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Valsa com Bashir

publicado em:14/08/09 12:34 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Assim como “Persépolis”, “Valsa com Bashir”, de Ari Folman, é um filme de animação muito mais dirigido aos adultos e que faz uma crônica – baseada em elementos autobiográficos – sobre um momento político importante de um país do Oriente Médio. O longa foi inspirado na busca do próprio Folman pelas memórias do tempo em que, aos 19 anos, em 1982, ele serviu ao exército israelense na Guerra do Líbano, a qual durou de Junho a Setembro daquele ano. 

O filme parte de uma situação interessante: ao encontrar um amigo no bar e vê-lo falar sobre um sonho recorrente que ele tem e que remete a um momento particular que esse amigo viveu enquanto servia ao exército, Ari percebe que tem nenhuma lembrança sobre este período de sua vida. Intrigado pela situação, ele parte em busca das pessoas que podem ajudá-lo a recriar aquilo que ele viveu e, a cada novo encontro, uma porta é aberta, elementos são descobertos e cenas nem sempre agradáveis nos são reveladas através dos traços do animador David Polonsky. 

Por causa disso, “Valsa com Bashir” também pode ser definido como um documentário, uma vez que sua estrutura narrativa mostra o encontro de Folman com as diversas pessoas de seu passado (comerciantes, jornalistas, dentre outros); seres que compartilharam da dura experiência da guerra com ele e que o estão ajudando a entrar em contato com lembranças que ficaram claramente reprimidas por uma razão, mas que foram fundamentais para transformá-lo no homem que ele é hoje. 

O filme termina com o retrato daquele que foi, talvez, o pior momento da Guerra do Líbano: o Massacre de Sabra e Shatila, que aconteceu entre os dias 16 e 18 de Setembro de 1982, pelas mãos de milícias libanesas que tiraram as vidas de cidadãos palestinos e libaneses nas ruas de Beirute, especialmente em uma área que era controlada pelo exército israelenses (o que gerou desconfiança da participação deles no evento). As cenas vistas por nós, como espectadores, mesmo atenuadas pelos traços animados, são duras e difíceis e nos ajudam a compreender o por quê da supressão das memórias por parte de Ari Folman. Vivenciar uma guerra é difícil e, talvez, para continuar a vida seja necessário esquecer certos detalhes difíceis, porém sem nunca perder a sensação de que são estes instantes que fazem parte da nossa formação como seres humanos. 

Cotação: 8,0

Valsa com Bashir (Vals Im Bashir, 2008)
Diretor: Ari Folman
Roteiro: Ari Folman
Com as vozes de: Ron-Ben Yishai, Ronny Dayag, Ari Folman, Dror Harazi, Yehezkel Lazarov, Mickey Leon, Ori Sivan, Zahava Solomon



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Comentários


É o filme mais cult dos últimos anos mas se dá o direito de ir muito além disso. É, acima de tudo, louvável. 4,5/5

Abrazo Roto!

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Olá, Kamila! tudo bem?

A película parece ser ótima tanto na história como animação. Sua premissa interessante é o me leva a procurar logo por “Valsa com Bashir”. Ainda bem que chega em DVD neste mês. 😉

Beijos!

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Olá kamila

Me interessei bastante por este longa, principalmente por se tratar de uma animação. Entrou para a minha lista, assim como o “Persépolis” que ainda não tive tempo de conferir.

Bjs e até mais.

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Bruno, não gosto muito da palavra cult, mas acho que o filme é louvável, sim. Abraços!

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Ainda bem mesmo que o lançamento dela em DVD acontece neste mês. Assista ao filme. Beijos!

Altieres, assista aos dois longas, que são interessantes demais. Beijos! Até mais!

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O terceiro melhor filme do ano (atrás de O Lutador e UP)
Uma experiencia inesquecivel e ao mesmo tempo sufocante.
Terminamos assim como Ari, chocados com a capacidade do mal que é a guerra, e mais mal ainda com a capacidade da nossa mente de proteger de algo terrivel que é ver inocentes morrendo, crianças manejando armas e principalmente a sensação de andar em lugares onde cheira a morte.

Inesquecivel e primososo … pensei que sua nota seria maior Milla … mas tudo bem … abraços!

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Acho que a palavra que define “Valsa com Bashir” é mesmo cult. A criatividade e a estrutura inovadoras encantaram a maioria das pessoas (inclusive eu). Acho até que deveria ter ganho o Oscar. Obras assim são raras – e merecem destaque.
Beijos!

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João, ainda tenho que assistir aos seus dois melhores filmes do ano. Abraços!

Thaís, assista mesmo. Bom final de semana!

Weiner, disse ali em cima que não gosto da palavra cult. Porém, concordo que estamos diante de uma obra criativa e inovadora. E concordo também que deveria ter vencido o Oscar. Beijos!

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Kamila, legal q tenhas gostado dessa animação!
Eu sou um q adorei, achei excelente, elogiei bastante quando comentei no meu blog!
Bjos! Diego!

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Sou louco pra ver “Valsa com Bashir”, Kamila. Principalmente depois de sua opinião ser positiva. Vou procurar pela animação, pois é um estilo que curto bastante assistir. Abraço!

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Belíssimo filme, belíssima animação e belissimo texto Kamilinha. Gostei muito também e o fim é pesadinho mesmo.

Beijõezões, ótimo findi! =)

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Diego, que bom que gostamos do longa. Beijos!

Rafael Moreira, se você gosta desse estilo de filme, então tem tudo para apreciar o longa. Abraço!

Marcus, obrigada! Beijos e bom final de semana!

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Acho bem interessante ver o gênero sendo usado para contar outras histórias que não sejam as típicas tramas infantis as quais estamos acostumados. “Valsa com Bashir” foi uma experiência bastante marcante para mim, especialmente por causa de seu final.

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Vinícius, eu também acho isso bem interessante e o filme foi marcante para mim também!

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Tenho muito interesse de assisti-lo, assim como também tenho por Persépolis infelizmente o canal onde que passa esses filmes não pega na minha casa espero poder ve-los esse ano.

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