logo

[REC]

publicado em:27/11/08 5:49 PM por: Kamila Azevedo Cinema

O uso de uma câmera como testemunha única de um ato extraordinário que aconteceu a um determinado grupo de pessoas não é novidade no gênero de suspense – vide filmes como “A Bruxa de Blair” e “Cloverfield – Monstro”. Este não é o único ponto em comum entre o longa espanhol “[REC]”, dos diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza (que co-escreveram o roteiro do longa ao lado de Luis Berdejo), e as duas obras norte-americanas. Os três enfocam personagens que se encontram totalmente sem saída, numa situação de contornos bastante pessimistas.

 

A equipe do programa de televisão “Enquanto Você Dormia” está passando uma noite em um quartel do corpo de bombeiros para acompanhar os soldados em sua rotina diária. Torcendo para que algo de interessante aconteça para acabar com o marasmo de sua noite, a jornalista Ángela Vidal (Manuela Velasco) mal sabe o que a espera. Ao lado do operador de câmera Pablo (Pablo Rosso), ela vai presenciar o atendimento de um chamado vindo de um prédio. O objetivo: o resgate de uma senhora idosa que, aparentemente, está fora de seu controle emocional. Uma vez estando lá dentro – e, agora, tendo a companhia de policiais e dos moradores do edifício – Ángela e Pablo vêem o inferno diante de seus olhos na medida em que pessoas ali dentro começam a se comportar como zumbis e em que eles são obrigados a ficar confinados dentro do prédio por autoridades da vigilância sanitária.

 

Os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza cometem seus erros mais graves no primeiro ato de “[REC]” – especialmente na parte de contextualização dos personagens que se encontram no edifício, o que faz com que a platéia perca um pouco o foco da situação que está acontecendo ali dentro. No entanto, a partir do momento em que “[REC]” decide destacar os males pelos quais todos os que estão dentro do prédio irão passar, o filme começa a ser aquilo que esperamos dele: algo assustador, tenso, nervoso e agoniante.

 

Como acontece com tudo que dá certo fora da indústria cinematográfica norte-americana, diante do sucesso de “[REC]”, produtoras hollywoodianas se certificaram de que um remake do filme espanhol fosse feito. “Quarantine” estreou no dia 10 de Outubro, nos Estados Unidos, e arrecadou – até agora – quase 32 milhões de dólares na bilheteria. O longa, que pouco causou barulho nas platéias yankees, deve estrear no Brasil somente no dia 27 de Fevereiro de 2009.

 

Cotação: 7,3

 

[REC] ([REC], 2007)

Diretores: Jaume Balagueró e Paco Plaza

Roteiro: Jaume Balagueró, Paco Plaza e Luis Berdejo
Elenco:
Manuela Velasco, Ferran Terraza, Jorge Serrano, Pablo Rosso, David Vert



Jornalista e Publicitária


Comentários


Imagine um produto onde todo mundo coloca nas alturas como se fosse um lindo pedestal. Imagine que você conseguiu possuir esse produto e descobre que ele consegue ser tão ruim e tão vazio quanto tudo que você já viu.

Pronto, essa é a minha sensação depois de ver esse filme ubersubestimado. Apesar a visão em primeira pessoa conseguir ser mais assustador, quando paramos e esquecemos a emoção e passar olhar com a razão percebe-se que é mais oco do que tudo que já se viu na vida. Curioso é que a primeira parte consegue ser melhor por que existe uma coisa chamada seriedade, porém apos o primeiro ataque, o filme pode ser equiparado com uma ladeira no qual despenca de um jeito tão sensacional que quando parece que chegamos ao fundo do poço, o filme entrega um dos momentos mais ridiculos do ano, no qual é o ataque final.

A sensação que chega ao final do filme é que percebemos que perdemos uma hora e 10 minutos de histerismo e anarquia que não fazem justificar o boca a boca que o filme tem. E outra … Cloverfield ao lado desse filminho é praticamente uma obra prima …

E se prepare que vai ter o segundo …

Beijos

Responder

Discordo totalmente do João Paulo quando diz que “Cloverfield ao lado desse filminho é praticamente uma obra prima”! Pra mim ‘Cloverfield’ é lixo perto de qualquer coisa! O que a já citada porcaria e o tão ruim quanto – ‘A Bruxa de Blair’ – não conseguiram, [REC] conseguiu. Isto é, fazer funcionar a estrutura narrativa de “câmera na mão”. Ela aumenta consideravelmente a tensão e o desespero proporcionado pela trama. E não soa falso ou forçado! Gostei de [REC]! Abs!

Responder

Olá, Kamila! tdo bem?

Nossa! Eu estou com um pouco de medo de ver este filme, não sei se é uma coisa bom, mas o trailer me assustou, rsrsrsrs! Verei quando puder. Aliás, antes da versão americana chegar, que parece que não foi muito aceito pela crítica.

Fique bem. Beijos!! 😉

Responder

É… o pessoal anda falando bem desse filme. Até animei a assistir. Uma curiosidade é que Hollywood já pensa numa adaptação.

Responder

Kami, permita-me discordar. A contextualização da qual vc fala diz respeito à repórter entrevistando os moradores? Se for, achei excelente. Uma maneira de respirar e preparar o espectador para o próximo ato mais tenso ainda. Também foi uma maneira de desenvolver cada um dos incomuns moradores. Sobre o ramake, uma palavra: medo. Não por Jennifer Carpenter que, a meu ver, é uma ótima atriz. Mas por ser um ramake mesmo…

De qualquer forma, bem-vinda ao clube dos que acham [REC] agoniante! E tenha a certeza de que vc não foi a única que se arrependeu de ir sozinha ao cinema, hahahahahahahaha.

Bjos!!

Responder

João Paulo, você é que é o especialista no gênero, mas me permita discordar de você. Apesar de ter achado “Cloverfield” melhor que “Rec”, reconheço que o longa espanhol tem muitas qualidades. Decepcionante e oco, para mim, foi “Os Estranhos”, mas isto é um assunto para o próximo post… Beijos!

Alex Sandro, concordo quando você diz que “a câmera na mão” funcionou muito bem em “Rec”. O filme cumpre aquilo que propõe. Abraços!

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? O filme dá medo, sim, mas é aquele medo bom. Não é um medo de assustar e fazer você ficar sem dormir. Beijos!

Anderson, Hollywood já fez a adaptação. O filme deve estrear em 2009, no Brasil.

Kau, sim, é a esta contextualização que me refiro. Entendo que ela seja importante na estrutura narrativa do filme, mas o ritmo de “Rec” é muito quebrado naquele instante. E eu devo assistir ao remake, só para ver o que os norte-americanos aprontaram!!! E, se eu assistir a “Rec” novamente, será acompanhada. 🙂 Beijos!

Responder

Kami, eu entendo perfeitamente. Você queria mais tensão…hahahahahahahahahahahahaha! Concordo que tenha quebra de ritmo, mas eu, particularmente, gostei disso. Da primeira vez que assisti, fui com minha prima, mas estava lotado de adolescentes histéricos e tudo parecia idiota, sabe? Da segunda vez, fui sozinho e quase tive que tomar soro de tanto que suei.

Bjos!!

Responder

Kau, exatamente! 🙂 Na minha sessão, tinham alguns adolescentes histéricos, mas bastou uns “SHHHHHHHH” que eles calaram a boca! Beijos!

Responder

Sério que já tem remake? Nem sabia. 🙂 E btw, não vi REC ainda, nem Cloverfield :/ Mas breve verei os dois, estarei de férias próxima semana, dae começo a me atualizar!

Responder

O filme tem tido uma boa média, em geral, com os blogueiros, Estou curioso para assistir.

Ciao!

Responder

Pois é, Kamila! O filme assusta em duas ou três partes… mas o medo faz parte do todo? Como faz O EXORCISTA? O BEBÊ DE ROSEMARY? A PROFECIA? Eu não gostei não…

Beijão! E cuide da SBBC, hein!

Responder

Como é interessante essa questão de como o mesmo filme é sentido e compreendido de forma diferente pelas pessoas. Digo isso porque gostei demais de ‘Os Estranhos’…rs! Mas vou esperar pelo seu próximo post. Abs!

Responder

Mas nunca um filme dividiu o publico como esse
Mas você vendo com atenção perceberás que não é tão maravilhoso quanto pensa …

Além disso, REC é daqueles filmes que ver no cinema é algo maravilhoso … ver em casa … bem … não é tão maravilhoso, para dizer a verdade catastrofico …

Beijos

Responder

Marcel, terá, sim, remake. A indústria de Hollywood é tão previsível, né??? 🙂

Wally, assista, mas sem altas expectativas. Deixe o filme te envolver.

Otavio, vou tentar cuidar. Até o dia 20, vou estar atolada porque estou fazendo um curso e tem prova vindo aí. Mas, fica tranquilo, que eu vou tentar dar uma organizada por lá. Só queria te pedir um favor. Entro em contato com você mais tarde, pelo e-mail, ok? Beijão!

Alex Sandro, vou publicar o post de “Os Estranhos” mais tarde. Abraços!

João Paulo, eu não achei um filme tão maravilhoso assim, mas é inegável que “[REC]” cumpriu seu papel. Beijos!

Responder

Kamila, também discordo do que você colocou como defeito no inicio do filme. Gosto muito desse filme (Vi a primeira vez no computador, para você ter uma noção, e suei frio também – assim provo que o que o JP disse sobre o filme não ser maravilhoso visto em casa está errada!) mas se tem algo errado em REC esse lugar é a ‘explicação’ no final. Não precisava daquilo. Apenas aquela cena final que (também ao contrário do JP) entra para os anais da história do horror de tão assustadora que é, já bastaria para terminar o filme perfeitamente bem e satisfeito.

E “REC” foi feito e lançado antes de “Cloverfield”, fora do Brasil.

E também não vamos comparar esta película espanhola com “O Exorcista” “O Bebe de Rosemary” e etc , né gente?

Um beijo e que bom que deu uma chance a esse filme, mesmo que esse gênero (ao contrário de mim) não seja o seu favorito. E, por favor, não veja o Remake no cinema, não. Não vamos dar dinheiro para quem quer faturar em cima da esperteza dos outros, né??! ahahah… Bom final de semana.

Responder

Eu não consegui gostar também! No “gênero” câmera amadora na mão “A Bruxa de Blair” ainda é imbatível!

Quero só ver o que farão de REC 2. Deve se passar 10 anos depois onde um outro grupo de pessoas encontra o prédio abandonado e coisas do tipo…

Abs!!!

Responder

Kamila, a nota do Kau e agora este seu texto, me fizeram querer ver este filme. Vc nao gostou do inicio,mas parece q depois a coisa anda e comeca a assustar de verdade.. Vou arriscar:) Bjs e bom fds!

Responder

Alyson, aquela explicação, no desfecho, não me incomodou de forma alguma. Acho que foi até necessário para que a gente entendesse mesmo o que estava acontecendo por ali. De alguma forma, aquilo apara as arestas do roteiro…. E vou assistir ao remake, não tem jeito….. rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs Bom final de semana!

Otavio, irei mandar um e-mail agorinha mesmo!!!

Pedro, “A Bruxa de Blair” foi um filme que me decepcionou demais na época… Achei muito barulho por nada. Eu também fico curiosa para ver como as continuações serão roteirizadas… Abraços!

Romeika, exatamente. É isso mesmo que acontece. Arrisque e vá acompanhada, por favor! 🙂 Beijos e bom final de semana para você também!

Responder

Pelo jeito esse “REC” foi super bem recebido entre os blogueiros, o que de certa forma me surpreendeu visto o conteúdo do longa. Ainda preciso ver, mas certamente aprovarei o resultado – adoro filmes de horror nesse estilo, “A Bruxa de Blair” foi o único filme que conseguiu me assustar realmente até hoje.

Responder

Os comentários a respeito desse filme eram realmente fortíssimos, mas não faz muito juz ao resultado final. De qualquer forma, a tensão que paira durante todo o filme se mostra mais que suficiente para envolver o espectador. Mas ainda assim, achei alguns momentos vazios. A noção que os diretores têm de espaço é absurda e os sustos são um atrativo à parte. Mas vamos combinar que aquele final com os recortes de jornais nas paredes é muito clichê. Pelo menos a sequência final faz a gente esquecer isso tudo. Resumindo tudo, um filme bom, mas falho.

Responder

Muita gente gostando, nossa estou louco pra ver. Embora eu não goste de terror, mas só o fato de não ser norte-americano já me interessei. Os filmes do gênero que saem no mercado americano são basicamente iguais de uns tempos pra cá.

Abraço!

Responder

Roberto, necessário “Rec” não seria, mas acaba trazendo algo de interessante.

Vinícius, eu não gosto de filmes de horror, mas este filme me deixou muito assustada. Fiquei com MUITO medo! 🙂

Rafael Carvalho, concordo em partes com seu comentário. Como disse ali em cima, o final não me pareceu muito clichê.

Rafael Moreira, exatamente! Abraço!

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.