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Fôlego

publicado em:18/02/09 3:04 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Uma das marcas do cinema do diretor sul-coreano Ki-duk Kim é a presença de personagens que falam muito pouco ou quase nada. Tal característica é mantida no filme “Fôlego”, no qual encontraremos seres que estão passando por um estado profundo de infelicidade, mas que tentam encontrar – silenciosamente e de forma solitária – algum tipo de sentido que faça com que seus estados de espírito sejam levantados e, em decorrência disso, eles possam continuar com a sua vida.

 

Yeon (Ji-a-Park) é a jovem esposa de um homem (Jung-woo Ha) que a trai abertamente. Quando ela tinha nove anos, passou alguns minutos morta, após superar seus limites físicos numa brincadeira de segurar a respiração debaixo d’água. É por esta razão que ela se emociona tanto quando escuta que o condenado à morte Jang Jin (Chen Chang) tentou suicídio pela segunda vez, diante da proximidade da sua data de execução.

 

Cansado de ver Yeon trancada dentro de casa, fazendo esculturas, o marido sugere que ela saia mais do apartamento aonde moram de forma a conhecer novas pessoas. É aí que a jovem decide conhecer Jang Jin na prisão. Na série de visitas que faz ao condenado, fica claro a intenção de Yeon de fazer com que o prisioneiro perceba que existem razões para se viver, apesar de todo o sofrimento que existe ao redor dele.

 

Um dos aspectos mais interessantes de “Fôlego” é a maneira como o diretor Ki-duk Kim resolve mostrar o sentido da vida. As cenas em questão podem parecer piegas e/ou engraçadinhas, mas, na verdade, refletem o conceito de que são as coisas – ou os atos – mais singelos que fazem com que a gente tenha o coração acalentado e enxergue a possibilidade do recomeço. Retratar isso usando a conexão entre pessoas tão distintas como Yeon, o marido dela e Jang Jin é uma das sacadas mais legais de um filme que chega a ser bastante irregular.

 

Cotação: 6,0

 

Fôlego (Soom, 2007)

Diretor: Ki-duk Kim

Roteiro: Ki-duk Kim

Elenco: Chen Chang, In-Hyeong Gang, Jung-woo Ha, Ji-a-Park



Jornalista e Publicitária


Comentários


Só vi dois filmes do Kim-ki Duk: Time: O Amor contra a passagem do tempo (Shi gan) e Casa Vazia, sendo os dois excelentes. (Gostei mais do primeiro, por pouco)

Acho que vou comprar sua obra mais elogiada: Primavera, verão, outono, inverno… e primavera.

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Kamila, o título do longa era de meu conhecimento, mas nem sabia que se tratava de um drama oriental. Não vi uma obra sequer de Ki-duk Kim e se este é apontado por você como um filme irregular, acho que vou começar vendo “Time”.

Beijos!

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Eu adoro filmes assim, existenciais. Que questionam sentidos, que propõe novas visões. Não conhecia “Fôlego”, mas vou tentar dar uma conferida.
Um beijo!

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preciso conhecer melhor o cinema sul-coreano.
se depender de cine p/ ver esses filmes, estou ferrado(a maioria sao de circuito restrito). mas sempre ha bons exemplares volta e meia na TV paga e principalmente nos “Cine Downloads” da vida.

😛

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Desonhecia todos e tudo que foi relatado na resenha. Mas gostei da ideia. Assim que possível irei conferir algo.

Abs!

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Nossa, não vi um único filme desse diretor. Mas admiro o cinema oriental, há sempre algo novo, mesmo que muitos filmes pequem pela irregularide, até como dissestes no texto.

É um mercado a ser melhor explorado. Duro é ver Hollywood se aproveitando de um sucesso por lá, Oldboy que o diga, com Spielberg e Will Smith ainda. É uma pena, mas se até o Scorsese topou uma dessa e ainda levou seu Oscar por isso, fica difícil julgar. Acabei falando sobre outro assunto, perdão. hehe

Beju Kamila!

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Eu gosto do cinema de Ki-duk Kim, mas esse aí me parece muito melodramático. Lições de vida no cinema são tão perigosas quando feitas às claras…

Bjs!

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Juliano, é um desafio especialmente quando alguns personagens pouco falam, como é o caso deste filme.

Ibertson, este foi o primeiro filme do Ki-Kim-Duk que eu vi. Sabia da reputação do diretor e confesso que esperava mais de “Fôlego”. Mesmo assim, este é um longa interessante de se assistir, por ter uma maneira narrativa diferente da que estamos acostumados.

Alex, que filme seria “Time”??? Beijos!

Weiner, assista e veremos o que achas do filme. Beijo!

Leonardo, e este filme entrou em cartaz na sessão de arte daqui de Natal.

Jeniss, os filmes orientais são super bem falados. Muitos até consideram os longas de lá como alguns dos melhores que têm sido produzidos ultimamente. Eu conheço pouco da cinematografia dos países de lá, mas sempre que entro em contato com filmes orientais acabo achando algo interessante para comentar.

Ramon, tomara que você consiga encontrar este filme facilmente. Abraços!

Victor, exatamente! E confesso que esta idéia do remake de “Oldboy” não me agrada em NADA!!! Beijo!

Dudu, você se engana. Este não é um filme melodramático. Pelo contrário. Tem mais melancolia e tristeza que drama propriamente dito. Beijos!

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Gosto muito do cinema oriental e fiquei surpreso com seus comentário sobre esse filme do Ki-duk Kim, esperava mais de “Fôlego”. Na verdade tem uma corrente que diz que o longa não é grande coisa mesmo, apenas um trabalho correto. De qualquer forma estava na minha lista de produções para ver no ano passado, pena que nem chegou por aqui.

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Kamila, adoro o cinema do Kim Ki-duk com esas sua vertente para os silêncios e destaque à construção do drama, mais aquela pitada de poesia tão comum em sua obra. Também acho esse filme um tanto irregular, mas me surpreendi com o final que podia se tornar bem previsível, mas o Kim reverte nossas expectativas. Fôlego é o filme mais fraco dele que eu vi, gosto muito de Time e O Arco e Casa Vazia.

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Assim Milla, apenas discordo do primeiro paragrafo. Já vi alguns filmes do diretor e muitas vezes essa questão de falar pouco ou quase nada é balela. A ausencia de conversa muitas vezes é para dar uma enfase a história e perceber que muitas vezes o silencio consegue ser mais valioso do que criar dialogos podres e sem sentidos.

Vendo os outros filmes dele percebe-se que ele fez uma trilogia sobre o vazio nos relacionamentos (Time, Fôlego e Casa Vazia) e consegue ser bem sucedido em colocar para o publico que muitas vezes o silencio consegue ser ao mesmo tempo uma sensação penosa, consegue explorar e muito bem o drama, fato levantado pelo nosso colega Rafa.

E Fôlego não fica atrás, não pode ser incrivel quanto os outros filmes dele, mas consegue ser bem anos luz do que qualquer filme romantico que força ao espectador se emocionar com tudo o que vê e depois esquecer em um piscar de olhos.

Dê uma outra chance a outra e veja os outros, principalmente Casa Vazia e Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera. Um beijo e te cuida anjinho.

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Vinícius, eu concordo com quem disse que esta é somente uma produção correta.

Rafael, então acho que minha impressão sobre este filme estava correta. Trata-se mesmo de uma obra irregular. E eu concordo em relação ao final, que poderia ser mais pessimista, mas acaba sendo um tanto otimista em relação ao futuro.

João Paulo, fica difícil para mim falar sobre o diretor, porque não conheço suas outras obras. Portanto, minha opinião sobre “Fôlego” é baseada em uma experiência isolada. E fique tranquilo que não perdi a vontade de ver outros filmes do Ki-Kim-Duk. Beijo!

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João, se eu tiver a oportunidade de assistir ao filme, farei isso. Até mais!

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