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XXY

publicado em:7/11/08 9:12 PM por: Kamila Azevedo DVD

XXY é a combinação genética que causa o hermafroditismo. E é também o nome do filme escrito e dirigido por Lucía Puenzo. A obra foi escolhida para representar a Argentina na disputa por uma vaga na categoria do Oscar 2008 de Melhor Filme Estrangeiro – e acabou nem sendo selecionada entre as nove finalistas que brigariam efetivamente pela indicação.

 

O filme se passa durante os dias em que Kraken (Ricardo Darín) e Suli (Valeria Bertuccelli) recebem a visita de um outro casal e seu filho Alvaro (Martín Piroyansky), de 16 anos. Ao que tudo indica, os visitantes estão ali para conversar com os anfitriões de que é necessário e ainda dá tempo para que sua filha adolescente, Alex (Inés Efron), de 15 anos e portadora de hermafroditismo, faça uma cirurgia de mudança de sexo.

 

“XXY” poderia abordar tal tema de várias maneiras. A diretora e roteirista Lucía Puenzo nos mostra que Alex é uma jovem sem identidade alguma e que não sabe se é homem ou mulher, heterossexual ou homossexual. O filme tem até uma visão muito covarde disto tudo, já que retrata pessoas que se escondem, pois possuem medo de enfrentar seus problemas e de se assumirem da forma que realmente são. Por isso, o grande pecado desta obra é fazer com que o espectador acompanhe isto tudo de uma distância segura e desconfortável, sem se envolver muito com tudo o que está acontecendo.

 

Cotação: 5,0

 

XXY (XXY, 2007)

Diretor: Lucía Puenzo

Roteiro: Lucía Puenzo (com base no conto de Sergio Bizzio)

Elenco: Ricardo Darín, Valeria Bertuccelli, Germán Palacios, Carolina Pelleritti, Martín Piroyansky, Inés Efron



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Comentários


Kami, esse filme causou muita polêmica por onde passou. Conheci pessoas que adoraram o longa, mas também sei de várias que tiveram problemas com a sua abordagem. Essa visão covarda a qual citaste, me incomoda MUITO na atual circunstância da minha vida, hahahahahahahaha!

Bjos!!

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Kau, o meu problema com este filme foi mesmo a abordagem do tema, porque a temática dele é bem diferente e dava uma possibilidade bem melhor à diretora e roteirista. A visão covarde, Kau, infelizmente, é uma coisa mais comum do que a gente pensa. 🙂

Beijos!

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Verdade isso que o Kau disse. Já vi pessoas acharem um grande filme, ja outros considerarem “insuficiente”. Quando é assim o negócio é ver mesmo, para tirar essa conclusão.

Beijos!

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Alyson, exatamente! Só vendo para saber como a pessoa vai se posicionar diante do filme. Beijos e bom final de semana!

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Gostei um pouco mais desse “XXY”, Kamila. Também não aprovei tanto a maneira como a diretora tratou do tema, que realmente é bem interessante e poderia ser abordado de outras formas, mas ainda assim fiquei emocionado com a atuação da Inés Efron, sem dúvida uma bela revelação. Abraço!

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As opiniões que li acerca desse filme divergem. Fiquei muito curioso pois parece ser de um teor frágil. Tentarei ver neste mes.

Ciao!

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Oi Kamila,

Vi este filme há mais de um ano, mas pelo que me lembro, não compartilho com a sua opinião. Achei as interpretações sinceras e a abordagem muito sutil, sem cair em sentimentalismos. O filme fez mto sucesso de crítica aqui em SP. Mas como já tem um tempo que eu o vi, e como você levantou essa questão, agora vou revê-lo em dvd pra saber se minha opinião ainda é a mesma. Não me lembro de ter achado a abordagem covarde.

E esse Razão e Sentimento que vc está lendo não termina nunca, hein? rsrs

Bjo e bom final de semana.

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Kamila, também senti essa distância em relação aos personagens e o filme ainda não parece ter um foco certo ou um lugar a seguir, soa um tanto perdido. Muita coisa não fica explícita. O filme só perde com isso.

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Vinícius, concordo com você que a Efron surpreende. Ela interpretou seu personagem com muita sinceridade e soube expor muito bem o dilema dela. Abraço!

Wally, espero ler sua opinião sobre o filme, então, lá no Cine Vita.

Claesen, eu concordo que as atuações são sinceras, mas acho que o filme tem uma abordagem muito errada. E acabei de terminar “Razão e Sentimento”. Estava meio sem tempo e, por isso, li a obra aos pouquinhos. 😉 Beijos e bom final de semana para você também!

Rafael, concordo plenamente!

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Concordo com o seu texto. Inclusive nossas notas foram iguais. =D Apesar do tema interessante e rico o filme passa a impressão de que não tem muito a nos acrescentar e por isso acaba se recusando a discutir de uma forma mais aberta o tema que propôs. É realmente um desperdício.

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Marcel, me lembro bem de seu texto sobre este filme. Realmente, concordamos muito em relação à “XXY”.

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Eu, apesar de concordar com grande parte do teu texto, gostei bastante de XXY. Mas realmente poderia ter mais além…

Abraço, Kamila!

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grande coincidencia vc escrever sobre esse filme…. eu o assisti essa semana na minha aula de cinema e psicanalise da faculdade.
concordo com o seu ponto de que o filme acaba por mostrar muito mais as pessoas sendo covardes com relacao a esse assunto… mas um dos pontos que foram falados na discussao depois do filme é o fato de que nós brasileiros estamos acostumados a uma estetica mais escrachada quando o assunto é sexualidade no cinema e na tv – nao importa ela hetero ou homo -, e que o cinema argentino, como o europeu, tem uma maneira mais delicada e sutil de tocar nos msm assunto. mas não acho mesmo que seja um grande filme e até concordo com a sua nota.

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Kamila, acompanho seu blog há muito tempo e adoro suas resenhas. Sobre XXY, o maior descrédito do filme é repassar um conceito extremamente errado em um campo que já contém mitos demais (aquele do espectro da sexualidade humana).

Hermafroditas não possuem, necessáriamente, alterações genéticas. Na maioria das vezes, o problema está exatamente no fato de que o indivíduo é XX, porém tem orgãos sexuais externos masculinizados (vai desde um clítoris tão grande que parece um pênis até um pênis de verdade, sem demais orgãos internos bem formados) ou XY e possui orgãos sexuais feminilizados (comumente uma pseudovagina, em fundo falso, sem útero ou anexos). E isso só pra falar dos aspectos físicos/fenotípicos do indivíduo com hermafroditismo, se entrarmos no aspecto da sua sexualidade, a coisa fica ainda mais confusa e cheia de mitos.

XXY é uma alteração cromossômica que determina a síndrome de Klinefelter, que é caracterizada, quando o indíviduo possui alguma característica evidenciável, por HOMENS, com os orgão sexuais masculinos (sempre), pouco desenvolvidos, com estatura elevada e graus variáveis de retardo mental (desde o retardo mental pleno até o “esse cara é meio lerdo”).

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Pedro, tudo bem. Abraço!

Breno, interessante esta perspectiva que você trouxe, mas, por exemplo, “O Segredo de Brokeback Mountain” fala sobre o homossexualismo de uma forma suave, respeitosa e delicada e consegue ser um grande filme.

Baltasar, obrigada pelo comentário! Não sabia sobre estes detalhes em relação ao hermafroditismo e agradeço as suas explicações. Então, o filme teria um título errado?? Já que XXY não se refere ao hermafroditismo em si.

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Baltasar, muito obrigada pela matéria da Folha! Interessante as perspectivas dos médicos e da diretora. O pior é que XXY identifica o hermafroditismo em vários cantos, até em páginas da Wikipédia….

Dudu, e desistiu de baixar por quê? 🙂 Beijos!

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É que tem um monte de filme aqui pra ver, inclusive a caixa do Berlin Alexanderplatz, com sua smais de 16 horas… Aí pensei: deixa ler mais sobre o filme pra ver se vale a pena mesmo… Não, não vale a pena furar a fila!

Bjs!

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Dudu, com certeza, não vale a pena furar a fila. “XXY” pode esperar. Beijos!

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