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A Bela Junie

publicado em:2/09/09 10:03 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Após assistir a algumas obras do diretor e roteirista francês Christophe Honoré, a conclusão a que se chega é a de que ele deve ser alguém que acredita muito no amor. A maioria de suas obras, pelo menos aquelas que chegaram aos cinemas brasileiros, como “Em Paris” e “Canções de Amor”, nos colocam diante de personagens que estão tentando encontrar uma maneira de compreender e de lidar com o amor. Não vai ser diferente com sua mais recente obra, “A Bela Junie”. 

A personagem principal do filme é uma jovem de 16 anos (interpretada por Léa Seydoux) que acaba de entrar em um novo colégio, no qual estuda seu primo. Ao seguir o cotidiano destes adolescentes e dos professores do colégio – em especial Nemours (Louis Garrel, presença cativa em todos os filmes de Honoré) –, “A Bela Junie” fala a respeito da dificuldade de se ter coragem para viver um relacionamento pleno e para se assumir um sentimento que se tem por alguém. 

Um dos aspectos mais interessantes da obra acaba sendo a maneira como Christophe Honoré e Gilles Taurand criaram a jovem Junie. Ela será um enigma para nós durante toda a duração de “A Bela Junie”. Tanto mistério, como é tão comum, fará com que ela seja um objeto de desejo e de atenção entre os colegas, em especial os amigos do primo – além do já citado professor Nemours, temos o sensível Otto (Grégoire Leprince-Ringuet). 

Com “A Bela Junie”, Christophe Honoré alcança um melhor resultado do que o obtido em “Canções de Amor”. É curioso, no entanto, perceber que, aqui, o diretor faz um aprofundamento do que foi tratado no seu musical. Neste novo filme, temos o encontro com a presença e a ausência do amor, com a tragédia, com o medo de se entregar, com a vontade de fugir, com aquela sensação de que é melhor ser infeliz do que correr o risco de se machucar ao amar alguém. Enfim, todos temas que são muito próximos de nós em várias etapas de nossa vida e que, mesmo assim, nos causam tanto interesse – não importa a experiência que temos nesta matéria. 

Cotação: 6,0

A Bela Junie (La Belle Personne, 2008)
Diretor: Christophe Honoré
Roteiro: Christophe Honoré e Gilles Taurand (que se basearam livremente na obra “La Princesse de Clèves”, de Madame de La Fayette)
Elenco: Louis Garrel, Léa Seydoux, Grégoire Leprince-Ringuet, Esteban Carvajal-Alegria, Simon Truxillo



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Comentários


Kami, eu adoro o cinema de Honoré. Apesar de sempre acreditar na vitória do amor, como vc bem disse, ele arranca qualquer tipo de clichê que queira parasitar a fita. Em Paris é uma coisa linda e adoro Canções de Amor. Minha expectativa para este A Bela Junie, então, é gigantesca! Além de tudo, tem Louis Garrel!!!!! 😀

Beijos!

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Assisto a quase tudo nos cinemas, como você sabe. Mas como A Bela Junie estreou primeiro em São Paulo e depois nas outras capitais acabei perdendo! Quando decidi correr atrás as cópias já estavam viajando pelo Brasil! 🙁

Beijo!!

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Sempre ouvi coisas boas, mas nunca vi nada do Honoré. 🙁

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Kau, eu não sou a maior fã do cinema do Honoré, mas concordo contigo: ele fala do amor fugindo do clichê. E o Louis Garrel é TUDO DE BOM!!! Beijos!

Louis, eu fiquei surpreendida desse filme ter passado aqui novamente – veio pra Natal, no ano passado, num festival de cinema francês. Beijo!

Bruno, assista! Até mesmo para ver como você vai se posicionar diante da obra dele.

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Putz, como eu quero ver esse filme! Putz, como eu deixei passar esse filme? Putz, valeu por lembrar, Kamila!

Bjs!

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Você sabe como eu adoro o cinema do Christophe Honoré, portanto nem tenho o que comentar de ruim desse filme, rsrsrs. Provavelmente é seu melhor trabalho de direção, ainda que eu seja fã dos dois anteriores também.

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Eu adoro “Canções de amor” e ainda não assistir “Em Paris”, mas quero muito vê esse filme também. Deve ser ótimo.

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Dudu, passou aí, já?? Beijos!

Vinícius, eu sei que você é o maior fã dele que conheço! 🙂 E eu gostei mais desse filme que dos outros, acho.

Luís, eu gostei mais desse que dos outros dois que você citou!

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Oi Kamila! Não vi A Bela Junie ainda, teve uma passagem relâmpago aqui nos cinemas do interior do RS, mas guardo boas lembranças de Canções de Amor. Mais um que só dará pra conferir em DVD. abs.

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Realmente o que mais agrada nos filmes de Honoreé são os temas românticos. Recentemente vi “As Canções de Amor” e achei o filme muito bom. Sobre “A Bela Junie”, tenho curiosidade, mas não conferi ainda – algo que devo fazer em breve.
Beijos!

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Charles, então, espero que possa conferir o longa em breve.

Weiner, eu não gostei de “Canções de Amor”. Beijos!

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Nossa Kamila, gosto bem mais de Canções de Amor do que de A Bela Junie, talvez o filme do Honoré mais fraco pra mim. Não senti essa profundidade toda nem acho o roteiro tão consistente assim, não sei se porque aqui se trata da adaptação de uma obra clássica (o próprio filme adota uma abordagem mais clássica e bem menos fresca e livre de Canções e Em Paris – filme que amo de paixão!). Os atores continuam bons, mas nada tão demais assim. Enfim, esperava mais.

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Amo o cinema de Honore… quero ver este logo, logo.

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Rafael, eu não esperava nada desse filme, justamente por não ser a maior fã do cinema do Honoré, e acabei gostando!

Wally, se você gosta do diretor, então vai adorar o longa!!!

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