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Divã

publicado em:5/06/09 8:40 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Em um dos trechos do livro “Divã”, de autoria de Martha Medeiros, a personagem principal, a professora particular e aspirante à pintora Mercedes afirma: “Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas ideias minhas que não são muito abençoáveis”. 

Em tal trecho, podemos encontrar toda a essência do filme dirigido por José Alvarenga Jr., cujo roteiro se baseia em uma bem sucedida peça teatral, a qual, por sua vez, foi inspirada pela obra de Martha Medeiros. “Divã” fala de uma maneira fácil e bem humorada sobre uma necessidade básica de qualquer ser humano: a de compreender a si próprio, a de tentar encontrar seu lugar no mundo, a de tentar se conhecer a fundo. E Mercedes encontra isso nas sessões de terapia com o psicanalista Lopes – aqui, temos um recurso narrativo muito interessante, pois o terapeuta nunca mostra seu rosto ou intervém na trama do filme. Ele é um puro ouvinte passivo de todos os relatos de Mercedes.

No filme, vamos acompanhar cerca de três anos da vida dela, os quais englobam os relacionamentos com o marido Gustavo (José Mayer), os dois filhos, a melhor amiga Mônica (Alexandra Richter); as escapadelas com Theo (Reynaldo Gianecchini) e Murilo (Cauã Reymond); a necessidade de se sentir desejável e atraente perante um terceiro olhar e, principalmente, a vontade de se fortalecer como pessoa, de forma a enfrentar as dificuldades e as pequenas crises diárias que encontramos em nossa rotina. 

O grande ponto que conta a favor de “Divã” é a leveza do material que nos é apresentado. Nesse sentido, o diretor José Alvarenga Jr., que tem no currículo séries como “A Diarista”, “Minha Nada Mole Vida”, “Os Aspones”, “Os Normais”, “Sai de Baixo”, “A Justiceira”, entre outros, é o profissional perfeito para relatar esta história. Além disso, o diretor acertou ao manter Lília Cabral (que carrega com competência o longa nas costas) e Alexandra Richter nos mesmos papeis que elas interpretaram na peça. A química entre elas é outra qualidade de “Divã”. Contra o filme, no entanto, atua a sensação de rapidez com que a história é concluída. Eu fiquei com gosto de quero mais. 

Cotação: 7,0 

Divã (2009)
Diretor: José Alvarenga Jr.
Roteiro: Marcelo Saback (com base na peça de sua autoria e no livro de Martha Medeiros)
Elenco: Lília Cabral, Alexandra Richter, José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Eduardo Lago, Elias Gleiser



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Comentários


Parece ser o típico caso de filme nacional que mesmo com fins quase que totalmente comerciais, parece apresentar algo de interessante. Me interesso especialmente pela atuação da Lília Cabral, uma excelente atriz.

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Olá, Kamila! tudo bem?

O filme deve valer mesmo pela atuação da Lília Cabral, que parece estar hilária. Mas tem uma premissa interessante.

Beijos e tenha um ótimo fim de semana! 😉

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Vinícius, exatamente. Neste caso, o interessante é a leveza e a graça do material. A Lília está excelente no filme.

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Como disse ao Vinícius, o filme vale pela Lília Cabral e pela leveza do material. Beijos e bom final de semana!

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Eu infelizmente perdi esse filme aqui no cinema e devo ver mais a frente, embora não tenha tantas expectativas por ele. Parece comédia besteirol, mas vale dar uma chance!

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Adorei o filme, correspondeu às minhas expectativas! Também achei interessante e eficiente não mostrar o terapeuta e nem deixar que ele interfira na trama. Adorava as cenas que ela ‘conversava’ com ele.. =) E a dupla aí da fto é simplesmente sensacional! Duas ótimas atrizes.

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Cleber, o interessante é perceber que, neste ano, o cinema brasileiro só nos brindou com bons projetos leves e agradáveis – casos de “Se Eu Fosse Você 2”, “Divã” e “A Mulher Invisível”.

Jeniss, você irá rir bastante com este filme e isso será suficiente. Abraço!

Marcel, eu não esperava muita coisa, mas fiquei feliz de ver que o filme tem muitos pontos legais. E as duas atrizes da foto dão show!!

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Não sou grande fã destes filmes brasileiros com a cara da Globo Filmes, mas fiquei curioso com esta história. Me parece bem próximo da realidade, sem ofender a inteligência do espectador.

Até mais.

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Kamila, posso dar uma sugestao? Por que vc náo faz um post sobre a evoluçao do cinema nacional?

Embora quase nao comente, vivo lendo seu blog. Gosto muito das suas análises sobre filmes.

Vi Diva e gostei. Hilário.

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VI O TRAILER E ME INTERESSEI DE VERDADE, SÓ O ROTEIRO QUE ME DEIXOU COM UM PÉ ATRÁS, SERÁ QUE UMA MULHER NÃO TÃO VELHA QUE MORA NO BRASIL REALMENTE NÃO SABERIA O REAL SIGNIFICADO DE “BALADA”?

BEIJOS

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Ainda não tive oportunidade de assistir, mas já li o livro e sei do que se trata (gosto muito da Martha Medeiros). Podia ter visto no Odeon e perdi a oportunidade de ver a Lílian Cabral, que é ótima. Mas ainda vou dar uma conferida. Sinto que vale o ingresso.

P.S: Claquete muda de endereço (cansei de tratar com a minha antiga página), mas mantém a qualidade que todos que visitam já conhecem. Só falta você aparecer lá…

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Renan, obrigada pelas visitas e pelo comentário. Eu vou tentar seguir sua sugestão. Adorei!!

Brenno, pode acontecer… Tem muita gente que não entra em contato com esse tipo de gíria. Beijos.

Roberto, vale o ingresso, sim. E te visitarei no novo endereço.

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Olá!
Eu assisti à peça e não vi necessidade de ir ao cinema. Será que vale a pena mesmo?

Beijocas!

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Kamila, como já disse por aí, tenho pavor da Martha Medeiros e dos textos dela, então nem vou conferir esse “Divã”.

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Otavio, a Lília é mesmo uma grande atriz. Beijos e bom final de semana!

Carol, eu não vi a peça, mas gostei do filme. Achei ótimo! Beijos!

Matheus, eu não conheço os textos da Martha Medeiros, mas eu gostei de “Divã”.

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Num sei não, hein… Eu já não gosto do que escreve a Martha Medeiros…

Bjs!

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Dudu, como eu disse ao Matheus, nem conheço os textos da Martha Medeiros, mas gostei de “Divã”. Beijos!

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