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O Equilibrista

publicado em:15/10/09 10:01 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Se existe uma frase que pode definir o que o acrobata francês Philippe Petit fez, durante toda a sua trajetória, é a seguinte, de autoria de Arthur C. Clarke: “O único meio de definir os limites do possível é tentar ultrapassá-los a caminho do impossível”. Contra todas as probabilidades e lutando contra todos os obstáculos, Petit fez carreira como um equilibrista, desafiando alguns dos cenários mais lindos do mundo, como a Catedral de Notre Dame (Paris) e a Sydney Harbour Bridge (em Sydney, Austrália). 

Porém, o maior desafio de sua carreira, a realização de seu maior sonho foi a travessia entre as duas torres do World Trade Center, em Nova York, no dia 07 de Agosto de 1974, quando ele tinha somente 24 anos. Considerado pela revista Time como o maior crime artístico do século, é justamente este acontecimento que é o objeto de estudo do documentário “O Equilibrista”, do diretor James Marsh, obra vencedora do Oscar da categoria no ano de 2009. 

O diretor James Marsh entrevista todos os personagens que participaram dos mais de seis meses de planejamento da travessia do World Trade Center – além do próprio Philippe Petit, temos a equipe dele (formada por Jean-François, Jean-Louis, David, Alan, Barry e Jim) e a namorada do acrobata na época, Annie. Todos eles bancaram o sonho de Philippe, que ficou fascinado pela estrutura das Torres Gêmeas quando viu a notícia da construção delas em uma matéria de jornal, enquanto esperava para ser atendido pelo seu dentista. 

Além disso, o documentário enfoca também as consequências judiciais desse ato transgressor e ilegal – afinal, para conseguir atravessar o World Trade Center, Petit e equipe tiveram que burlar a segurança do prédio, invadir uma propriedade pública e montar sua estrutura na calada da madrugada. Nesse momento, “O Equilibrista” ganha ares até emocionantes, porque é muito difícil passar por uma experiência dessas, que deu notoriedade mundial para Philippe Petit, sem sofrer transformações – algumas delas, mudanças para a vida toda. 

Só por estas poucas linhas já dá para perceber o quanto “O Equilibrista” trata de um assunto interessante. Philippe Petit é um personagem e tanto. Seus amigos são figuras raras. Annie fala com um entusiasmo visível sobre o tempo vivido ao lado do acrobata. A jornada vivida por todos eles é mesmo cinematográfica – tanto que vários dos momentos do planejamento da ação no World Trade Center foram reencenados, para o documentário, por uma equipe de atores. No final, a obra acaba sendo um belíssimo retrato de como é importante se persistir no sonho e que o trabalho duro e árduo dá seu resultado!

Cotação: 8,0

O Equilibrista (Man on Wire, 2008)
Diretor: James Marsh
Roteiro: Philippe Petit (tendo como base seu próprio livro)
Com os depoimentos de: Philippe Petit, Jean François Heckel, Jean-Louis Blondeau, Annie Allix, David Forman, Alan Welner, Barry Greenhouse, Jim Moore



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Comentários


Nossa, essa semana eu pensei em bixar esse filme, mas nao tive tempo!
Esse filme, como diz o Sr. Burns, deve ser “Excelente”

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Vi o making of na televisão e me deu mais vontade de assistir, agora com sua crítica a vontade aumentou, vou procurar pra ver 😉

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Kamila, gostei de “O Equilibrista” tanto quanto você. De fato, Philippe Petit tem uma vida que merecia aparecer no cinema. Mas como comentei com você no Twitter, fiquei um pouco incomodado pelo material tão escasso que ele e sua equipe tiveram do grande feito de atravessar as Torres Gêmeas. Fez perder um pouco do encanto, mesmo com o entusiasmo dos depoimentos.

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Alex, mas é compreensível a falta de material, uma vez que foi tudo feito às pressas.

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Não esperava tanto desse filme e ele me surpreendeu totalmente. Nem sei se é porque adoro documentários, mas achei toda a história muito emocionante – uma verdadeira lição de que devemos perseguir nossos sonhos.

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To com ele aqui … mais ainda não vi.

Mas sei que deveria … pq o dia não tem 160 horas hein ? rs

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Olá, vim conhecer seu blog, e desejar bom fim de semana.
bjs

aguardo sua visita 🙂

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Vinícius, concordo. A história também me surpreendeu justamente por este detalhe que você ressaltou.

Alexandre, assista-o!!! 🙂

Dri, obrigada pela visita e pelo comentário! Beijos!

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Apesar do equilibrista ser meio lelé da cuca, é um cara apaixonado pelo que faz. Isso por si só já torna o documentário significativo e emocionante. E o apelo as Torres Gemeas, incluindo as imagens de arquivo de sua construção, dá uma dimensão ainda mais importante. Beijo!!

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Otavio, concordo! Beijos e bom final de semana!

Louis, é verdade. Ele faz o que gosta e isso é notado de cara. E o apelo às Torres Gêmeas é sensacional. Beijos!

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Confesso que já o segurei na mão , mas acabei por não leva-lo da locadora, gosto de documentarios ainda mais com temas bem variado como esse.

bjs e te mais!

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O filme parece ótimo, mas não sei o que algumas locadoras tem contra documentários, que é raro ver este tipo de filme disponível… Vou tentar outras fontes, rsrsrsrs.

Beijos! 😉

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Ygor, eu também gosto de documentários e queria poder conferir mais longas do gênero! Beijos e até mais!

Mayara, o Ygor encontrou o filme na locadora. Vê se na que você frequenta, não tem um! Beijos!

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