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Os Falsários

publicado em:9/11/09 10:27 PM por: Kamila Azevedo TV

Baseado em fatos reais, o filme alemão “Os Falsários”, do diretor Stefan Ruzowitsky, conta a história por trás da Operação Bernhard, na qual foi feita a maior falsificação de todos os tempos, quando o exército alemão nazista, durante a II Guerra Mundial, obrigou um grupo de judeus prisioneiros de um campo de concentração a falsificar milhões de libras inglesas e, posteriormente, um punhado de dólares. 

Isto só foi possível graças a presença de Salomon “Sally” Sorowitsch (Karl Marcovics) neste grupo. Falsificador de primeira qualidade, Sally foi preso e enviado a um campo de concentração, aonde, de vez em quando, dava uma amostra de seu talento incomum. Em uma de suas constantes mudanças de “moradia” durante a guerra, Sally é descoberto pelo seu algoz, Friedrich Herzog (Devid Striesow), o qual coopta-o para a Operação referida no primeiro parágrafo de nosso texto. 

É desta maneira que a qualificação rara de Salomon “Sally” Sorowitsch acaba salvando-o da morte. Por ser útil a um determinado propósito dos alemães, Sally usa seu dom como moeda de negociação e consegue convencer ao seu “chefe” de que precisa de uma equipe trabalhando com ele direto nas falsificações. Portanto, ao ajudar os alemães a financiar a guerra e a recuperar a economia de seu país, Sally ainda consegue evitar a morte de outros amigos judeus que passam a fazer parte desse exército paralelo de falsificadores – e, ainda assim, a posição de Sally é delicadíssima, uma vez que ele vive no seu limite o tempo inteiro e depende do bom humor e da boa vontade dos alemães para o seu plano continuar dando certo. 

Vencedor do Oscar 2008 de Melhor Filme Estrangeiro, “Os Falsários” é uma obra que chama a atenção justamente por oferecer uma perspectiva diferente sobre um tema que é abordado à exaustão pela sétima arte. O elemento interessante do filme é a oportunidade que ele nos oferece de ver judeus e alemães do mesmo “lado” em um dos aspectos vividos na II Guerra Mundial. Mesmo assim, contraditoriamente, tanto os judeus quanto os alemães sabem que não estão no mesmo barco. Os primeiros lutam pela sobrevivência e nunca estão livres o suficiente para agir com os segundos – os quais usam os judeus, nesse caso, para benefício próprio e do regime pelo qual eles lutavam.

Cotação: 7,5

Os Falsários (Die Fälscher, 2007)
Diretor: Stefan Ruzowitsky
Roteiro: Stefan Ruzowitsky (com base no livro de Adolf Burger)
Elenco: Karl Marcovics, August Diehl, Devid Striesow, Martin Brambach, August Zirner, Veit Stubner



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kamila, achei ele um pouco confuso no começo e depois cansativo, mas não que seja um filme ruim.

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Bruno G., no início, o filme é confuso mesmo. Mas, acho que isso não acaba prejudicando a obra, no final!

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Eu achei um bom filme, merecedor do status que conquistou. Dentro de um tema que pode ser arriscado, pois existem muitos filmes que tratam do Holocausto, Os Falsários consegue fazer seu nome!

Abs, Kamila!

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Parece um típico filme vencedor de melhor filme estrangeiro. O que nos últimos tempos não quer dizer muita coisa. Vc viu A PARTIDA?

Ah, perguntei do filme do Ang Lee pra ver se tinha chegado nos cinemas daí atrasado como nos daqui. haha

Bjs!

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Três filmões hein Kamila em seguida!

Estou com esse Falsários em casa pra ver, perdi nos cinemas e agora o sono tá me atrapalhando, mas vou conseguir.

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Gostei do modo como o filme retrata esta “união” entre judeus e oficiais alemães, e como uma nação dependia deste ato de falsificação para se sustentar.

Beijos! 😉

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Kamila, não sei se o peso da estatueta de melhor filme estrangeiro me fez criar expecativas exgaeradas, mas a verdade é que achei “Falsários” um filme bastante mediano – que chegou a me enfadar por diversos momentos.
Beijos!

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Cassiano, a safra de bons filmes chegou até a minha pessoa. 🙂 Assista logo “Os Falsários”. Deixa o cansaço de lado! 🙂

Mayara, eu também gostei disso. Beijos!

Weiner, eu me senti enfadada somente no início. Beijos!

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Talvez seja esse diferencial no ponto de vista que faz desse filme um pouco mais original que os demais sobre II Guerra (e olhe que são vários títulos destinados a esse assunto). Achei o inicio meio chatinho, mas no final a trama tem um fôlego ótimo.

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Confesso que não achei Os falsários um filme digno de grandes laúreas. Muito menos de um Oscar. Contudo, é inegável o apelo do inusitado de seu mote. ‘Judeus colaborando para a consolidação de estratégias nazistas’. A figura de Salomon Sorowitsch é sem dúvida emblemática da reflexão que o filme propõe sobre a moral daquele homem que se vê na contingência de ajudar os algozes de seu povo para manter -se vivo. Daí para o pequeno conto de ” A lista de Shindler” é um pulo. De qualquer maneira é um filme interessante, como vc disse pela abordagem diferenciada que propõe.
Beijos Ka!

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Assisti somente nesse mês esse filme. Achei bem legal, mais por dar outro enfoque nesse tema tão batido que é a Segunda Guerra Mundial. Daria uma nota 8 a ele, quase a mesma nota sua.
Beijo!

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Luís, o filme é deveras original mesmo. Concordo com a segunda parte de seu comentário!

Reinaldo, exatamente. A abordagem diferente é que acaba valendo a pena! Beijos!

Ibertson, eu também assisti a este filme neste mês mesmo! Beijo!

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E aliás, acredito que o filme tenha merecido o prêmio, pois os outros que vi que foram indicados (Mongol e Katyn) são inferiores.
Falta ver 12 (Versão russa de Doze Homens e uma Sentença) e o outro, acredito que de Israel.

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Kara Kamila,

Eu adorei este filme, nota 9. Não concordo em nada do que alguns aqui falaram de “… judeus ajudando nazistas…”, devem ter perdido tempo lendo as legendas e esquecido de assistir o filme.

O personagem principal, principalmente suas ações, é de uma profundidade e complexidade sem igual, que requer uma análise mais detalhada: seu pouco caso com os judeus (e com o judaísmo) como ele; seu apreço pelo jovem artista; seu confronto com o ‘idealista’; seu acobertamento das atitudes do mesmo ‘idealista’; sua atitude perante o capitão/sargento nazista; e a cena final. Aquela frase no final, simplesmente perfeita (me lembrou de outro filme, ‘A Vida dos Outros’). Salomon ‘Sally’ é um ser humano difícil de compreender, talvez por isto pareça o mais humano de todos ali.

Ultimamente os filmes que ganham o Oscar de filme estrangeiro são melhores que muitos filmes que ganham o ‘Oscar normal’… Crash, Quem Quer Ser Um Milionário, etc. Ainda bem que há um Espaço Unibanco de Cinema aqui em Santos.

Por fim, recomendo que você veja ‘A Partida’, ‘Há Tanto Tempo Que Eu Te Amo’ e ‘A Vida dos Outros’.

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Acho que é um filme diversamente problemático, mas de grande força a partir do momento que inicia-se o debate moral. Daí em diante, se transforma em uma bela obra.

Nota 8.0

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Henrique, obrigada pelo comentário! Pena que aqui não tem Espaço Unibanco de Cinema. E obrigada pelas recomendações. Serão vistas!

Wally, concordo!

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Gostei de Os Falsários e você definiu o filme com perfeição. Parabéns, Kamila.

Li por aqui que você ainda não viu A Partida. Por favor, corra pra ver. É uma lição de vida. Excepcional.

Beijos!

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Renan, obrigada! Eu quero muito ver “A Partida”. Estou somente esperando a estreia do filme na minha cidade. Beijos!

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