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No Meu Lugar

publicado em:10/02/10 10:12 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Estamos em um casarão no Rio de Janeiro. Na porta dele, uma empregada doméstica (Luciana Bezerra) desesperada grita em busca de ajuda. Acontece que, naquele momento, ela cruza com um carro de polícia. O Tenente que ali estava desce do veículo e se dirige para dentro do imóvel. A gritaria continua, um tiro é disparado, mas a gente não sabe ao certo o que aconteceu mesmo ali dentro. É este o primeiro ato do filme “No Meu Lugar”, de Eduardo Valente – diretor dos videoclipes de “Condicional” e “Morena”, bem como do DVD “Ao Vivo no Cine Íris”, todos da banda carioca Los Hermanos. 

É assim, com poucas informações, que somos inseridos em uma trama que brinca com as linhas temporais e que coloca passado, presente e futuro acontecendo simultaneamente. Este é um dos fatores, aliás, que dificulta a inserção da plateia na trama do filme e, consequentemente, prejudica a nossa conexão com os personagens cujas histórias de vida acabaram entrelaçadas naquele casarão que encontramos no primeiro ato de “No Meu Lugar”. 

Porém, curiosamente, é justamente ao confrontar realidades totalmente distintas que se encontra a maior força do filme de Eduardo Valente. Os personagens todos estão passando por algum tipo de conflito. O Tenente da polícia tomou uma decisão que acabou influenciando nas vidas da empregada doméstica, do namorado desta (Raphael Sil) e da família dele, bem como nas das pessoas que habitavam aquele casarão e até na da própria filha dele. E é a esta tentativa de fazer um longa ao estilo “Crash – No Limite” ou, para citar uma obra nacional, “O Signo da Cidade” que Valente se apega. 

Cotação: 4,0

No Meu Lugar (The Eye of the Storm, 2009)
Diretor: Eduardo Valente
Roteiro: Eduardo Valente e Felipe Bragança
Elenco: Dedina Bernardelli, Márcio Vito, Raphael Sil, Luca de Castro, Licurgo Spínola, Malu Rocha, Luciana Bezerra



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Comentários


Quase peguei este filme na sessão cult do Cinemark. Pelo visto, não perdi muita coisa…

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Um coisa que me impressiona é que quando existe uma opinião contrária ao filme, as pessoas parecem desistir dele. No máximo eu não o verei no cinema, deixando-o para mais adiante, mas como cinéfilo, me obrigo a ver todos os filmes possíveis e que estão ao meu alcançe. Sei que vc tb é assim Ka. Só voltei para fazer esse acréscimo ao meu comentário, para que o meu primeiro comentário não destoe de sentido perto dos outros e tb para expor esse meu ponto de vista que, visivelmente, é diferente.

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Comecei a ler e achei que viria coisa boa por ai. Mas ai seu texto foi desconstruindo o 1º paragrafo e vi a bomba que é esse filme, que nem conhecia.

Apesar do filme, o texto foi bom.

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Vinícius, gostei MUITO da Dedina, da Luciana e do ator que faz o policial.

Reinaldo, eu também me obrigo a ver todos os filmes possíveis! Obrigada pelo acréscimo e eu concordo com muito do que você disse.

Cassiano, obrigada! Mas, o filme nem é tão bomba assim. Ele somente poderia ser melhor.

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Poxa, eu achei um ótimo filme. Mesmo na onda de fragmentar o tempo, Valente se saiu bem e construiu um longa que faz boa equivalência entre o drama e o thriller…

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Bom, duas ressalvas. Primeiro, tenho alguns problemas com filmes de edição nã0-linear, chegando a curtir este artifício em uns (Babel) e me incomodar em outros (21 Gramas). O filme de Penn e Watts é ótimo, mas a edição (e principalmente a direção) me incomodam um pouco. Segundo, se tentou ser “Crash”, não conseguiu, parece. Pra ganhar 4,0. 🙂
Beijos!

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Deve ser uma tortura chinesa esse filme, hein!
Bjs!

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Pedro, eu achei este filme mais um drama que um thriller.

Weiner, eu também gosto de filmes não-lineares. Beijos!

Otavio, não é tortura chinesa, não! Só tinha potencial para ser um melhor filme. Beijos!

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Escutei alguns bons elogios para o filme e como estou em falta com o cinema nacional devo vê-lo em breve – sem expectativa alguma.

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kamila, como vai?
Não vi esse, fico no aguardo da sua opinião por ‘Guerra ao Terror’.

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Vinícius, gosto da sua vontade de prestigiar o nosso cinema. 🙂

Jack Lewis, tudo bem, obrigada. E com você? A crítica de “Guerra ao Terror” sai na próxima semana!

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Eu gosto do filme. Senti algum problema com o ritmo de algumas elipses (algumas cenas são demasiadas longas), mas a maneira com que a história é contada me agradou.

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Pedro Henrique, concordo que algumas sequências são bem longas, mas a história tem, sim, alguns pontos interessantes.

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