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A Teta Assustada

publicado em:11/02/10 10:25 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Com certeza, muitas pessoas devem tomar a decisão de assistir ao filme “A Teta Assustada”, da diretora e roteirista Claudia Llosa, por causa do seu título inusitado. Ele se refere a uma doença, que era muito comum entre as mulheres peruanas que foram violadas durante a Guerra Terrorista vivida no país e que era transmitida por elas aos seus filhos pelo leite materno. De acordo com os comentários, as crianças que nasciam dessas mães passavam a aderir automaticamente ao medo materno e passavam a viver uma existência toda cheia de privações. 

Fausta (Magaly Solier) é um produto direto dessa realidade. Ela é uma mulher introvertida e que parece, assim como a sua mãe, colocar para fora tudo aquilo que sente através da música. No primeiro ato de “A Teta Assustada”, a mãe de Fausta, uma senhora cujo sofrimento está estampado na cara, falece e isso é determinante para tudo o que vai acontecer com a nossa protagonista no decorrer do filme. Para conseguir dinheiro para levar a mãe para ser enterrada em um povoado que tem significado especial para as duas, Fausta começa a trabalhar na casa da Sra. Aída (Susi Sanchéz) e, com isso, será obrigada a enfrentar o mundo e a sair de seu casulo. 

É importante perceber que Fausta nunca tomaria essa decisão sozinha. Ela é obrigada pela tia a trabalhar lá. Porque a protagonista de “A Teta Assustada” é uma jovem completamente dominada pelo medo. Ela tem medo de cantar, ela tem medo de andar sozinha, ela tem medo de ser violentada sexualmente como a mãe foi, ela tem medo dos homens em si, ela tem medo de deixar alguém se aproximar dela, ela tem medo de lembrar, ela tem medo dela mesma – a ponto de penalizar seu próprio corpo. É especialmente contra que isso que ela irá lutar no decorrer de toda esta obra. 

Um dos cinco filmes indicados ao Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro, “A Teta Assustada” chamou a atenção da indústria ao ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2009. Dirigido com sensibilidade por Claudia Llosa, o longa encontra um eixo no rosto forte e, ao mesmo tempo, melancólico de Magaly Solier. No final, esta é uma obra sobre amor (a tia de Fausta tem uma empresa que organiza casamentos para pessoas simples e vemos muitas cerimônias assim no decorrer do filme) e, principalmente, sobre o fato de que Fausta só será capaz de encontrá-lo quando ela compreender a sua própria raiz e aquilo que a define. 

Cotação: 7,0

A Teta Assustada (La Teta Asustada, 2009)
Direção: Claudia Llosa
Roteiro: Claudia Llosa
Elenco: Magaly Solier, Susi Sánchez, Efraín Solís, Marino Ballón, Antolín Prieto



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Comentários


Concordo com vc Ka. É um filme sobre o amor, mais precisamente sobre a busca que se empreende em torno dele. Não acho que esse seja um grande filme. Mas é um filme muito interessante e , sinceramente, foi um dos primeiros peruanos que assisti. Ou seja, a premiação em Berlim, como vc bem lembrou, foi providencial.
Bjs

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Ainda não assistir, mas o que me impressiona é a qualidade recente do cinema sulamericano e sua ‘explosão’ no mundo, esse peruano, junto com o argentino, garantindo vaga no Oscar. Pena que o Brasil ainda insiste em pré-selecionar filmes clichês e que abordam temas batidos. Coisa que esse, pelo que notei, foge.

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Realmente, preciso assistir mais filmes sul-americanos.

E você me conhece Kamila, sabe que no exato momento que li o nome do filme eu imaginei uma teta em pânico, haeuhauaehuaeh

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Reinaldo, exatamente. A busca de Fausta é justamente essa aí. O filme não é excelente, mas tem o seu valor. A premiação foi totalmente providencial, porque chamou a atenção para este trabalho. Beijos!

Luís, isso é verdade e pode ser notado neste ano. Nosso continente tem duas indicações ao Oscar 2010 de Filme Estrangeiro. Quem sabe não aprendemos com eles, hein???

Thyago, assista mesmo! Todo mundo pensa isso e acho que o título faz com que muita gente nem leve este filme a sério!

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Quero ver esse filme. Todo ano tento ao máximo ver a lista de indicados a melhor filme estrangeiro, uma das melhores categorias do Oscar na minha opinião. Falta ver A Fita Branca, este e Ajami.

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Milla … pode se dizer que é uma experiencia diferente e ao mesmo tempo que ajuda a compreender por que o Brasil está longe de ter o melhor cinema da america latina … beijos e abraços

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com certeza é título que chama a atenção.

não sabia (ou não lembrava) que tinha sido indicado ao oscar de melhor estrangeiro…

vou tentar ver antes do oscar.

beijos!

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Ibertson, exatamente. Me lembro de ter lido textos sobre vários títulos indicados nesta categoria, no ano passado, no Oscar. Esse foi o primeiro desse ano que vi, faltam quatro! 🙂

João Paulo, concordo! Beijos e abraços!

Bruno K., com certeza mesmo! Tente assistir ao filme. Beijos!

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Gostei muito desse filme e essa atriz Magaly Solier é muito expressiva,ela fala com silêncio.Não é um filmaço!! estrangeiro,como por exemplo O Labirinto do Fauno,3 Macacos,Amores Brutos…mas é um filme que mostra a força do cinema latino.

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Otavio, ainda não. Vi no cinema! Beijos e bom Carnaval!

Rogerio, obrigada. Para você também! Beijos!

Paulo Ricardo, ela fala mesmo com silêncio.O rosto dela é muito expressivo e forte. Fiquei impressionada. Não é um filmaço mesmo, mas mostra essa força do cinema latino.

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Kamila, tudo em ordem?
Eu também vi faz um tempo, e gostei assim no geral – por mais que seja um filme um tanto distaque e sem muito movimento. A história é interessante e um pouco cativante, vale lembrar que o filme é do Peru, então vale a chance sim.

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Magaly, conduzida pela direção sábia de Claudia Llosa, passa confiança para quem vê e ao mesmo tempo causa certo desconforto com algumas imagens que chocam o emocional do público. Apesar disso, a diretora escorrega em simbolismos para construir planos chiques e elegantes, mas que pouco acrescentam ao seu argumento – que por si só já é um tanto quanto bárbaro. Mas é um filme a ser visto, sim!

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cmpfama, que bom!

Jack Lewis, tudo bem, e com você? Não achei o filme sem muito movimento. Eu até gostei bastante dele.

Pedro Henrique, exatamente. E concordo com teu comentário!

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Kamila, devo assistir este filme hoje de tarde. Parece ser um ótimo trabalho, pois vi que muitos torceram e ficaram feliz por ele estar sendo indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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Filmão Kamila, ainda estou digerindo essa obra-prima. Gostei do que falou, mas não entendi a nota tão baixa, ainda mais que vc deu notas altas a filmes tão mais fracos.

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Alex, a indicação foi merecida, com certeza!

Cassiano, é porque eu achei que este filme poderia ter sido melhor. Eu gostei dele, mas a sensação que ficou é que a diretora poderia ter sido melhor.

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Parece que o filme é um tanto diferente do que aparenta – ao menos por esse título um tanto bizarro. Esse é um dos próximos da lista, até com a proximidade do Oscar.

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Desde Berlim, a premissa havia me despertado o interesse, por também conhecer o cinema peruano. Agora, com o seu texto e a indicação ao Oscar, irei procurar por este filme imediatamente.

Beijos! 😉

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Nutria uma curiosidade por este antes mesmo da indicação surpresa ao Oscar. Com certeza farei o possível para conferi-lo antes da cerimônia.

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Meio atrasado pra comentar… (só meio…) Que filiminho estranho! Axo que eu não entendi nada… Muito sem noção… AMPAS adora uma desgraça alheia em “filme estrangeiro” não?

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Wally, confira mesmo!

John, o filme é estranho mesmo, mas não acho que este em particular tenha chances de vencer em sua categoria. O favorito é o longa argentino!

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Kkkkkk esse filme é ridiculo! Só dei risada! Principalmente a hr da batata! E a musiquinha da sereia! kkkkkk

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fiquei impressionado,parabens a claudia llosa por saber retratar com maestria o universo andino e suas crenças, aplausos a magaly saulier por encenar divinamente o papel de fausta, para quem gosta de bom cinema otima pedida ……………..

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Nathalie, não é ridículo.

Carlos, concordo com seu comentário sobre as duas atrizes deste filme.

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