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Rede de Mentiras

publicado em:11/12/08 10:34 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Nós aprendemos, desde cedo, um conhecido ditado que nos diz que nunca devemos fazer aos outros aquilo que não queremos que seja feito conosco. No início de “Rede de Mentiras”, do diretor Ridley Scott, seremos apresentados a uma interpretação diferente deste provérbio: a de que a pessoa, em algum momento de sua vida, vai retribuir o mal que lhe foi feito. Durante a experiência de se assistir ao filme, é bom manter esta pequena frase em mente.

 

Baseado no livro de David Ignatius, o roteiro de “Rede de Mentiras”, que foi escrito por William Monahan, fala sobre a questão do Oriente Médio, mais precisamente sobre a guerra contra o terror que está ali instalada. Todo este conflito está representado, no filme, através de três vértices: Ed Hoffman (Russell Crowe), o responsável pela Divisão dos Bálcãs da CIA; Roger Ferris (Leonardo DiCaprio), o agente mais talentoso de Hoffman; e Hani (Mark Strong), o maior dirigente do serviço secreto jordaniano, país que está envolvido em uma operação comandada por Ferris e Hoffman.

 

O filme de Ridley Scott apresenta um dos olhares mais profundos que assistimos, no cinema, em relação à política externa norte-americana no Oriente Médio. Tome-se como exemplo o personagem de Russell Crowe, que representa perfeitamente as mentes por trás da guerra contra o terror. Ed Hoffman é o homem que manipula as informações a seu bel prazer, que está pouco se importando com as casualidades da luta e que quer mostrar resultados. Do outro lado, temos os tipos como Roger Ferris (que carrega consigo as marcas do conflito e está cansado de tudo) e como Hani (que sabe que a guerra pode ser vencida utilizando um recurso mais importante que não é a tecnologia norte-americana).

 

Muito bem dirigido, escrito e atuado, é de se lamentar que “Rede de Mentiras” tenha tido um desempenho tão pífio nas bilheterias norte-americanas – perdendo para longas como “Beverly Hills Chihuahua”. O filme de Ridley Scott é daqueles que deveria ser obrigatório, até mesmo para nos ajudar a compreender o nosso mundo e uma questão que parece ser vital para a humanidade. A ameaça terrorista existe e deve ser levada a sério, mas não deve ser nunca utilizada como instrumento de persuasão e medo.

 

Cotação: 8,0

 

Rede de Mentiras (Body of Lies, 2008 )

Diretor: Ridley Scott

Roteiro: William Monahan (com base no livro de David Ignatius)

Elenco: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong, Oscar Isaac



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Comentários


Nos últimos anos, o Ridley Scott não chama muito a minha atenção, não. Acho ele muito repetitivo. De qualquer forma, ainda quero ver esse filme.

Mudando de assunto, vi que você começou a ler Lolita, do Nabokov. Esse livro é uma maravilha de sarcasmo. Fiquei fascinado quando li. Boa leitura.

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Kamila… obrigado!
Ouvi tantos comentários negativos do filme, e eu particulamente adorei!
Principalmente das atuações, do roteiro e da excelente montagem… a direção de Ridley não traz nada de inovador, mas consegue manter o clima criado do início ao fim da projeção, à medida que sabe conduzir muito bem seus atores.
Gostaria de vê-lo nomeado em qualquer categoria no Oscar, mas acho difícil…

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Eu acho o Ridley Scott complicado… Nem sempre acerta a mão. Esse aí realmente não despertou a minha curiosidade, mais por causa do argumento, e menos por causa da direção.

Bjs!

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Rafael, obrigada pelos desejos de boa leitura. Confesso que ainda tenho que começar a ler o livro, mas já inicio a minha leitura com esta sua excelente recomendação.

Sérgio, me lembro de ter lido suas previsões e de ter feito o comentário de que achava muito difícil ver este ótimo longa indicado ao Oscar.

Dudu, isso não aconteceu somente com você. O filme parece não ter despertado a atenção de ninguém – é só ver a lacuna de textos publicados sobre o longa nos blogs dos cinéfilos. Beijos!

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Fiquei surpresa com sua reação, Kamila, até porque esses filmes relacionados ao Oriente Médio quase nunca funcionam – à exceção de alguns poucos como “Syriana”, que foi top 10 em seu ano. Fiquei um pouco mais ansioso para ver “Rede de Mentiras” após seus comentários 😉 Abraço!

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Eu tenho pavor do Russell Crowe, mas reconheço que ele é um ator muito talentoso!
Leonardo Di Cpario está impecável, assim como em ‘Os Infiltrados’ e lindo de morrer (Ui)!
Mas, a grande estrela do filme é Mark Strong! Gente, ele é a alma do filme, virei fã!

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Só mesmo o cinema para nos colocar em situações tão opostas Kamila, se refizer seu texto, totalmente ao oposto, será a minha visão do filme.

Fraco e pretencioso. Compará-lo a Syriana, como fizeram no comentário lá do blog, é quase uma heresia.

O Crowe nunca esteve tão ruim, esse Monahan é uma farsa, e sem falar que o filme é totalmente ocidental, nos mostrando como a nossa cultura perfeita, e o oriente é o caos e o inferno.

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Aqui em PoA fica fácil acompanhar os lançamentos e esse é um que tá no topo da lista. Ridley tem minha confiança, hehe.

Beijo, belo findi pra ti! =*

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Vinícius, eu gostei muito deste filme e fiquei mesmo surpreendida por causa disso! Se assistir ao filme, espero que goste. Abraço!

Fabi, o Mark Strong realmente surpreende. Acho que este é o primeiro filme dele que eu assisto e ele deixou uma excelente impressão!

Cassiano, exatamente! Foi isto que comentei no Museu do Cinema. E eu mesma o comparei com “Syriana”, pelo menos, coloquei-o lado a lado deste filme no que diz respeito à qualidade e respeito totalmente a sua opinião sobre o longa do Ridley Scott.

Marcus, eu sei disso. Você gostou demais de “O Gângster” e este filme, pelo menos na minha opinião, consegue ser melhor que este longa. Beijos e bom final de semana!

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Estou empolgado para assistir a obra. Embora muitos não tenham gostado, acho que sua resenha resume bem o que espero.

Abs!

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Kami, está passando aqui há alguns dias já. Mas estou adiando devido às críticas negativas referentes ao filme. A sua, inclusive, foi a primeira positiva que li! Gosto de filmes políticos e que falam de poder, mesmo não tendo gostado tanto de Syriana (filme bom, mas não ótimo). Confesso que seu texto foi um estímulo… Talvez pegue uma sessão hoje.

Ótimo fds! Beijos!

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Curioso Kamila, eu tinha a impressão que esse filme não seria bem recepcionado, mas até que está sendo, as críticas estão comentando que é um bom filme, mas acho que mesmo assim devo ver só em DVD.

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Ainda não me atraiu tanto assim, mas agora que li o seu texto parece que realmente vale uma conferida.

Um beijo!

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Ramon, e eu espero que goste do filme, quando o assistir. Abraços!

Kau, fico feliz de ver que o texto tem despertado a atenção dos leitores em relação à “Rede de Mentiras”. O filme merece ser visto. Ótimo final de semana. Beijos!

Robson, que pena!!! Mas, espero que goste do longa quando o assistir.

Alyson, espero que o confira, então. Beijo!

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Olá, Kamila! Tdo bem?

Nossa, me surpreendeu este texto! Estava tão desanimada com o filme por causa das críticas, já ouvi uma falando que o filme merece o Framboesa de Ouro (????????????) Agora, me animei para ver! 😉

Beijos e tenha um ótimo fim de semana!

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Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Eu acho que é intriga da oposição dizer que “Rede de Mentiras” merece indicações ao Razzies. Beijos e bom final de semana!

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Oi Kamila, que saudades dos teus textos. Eu simplesmente estou afastado do mundo cinematografico, por conta de compromissos pessoais e trabalho.
Mas ontem fui ver esse filme, e me decepcionei.
Francamente, oque matou o filme foi o velho cliche da mocinha em perigo e o heroi largando tudo pra salva-la.Isso nao precisava no filme. A quimica entre DiCaprio e a menina foi forçada na minha opiniao.
Acho que o Ridley já ousou mt mais.
Vou tentar voltar nos proximos meses, com o blog e visitas aos amigos, Bjao pra vc!! 🙂

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Rogerio, saudades de suas visitas e comentários! Eu achei a trama com a enfermeira jordaniana totalmente desnecessária, mas, como obra de teor político, o filme é excelente! Beijão!

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[…] aborda o encontro que se dá entre Timofey e Shiv (Oscar Isaac, visto recentemente em “Rede de Mentiras“, de Ridley Scott). Em comum, os dois homens estão desesperados, amam profundamente as suas […]

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É um filme com uma temática bem actual. Abordada de forma interessante e ágil, não deixa espaço para tempos mortos. DiCaprio é competente e justifica o porquê de todos os seus projectos terem o sucesso garantido nas bilheteiras qb. Crowe tem uma actuação curiosa. Uma personagem abandalhada, até algo diferente do seu habitual.

7/10.

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Red Dust, eu também achei isso do filme. É atual, e fala muito bem de um tema tão importante.

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