a impressão de que Mathieu Kassovitz não tinha muito o que temer, já que “Missão Babilônia” consegue ser uma obra envolvente até o seu ato final, quando o filme alcança um desfecho muito simples, especialmente se formos levar em consideração a complexidade do roteiro do longa. Toda a ação de “Missão Babilônia” acontece no futuro, quando o mercenário Thoorop (o sempre inexpressivo Vin Diesel) recebe uma missão de seu antigo patrão Gorsky (Gérard Depardieu). Ele tem que levar Aurora (Mélanie Thierry) e sua protetora, a Irmã Rebeka (Michelle Yeoh), para a cidade de Nova York num período de seis dias.

 

Está claro, desde que conhecemos a jovem Aurora (é bom prestar atenção à simbologia do nome dela, que significa princípio ou começo), que ela é alguém muito especial e que, por isso, desperta o interesse dos grupos liderados pela personagem de Charlotte Rampling e por Darquandier (Lambert Wilson). Esta é a desculpa perfeita para sermos apresentados a uma discussão que envolve temas como religião, amor e proteção.

 

“Missão Babilônia” é um filme que tenta (sem sucesso, diga-se de passagem) ser um discípulo direto de uma obra como “Filhos da Esperança”, de Alfonso Cuáron. O engraçado é que os dois longas possuem uma espécie de diálogo. O filme do mexicano falava muito sobre a autodestruição e sobre a falta de fé, enquanto que a obra do francês mostra alguém que sempre viveu em meio do caos e encontrou um pouco de vida na situação em que menos esperava.

 

Cotação: 5,3

 

Missão Babilônia (Babylon A.D., 2008 )

Diretor: Mathieu Kassovitz

Roteiro: Mathieu Kassovitz e Joseph Simas (com base na graphic novel de Eric Besnard e Maurice G. Dantec)

Elenco: Vin Diesel, Michelle Yeoh, Mélanie Thierry, Gérard Depardieu, Charlotte Rampling, Lambert Wilson 



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kami, sério que a pretensão de Kassovitz era que o filme chegasse perto de Filhos da Esperança? Bom, seira bem difícil, mesmo eu não sendo fã deste.

É uma pena, pois Mathieu Kassovitz já dirigiu e foi premiado, inclusive, pelo belo “O Ódio”. Na verdade, vou esperar “Missão Babilônia” chegar nas locadoras, pois não sou fã de Vin Diesel.

Bjos.

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O Ódio é um bom filme, mas eu prefiro o Kassovitz ator ao seus experimentos como diretor. De qualquer forma, vou ver Missão Babilônia com poucas expectativas. Se for um terço de Filhos da Esperança já está de bom tamanho.

Abraço, Kamila!

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Kau, não sei se esta era a pretensão do Kassovitz, mas “Missão Babilônia” lembra bastante “Filhos da Esperança”. Beijos!

Pedro, eu também prefiro o Kassovitz ator. E acho que o filme consegue ser um terço de “Filhos da Esperança” até o último ato. Abraço!

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Essa linha de filme facilmente cai na bobagem. Filhos da Esperança é uma exceçao.Gosto das açoes com o Vin Diesel, mas ele faz filmes demais, e mancha sua imagem.Éstá fadado a ser o novo Van Damme, uma pena.

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Kamila, acho q sou preconceituosa, nao veria nada no cinema com o Vin Diesel no elenco, mesmo com a presenca da maravilhosa Charlotte Rampling e uma trama ate interessante. Fico em casa e vejo o dvd do genial “Filhos da Esperanca” hehe:-)

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Como já escreveram “O Ódio” é um grande filme e quando um diretor reclama que seu filme foi cortado, sempre há a esperança dele ser lançado em DVD no futuro com a versão integral, que de repente pode ser melhor.

Até mais.

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O que deu na Michelle Yeoh para participar de tantos filmes sem qualidade? Meu Deus, só por ter o Vin Diesel no elenco já é algo para se ficar atento – por isso mesmo sua crítica negativa não chega a surpreender. “Missão Babilônia” foi um tremendo fracasso de bilheteria e não estou muito empolgado para ver no cinema, acho que deixarei mesmo para o DVD…

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Kamila, eu gosto bastante de Mathieu Kassovitz, tanto como diretor quanto ator, e fico desapontado pelo filme não ter saído conforme a sua idéia inicial. Este é um dos grandes problemas de Hollywood: convidar cineastas do exterior para comandarem filmes com alto orçamento, mas os controlando como marionetes e não possibilitando que eles apliquem as suas habilidades com liberdade em seus próprios projetos. É um filme que gostaria muito de ver no cinema, mas deixarei em DVD pelo fato do próprio Kassovitz recomendar isto ao público.

Na pouca metragem da fita restou destaque a Charlotte Rampling? Espero que sim.

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Rogerio, eu também acho que o Vin Diesel vai terminar seguindo este caminho que você citou. O interessante é que ele andava bem sumido. “Missão Babilônia” foi a volta dele.

Romeika, não vejo isso como um preconceito seu, pelo contrário. Acho que você acabou tomando a decisão mais correta.

Hugo, diante do fracasso desse filme, é bem capaz da 20th Century Fox deixar a versão do Mathieu Kassovitz conhecer a luz do dia, nem que seja pelo DVD.

Vinícius, o elenco desse filme (salvo Vin Diesel) é muito bom e acho que foram atraídos pelo nome do Kassovitz na direção. Acho que o melhor mesmo é deixar o filme para o DVD.

Alex, concordo com boa parte do seu comentário e estou até curiosa para ver a versão completa do Kassovitz. Tomara que seja melhor que a edição que chegou às salas de cinema. A Rampling tem destaque na parte final do filme, a qual foi justamente a que me incomodou mais.

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Apezar de ser louca pelo Vin Diesel (sexualmente falando, rá) eu sei que não posso esperar muita coisa de seus filmes. Mas, Missão Babilônia não é seu pior filme. Vou resenhar em breve!

Abraço

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Fabiana, não consigo achar graça no Vin Diesel. Acho ele um brucutu!!!! E eu concordo que “Missão Babilônia” não é o pior filme dele – “Operação Babá” consegue ser podre! Abraço!

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Ixx… mais um filminho bobo nas telas? Gostei do trailer da obra, pena saber que o final está meio furado.
Acho que 70 minutos é algo que um estúdio não poderia cortar. Os grandes diretores deveriam colocar no contrato que existe algum limite sobre até onde eles podem modificar a obra. Os grandes filmes do passado, quase todos, são essencialmente longos.

Abs!

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Ramon, mais um!!! 70 minutos, realmente, é muita coisa de um filme. Dá para se desenvolver muita coisa do roteiro, mostrar coisas interessantes. O jeito é ver se o DVD terá a versão oficial do Mathieu Kassovitz.

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