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O Livro de Eli

publicado em:7/04/10 1:00 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Na Bíblia Sagrada, Eli era um sumo sacerdote e juiz de Israel que, por causa da fraca influência que exercia sobre seus filhos, recebeu uma profecia de que iria ser castigado por Deus. E, quando essa profecia se confirmou, a notícia foi demais para Eli. Curioso, então, perceber que, no filme “O Livro de Eli”, dos irmãos Albert e Allen Hughes, este personagem tenha uma missão muito bem definida: ele está ali para propagar a palavra num mundo pós apocalíptico. Ele está ali para viver e difundir a mensagem de Deus. 

Um propósito de vida difícil, né? Por isso que Eli (Denzel Washington) é um homem extremamente solitário em sua jornada pelos Estados Unidos totalmente destroçado por algo que a gente não sabe direito o que foi. A alimentação é escassa, dinheiro também, mercadorias idem. As pessoas chegam até a se alimentar de carne humana e a cometer atos que são condenáveis em qualquer situação, imagine, então, num mundo desprovido de qualquer noção de civilidade? Por isso, todos precisam ter um extremo instinto de defesa e Eli é mestre nisso também. 

Todo o roteiro de “O Livro de Eli”, o qual foi escrito por Gary Whitta, passa muito pela percepção de que, num mundo pós apocalíptico, existem certas coisas que são extremamente valiosas. Por quê, então, é preciso acontecer desgraças para que o livro que Eli tanto protege seja considerado como uma dessas coisas de valor inestimável? Por isso, ele atrai a ira do bando liderado por Carnegie (Gary Oldman, numa ótima performance) e chama a atenção de jovem Solara (Mila Kunis), que nota que poderá aprender muito com Eli. 

Os irmãos Hughes são diretores muito talentosos e que sabem criar a atmosfera certa para seus filmes. Eles se ligam muito no lado estético das obras que dirigem e, em “O Livro de Eli”, não foi diferente. Elementos como fotografia e edição de som são excelentes. O roteiro de Gary Whitta também nos guarda agradáveis surpresas e chega a ser interessante demais ver um filme de ação abordando uma trama tão humanizada como essa. A mensagem de “O Livro de Eli” é muito bonita e o longa se destaca como uma obra diferenciada neste início de ano. 

Cotação: 8,0

O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)
Direção: Albert e Allen Hughes
Roteiro: Gary Whitta
Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Evan Jones, Michael Gambon, Chris Browning



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Comentários


Pois é Ka, concordo com a avaliação que vc faz do filme. Mas não consigo ver em O livro de Eli todo o seu potencial aproveitado. Acho que a história poderia render bem mais. Contudo, é um eficiente filme de ação e tem ótimas presenças de Denzel Washington e Gary Oldman. De quebra, a vestimenta religiosa da fita tb agrada.
Bjs

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Reinaldo, eu me lembro do seu texto e discordo um pouco dele. Acho que o filme rende muito bem! Beijos!

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Confesso que ando cansado da “cara” de Denzel Washington, acho que ele tem se repetido – no quesito “interpretação”, ultimamente.

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Confesso que me decepcionei com esse filme, gostei do argumento, mas achei que ele se perdeu na execução. Tem cenas de ação muito boas, assim como a estética conforme você falou. Mas,a história em si, ficou a desejar. O final, então, me deixou uma sensação de vazio. QUEM NÃO VIU O FILME, NÃO LEIA O RESTO…

Seguindo exatamente essa sua premissa, achei que ele fosse encontrar um povo no Oeste e passasse a mensagem de Deus, mudando algo no rumo daquele mundo pós apocalíptico. Só que tudo o que ele encontra é uma biblioteca onde a Bíblia vai parar em uma estante empoeirada junto a Torá, o Alcorão, entre outros…. Sei lá, achei meio frustrante isso.

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Cristiano, eu discordo!

Tiago, obrigada!

Amanda, eu não me decepcionei com a obra. Gostei bastante e fiquei surpresa com o filme. Não achei o final frustrante. A contribuição dele foi sensacional. A mensagem que ele conseguiu passar vai perdurar pelo resto da humanidade. A palavra continuará acesa.

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Tenho medo desse filme justamente por esssa coisa de ter uma mensagem no final. Mas preciso ver o filme antes de julgar.

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Parece que o Dezel Washington pensou: ‘Se o Will Smith pode ter um filme só pra ele,porque eu não?’hehe.No trailer eu vi algumas semelhanças com Eu Sou a Lenda.Filmes pós apocalipticos tem belos visuais,estava sem vontade de ver esse filme,mas pela sua critica me deu vontade de conferir O Livro de Eli.Vlws Bjs.

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Rafael C., exatamente. Assista ao filme antes de julgá-lo.

Kahlil, assista!

Paulo, mas ele não está sozinho no filme. 😉 Eu também pensei que iria assistir a um “Eu Sou a Lenda 2”, mas a impressão não poderia estar mais errada. Beijos!

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Confesso que, nas primeiras notícias e trailers, eu não levei muita fé, apesar de curtir filmes apocalipticos. Mas a maioria do pessoal que eu confio tá curtindo, bom sinal. E ainda tem A Estrada, que também não conferi. =S
Beijo! =)

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Excelente review, e adiciono que é provocada aquela sensação do tipo “nossa, sou muito jegue, como nao notei isso antes?” quando é revelado certo detalhe do Eli XD.

Merece a nota que levou. Denzel Washington sempre mandando bem, mas Gary Oldman foi ainda melhor.

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Estou com muita vontade de ver esse filme e agora depois do seu texto, mais ainda …

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Marcus, eu tenho medo é de conferir “A Estrada”. Não sei se será bom! Beijo!

Thyago, obrigada! E não me senti uma jegue por não prever a revelação sobre Eli. 🙂

Hugo, então, espero que confira!

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Nossa, fui ver e não gostei! esperava algo diferente no fim, sendo que já tinha matado o que aconteceu. Achei a cena da menina muito pressão e desnecessária.

O filme foi bom até a cena com os velhinhos, amei a música!

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Sério? Menina, aquele fim… não TODO o fim, mas aquele detalhes sobre o personagem eu já tinha pensado. P/ mim o filme poderia ter mudado de rumo após os velhinhos, foi depois dali que me desagradou. Eu n sou muito fã de coisas biblicas e etc, mas fui ver sabendo q era isso…

Agora aquela menina no fim, aff ali foi completamente denecessário, a n ser q tenha alguma mensagem q eu n entendi.

O esmalte mudou msm n foi? Eu tb adorei e combinou com 1 blusa q comprei hehehe!

Abraço!!!

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Também tinha pensado, Mandy, mas depois de tanto tiro desencanei achando que era só uma impressão. Mas, no final até gostei desse detalhe, não apenas pela solução em si (seria muito melhor do que um truque bobo como uma troca de livros) como pelo símbolico “não basta ter o livro, é preciso saber compreendê-lo”. O que me decepcionou mesmo foi o que ele encontrou, apesar de Kamila falar da continuação da palavra, eu continuo achando que ele caiu no vazio. Também achei o final da menina sem sentido, então, era aquela a transformação necessária para ela?

Enfim, sei lá. Cada um com sua percepção. É o que gosto no cinema. Vale a discussão.

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Mandy, eu nem tinha pensado no detalhe do personagem do Denzel. Nem tinha passado pela minha cabeça! E eu gostei da menina. E adorei o esmalte! Ficou 10 em você! Abraço!

Amanda, só eu que não tinha pensado naquilo?? rsrsrsrsrsrsrs E eu gostei também do detalhe. A transformação era necessária para ela para a gente perceber, na prática, a mensagem do filme. A palavra muda a pessoa. Acreditar na palavra transforma. Ela tem o poder, por isso o livro era tão valioso.

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