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Um Sonho Possível

publicado em:31/03/10 11:37 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Quando, no dia 07 de março de 2010, a atriz Sandra Bullock subiu ao palco do Kodak Theater, em Los Angeles, para receber o Oscar de Melhor Atriz das mãos de Sean Penn, muitos cinéfilos se contorceram em suas casas. Por várias razões, mas a principal de todas: NUNCA que a performance de Bullock, em “Um Sonho Possível”, é melhor que, por exemplo, a de Meryl Streep, em “Julie e Julia”. Entretanto, após assistirmos ao filme escrito e dirigido por John Lee Hancock, fica muito fácil compreender o por quê do triunfo de Sandra. 

A atriz norte-americana venceu o Oscar 2010 de Melhor Atriz porque ela se mostrou, em “Um Sonho Possível”, de uma forma totalmente diferente da qual estamos acostumados. Ao contrário da maioria de seus filmes, em que interpreta heroinas românticas, aqui Bullock aparece como uma mulher de personalidade forte, num trabalho de composição de personagem que é excelente (começando pela caracterização física e terminando no sotaque que ela trabalhou). Ou seja, Bullock surpreendeu e mostrou uma faceta de seu talento que era desconhecida e, por isso mesmo, chamou a atenção e se diferenciou de suas concorrentes perante os votantes da Academia e dos críticos que criam o buzz que resultam em premiações como a que ela recebeu no início deste mês. 

Voltando a falar de “Um Sonho Possível”, filme baseado em uma história real, o verdadeiro personagem principal do longa se chama Michael Oher (Quinton Aaron), adolescente grande no tamanho e no coração, mas que foi bastante maltratado pela vida, uma vez que falta à sua existência certa estabilidade, que faça com que ele desenvolva todo aquele potencial que possui. Quem irá acreditar nele, quem irá acolhê-lo e oferecer para ele aquilo que lhe faltava é a família Tuohy, a qual é liderada pela matriarca Leigh Ann (Bullock). 

Todo o roteiro escrito por John Lee Hancock se apoia no relacionamento que é estabelecido entre Michael e Leigh Ann, a qual tenta quebrar e transpor todas as barreiras que Michael colocou entre si e o mundo externo. Neste sentido, há que se elogiar o trabalho de construção do personagem Michael. A história de vida dele nos é muito bem apresentada, os conflitos e medos dele são compreendidos por nós. Entretanto, por outro lado, fica claro que a história de Michael, no filme, em muitos momentos, foi totalmente “distorcida” por motivos ficcionais, até mesmo para reforçar a força de sua trajetória, a sorte que ele teve e a “boa ação” cometida pela família Tuohy. 

Entretanto, estes não são elementos que possam tirar a força de “Um Sonho Possível”. Nem mesmo as frases clichês e os pontos de transição forçados porque é justamente isso que você espera de um “feel good movie”, bem como de uma obra cujo propósito maior é contar uma história que inspire e emocione outras pessoas. Você vai assistir “Um Sonho Possível” e se sentir bem, ter momentos de riso e outros em que você irá se emocionar totalmente. É um longa cuja intenção é tentar influenciar você a mudar de forma positiva a vida de outras pessoas. Neste sentido, deixa um bom exemplo a ser dado. Pena que, na prática, as coisas não funcionem assim. 

Cotação: 8,5

Um Sonho Possível (The Blind Side, 2009)
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock (com base no livro de Michael Lewis)
Elenco: Sandra Bullock, Tim McGraw, Quinton Aaron, Jae Head, Lily Collins, Ray McKinnon, Kim Dickens, Adriane Lenox, Kathy Bates



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Comentários


Gostei do filme no geral, mas é só mais um filme que será esquecido em questão de poucos anos, entrei no clima, é um filme gostoso de se acompanhar, mas … é só!

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É gostoso de acompanhar mesmo, e Sandra Bulock está muito bem. Mas, pra mim faltou conflito no filme, fica tudo muito simples.

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Tommy, irei ler tua resenha! Abraço e feliz páscoa!

Jenson, não acho que será esquecido. Sempre será um bom “feel good movie”. Sempre irá emocionar.

Amanda, exatamente. Também senti falta de mais conflito. É tudo muito perfeitinho. A gente chega até a duvidar.

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Kamilita
Você deve saber que eu acho o filme medíocre, apenas mais um igual a tantos que surgem todos os anos, e dessa vez ele nem tenta nada de inspirador no arco dramático.
Mas o que me assustou mesmo foi, no fringir dos ovos, ver uma nota maior a essa coisinha melosa da Sandra do que à obra fabulosa do Scorsese :))
Abraço

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filme interessante…
eu vi ele ano passado la na espanha
eu soh achei que a sandra bullock nao tava taoo boa a ponto de levar o oscar

passa la no blog

bjoo

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Eu concordo com tudo que escreveu – bem verdade seu texto é melhor que o próprio filme em si, rs – só acho que Bullock não merecia o Oscar.

Foi a mais fraca das indicadas, mas tem seus méritos interpretativos.

abs

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Fabio, sinto lhe decepcionar com a nota, mas ela está relacionada diretamente com o fato de como o filme fez com que eu me sentisse. Abraço!

Airton, concordo! Sandra Bullock não estava tão bem assim a ponto de levar o Oscar. Beijo!

Cristiano, obrigada! Abraços!

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É um feel good movie que funciona, pena que não é lá muito original e nem memorável.

Eu sou um dos poucos que concordaram com o prêmio da Sandra Bullock… óbvio que a Streep é mil vezes mais atriz que ela, mas ela fez um trabalho surpreendente aqui.

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Nossa, aí sim fomos surpreendidos novamente! :O
Achei que a sua nota fosse ser menor, pelo seu texto inclusive.
Me parece que o filme é um tanto artificial, mais ou menos isso ?
Bom, espero conferir em breve. Mas eu juro que a minha expectativa pra ele é de sessão da tarde…

bejubeju!

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Olha Ka, acho que vc avaliou o filme pelo que ele quer ser e expressar, não exatamente pelo que ele é. O que não deixa de ser legítimo e pontual, mas não posso concordar inteiramente. Não acho por exemplo que esse filme mereça a mesma nota de Ilha do medo. Porém, entendo e respeito suas razões. tb me emocionei e ri com o filme, mas isso não faz dele merecedor de postura tão elogiosa. é necessário reconhecer seus (muitos) defeitos. Que outros ‘feel good movies” não tem.
bjs

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Bruno, eu acho que foi justamente este fator surpresa que fez com que a Bullock levasse o Oscar.

Victor, não diria que é artificial, mas mostra uma realidade cor de rosa demais. Cadê os conflitos nessa história, como foi mencionado num comentário anterior? Beijo!

Reinaldo, obrigada pelo comentário e pela compreensão! Sempre gostamos de pontos interessantes levantados e você sempre faz isso. Beijos!

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Concordo contigo! Acho que Um Sonho Possível tem erros que não justificam sua indicação a melhor filme, mas ele tem acertos que o torna agradável e um bom ‘feel good movie’. E também tem a Bullock, que a partir de agora vai ser respeitada não apenas por seu carisma como também pelo seu talento.

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Eu nao acho que a historia do jogador tenha sido bem contada. Se voce nao souber que é baseado em historia real, seria cômico o roteiro e arzinho de alto astral que a direcao tenta transmitir.
A atuaçao da Bullock é muito padrao, talvez seja uma mudança e superaçao pra ela, mas qualquer atriz de quinto escalao faria o mesmo.

E, embabacaram demais a figura do Big Mike, ou será que ele realmente era quase um deficiente mental? A meu ver, nada funcionou no filme, que parece uma novela melhorada.

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Um filme bem convencional mas que, mesmo com todos os defeitos, também conseguiu me emocionar em alguns momentos. Será lembrado basicamente pela boa performance de Bullock.

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Luís, exatamente!

Rogerio, discordo muito do seu comentário, mas o compreendo!

Vinícius, exatamente! Concordo contigo!

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Esse filme é um clichê imenso.É uma especie de Erin Brokovich só que ruim,A cena em qua a familia “branca rica” vai tirar foto é pergunta ao “Negro pobre” se ele que entrar na foto é de arrepiar.E continuo achando que Sandra Bullock não mereceu o Oscar de melhor Atriz.Ultimamente a academia vem se equivocando em premiar Ator/Atriz por filmes que tiveram sucessos de bilheteria.Se fosse assim o Oscar de melhor ator seria do Shia Labeouf por Transformers 2.Beijo e estou de volta(a placa de video do meu pc queimou,o que me impossibilitou de entrar na net).

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Texto muito bom como sempre! Estou de volta! Estava com muito trabalho e, pra falar a verdade, ILHA DO MEDO acabou comigo! Não consegui escrever sobre outro filme.

E estou preparando o texto de THE BLIND SIDE.

Bjs! Boa Páscoa!

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Paulo Ricardo, concordo que o filme é totalmente clichê. Existem cenas complicadas nele, como a que você citou. Beijo!

Otavio, obrigada! Seja bem vindo de volta! Não fica com raiva do meu texto sobre “Ilha do Medo”! Beijos e Feliz Páscoa!

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Estou curiosa para conferir a Sandra neste filme, gosto muito dela como comediante. E, gosto muito de filme com premissas assim, rsrs. Acho que irei gostar do filme, rsrs.

Beijos e uma Òtima Páscoa para você e sua família! 😉

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Bom, Kamila, ao contrário de você, nem do filme eu gostei muito. “Um Sonho Possível”, para mim, é completamente sem graça, formulaico e previsível. Clichê também, até.

E já cansei de falar na Bullock haha Ela nunca merecia aquele Oscar (não merecia nem a indicação, para falar a verdade). E nunca vou aceitar isso.

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Olá Kamila, tudo certo?
Eu percebi que você analisou o filme mais pela sua intenção do que como produto cinematográfico. Nesse sentido, o filme realmente é bonito e tal, mas é uma pena vermos uma história comovente se converter em puro cliché. Ao contrário de você, fiquei completamente frustrado ao término do filme porque, de fato, a historia merecia um tratamento melhor.

Sandra Bullock está correta no filme e meu destaque do elenco vai para o garotinho que interpreta seu filho rs. Menino muito bom!

abraço!

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Mayara, se você gosta de premissas assim, e também é fã da Bullock, com certeza vai amar este filme. Beijos e ótima páscoa!

Matheus, ela não merecia o Oscar mesmo! Também nunca vou aceitar isso!

Elton, tudo bem, obrigada. E com você? Eu acho que essa história recebeu o melhor tratamento possível! Foi tudo muito bonitinho, nada de conflitos, história feita para nos emocionar. Eu também gostei do garotinho que interpreta o filho dela. Abraço!

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Ao passo que muitos criticaram sua presença no Oscar de Melhor Filme, acabou sendo positivo. Faço parte do remoto time que acha que Bullock mereceu o Oscar.

Beijos e Feliz Páscoa.

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Achei o filme medíocre , clichezento e muito mais do mesmo pro meu gosto.
E Bullock não passando do correto.
Abraços ;D

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Brenno, eu não faço parte deste time! Beijos e feliz páscoa!

Pedro, sim e paciência para quem não gostou! rsrsrsrrs

Leandro, exatamente! Bullock não passou do correto! Abraços!

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ALÔ.

O filme serve mesmo para reforçar um talento que nem o mais otimistas fãs de Bullock sonhavam que ela tinha. Mas não foi a melhor interpretação do ano, ao meu ver, mesmo que seja emocionante. O filme é clichê demais, mas diverte – depois torna-se esquecível. Um abraço.

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Após ver Julie & Julia eu acho que o Oscar era muito mais merecido p/ Merryl! Adorei a atuação de Sandra, mas acho que o que foi preponderante foi ela ter feito um estilo novo. Eu reconheço que ela tava completamente diferente, mas Merryl… meu Deus, deu um show.

Adorei o filme, ele tem coisas clichês, mas não acho que p/ algo ser bom tem que ser isento disso. O filme foi muito emocionante. Adorei ela no papel de pirua maluca! hehehehe Big Mark tb tava ótimo! Tem filme que é feito para divertir e passar o empo num sábado a noite, é o caso desse. Não vai me marcar para a vida, mas foi bom!

E isso de Scorsese e talz n é muito relevante p/ mim. P/ mim o q importa é a Obra, eu nem presto muita atenção nisso de Diretor etc…. Eu n gostei dos Infiltrados e n acho q mereceu o Oscar. Na verdade, acho q só ganhou pelo nome do Direitor… o Oscar tem dessas… Por isso q eu gosto mais da festa do que dos prêmios dados.

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estou sem a menor vontade assistir esse viu, kamila. não consigo engolir de jeito nenhum que sandra bullock ganhou de mery streep. ainda mais quando streep fez de julia child um personagem fantástico.

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Luiz Henrique, perfeito comentário! Abraço!

Mandy, a Meryl que deveria ter ganho o Oscar neste ano! FATO! E concordo com o resto do seu comentário, especialmente na parte do Scorsese!

Gustavo, exatamente!!

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Eu não vejo absolutamente nada demais no filme. É um sessão da tarde que sempre existiu, mas foi beneficiado pela era Obama, então passou a ser melhor divulgado. Dou nota 4,0.

Beijos!

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Tem que estar muito bem para triunfar sobre Meryl Streep. Em Simplesmente Complicado, Meryl, mais uma vez, dá um show de interpretação – recomendo, se ainda não viu.

Pelo que entendi de sua resenha, o diretor voltou os holofotes do longa para Bullock ganhar o Oscar. De qualquer forma, eu vou ver Um Sonho Possível, pois a história parece interessante.

Beijos e ótima Páscoa, Kamila!

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tu é de natal?

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Alyson, eu dou uma nota maior, apesar de concordar com teu comentário! Beijos!

Renan, eu assisti a Meryl em “Simplesmente Complicado” e gosto MUITO dela nesse filme. Não diria que o diretor voltou os holofotes para ela ganhar, mas foi um veículo importante para a Sandra mostrar que é atriz de verdade. Beijos e ótima páscoa!

Delio, sim.

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Por mais que Meryl tenha feito um ótimo trabalho, Bullock mereceu esse Oscar e como fã dela sempre a imaginei com um, fiquei super feliz quando Sean Penn falou o nome dela.

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ooen, eu não fiquei super feliz quando Penn anunciou o nome da Sandra como vencedora.

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Eu não gostei nem um pouco de Bullock ter levado a estatueta, para mim nem mesmo sua indicação era merecida. Não vi nada de mais em sua atuação digno de ovações. Bjos!

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Um amontoado de cliches… isso sim!
Sandra até que é boa atriz (principalmente em comédias), mas nem os melhores atores do mundo podem salvar um filme com roteiro repleto de personagens extremamente caricatos e situaçoes formulaicas e calculadas, como é o caso deste filme…

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Reginaldo, sim, o filme tem muitos clichês. É verdade! Gosto da Sandra Bullock e acho que ela fez um bom trabalho aqui, mas, de uma certa forma, seu comentário levanta pontos bem interessantes.

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