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Chico Xavier

publicado em:20/04/10 9:31 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Em 2 de abril de 2010 se completou o centenário de nascimento do médium mineiro Francisco Cândido Xavier, o qual era popularmente conhecido como Chico Xavier. Curiosamente, foi nesta mesma data que estreou, nas salas de cinema de todo o Brasil, o filme “Chico Xavier”, que foi baseado no livro escrito por Marcel Souto Maior e dirigido por Daniel Filho. Entretanto, chama a atenção o fato de que o longa não relata simplesmente a história da vida de alguém. A mensagem mais importante da obra de Daniel Filho é nos fazer prestar atenção ao enorme legado que Chico Xavier nos deixou, ao número infinito de vidas que ele tocou com sua mensagem de fé – a cinebiografia usa, como exemplo disso, a subtrama envolvendo os personagens de Tony Ramos, Cássia Kiss e Christiane Torloni. 

Para tanto, é importante prestar atenção na frase que é colocada nos letreiros iniciais do filme. É impossível mesmo fazer jus à vida de alguém tendo como base somente a simples duração de um longa. O melhor que se pode fazer é tentar ser fiel aos fatos e aos momentos vividos por aquela determinada pessoa. Foi justamente esta a diretriz que orientou o trabalho de Daniel Filho. “Chico Xavier” nos coloca diante do menino e do homem Francisco (interpretado, nas diversas fases de sua vida, pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier), da forma como ele descobriu ser especial e de como ele lidou com o dom que lhe foi dado. 

Uma informação importante que é jogada sempre na cara da plateia e que é fundamental para a compreensão do personagem principal é que Chico Xavier passou a sua vida inteira se doando para as outras pessoas, tentando oferecer algum tipo de conforto e de alívio para elas; quando, na maior parte das vezes, tudo aquilo que ele recebeu foi incompreensão e rejeição por causa do dom que possuía. A impressão que fica é a de que Chico foi um ser extremamente solitário e que, por trás de toda aquela legião de seguidores, o verdadeiro companheirismo e entendimento por parte dele foi somente encontrado na figura de Emmanuel (André Dias), o seu guia espiritual. 

“Autor” de mais de 450 livros (com os quais, é bom ressaltar, nunca ganhou nenhum centavo sequer), Chico Xavier é a prova viva de que o ser humano necessita de algo em que acreditar, precisa de conforto e de alguém que os diga que está tudo bem. Uma medição da sua importância é o fato de que, no seu final de semana de estreia, a cinebiografia baseada em sua vida já bateu recordes, se tornando o filme brasileiro com a maior abertura nas bilheterias em todos os tempos. Méritos também do trabalho realizado por Daniel Filho. “Chico Xavier” é um filme que se preocupa com o seu protagonista (o trabalho de caracterização de Nelson Xavier é estupendo) e que tem uma técnica respeitável. A trilha sonora de Egberto Gismonti fica como um pano de fundo perfeito para esta verdadeira profissão de fé e doação. 

Cotação: 8,5

Chico Xavier (2010)
Direção: Daniel Filho
Roteiro: Marcos Bernstein (com base no livro escrito por Marcel Souto Maior)
Elenco: Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Matheus Costa, Tony Ramos, Christiane Torloni, Giulia Gam, Letícia Sabatella, Luís Melo, Pedro Paulo Rangel, Giovanna Antonelli, André Dias, Paulo Goulart, Cássia Kiss, Cássio Gabus Mendes, Rosi Campos, Carla Daniel, Aílton Graça



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Comentários


Parece ser um filme nacional de alto nível mesmo e provavelmente um dos melhores desse tipo de biografia – que começa a ser muito comum em nossa produção. Mesmo não confiando tanto no Daniel Filho, verei em breve.

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Não gosto dos trabalhos de Daniel Filho,mas ele se tornou o diretor de grandes bilheterias.E confesso Kamila,esse filme me surpreendeu porque imaginei que seria fracasso de bilheteria.Por ser tratar de um tema religioso,imaginei que o público rejeitaria o filme(independete da qualidade ou não).E é mais um sucesso de bilheteria de Daniel Filho e a crítica gostou muito do filme,uma surpresa.Não vi o filme ainda,mas reconheco que Chico Xavier foi uma figura importante na década passada.Pelo que já li sobre ele,eu sei que nunca foi rico e nunca usou seu dom para aparecer na mídia.Sou evangélico mas reconheco que se trata de uma figura importante.E que merece todo o meu respeito.Vou conferir esse filme.Beijos e aguardo a critica ao filme Frost/Nixon.

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Chico Xavier é uma das personalidades mais interessantes do último século, independente de religião, sua entrega cativa e emociona multidões. Eu gostei muito do filme, dá pra perceber pelos posts que já dediquei a ele. Não apenas por ser espírita, mas pela forma como a mensagem de amor e caridade do Cristo são passadas por essa figura ímpar. Com um roteiro bem amarrado, boas atuações e uma direção honesta, não é de se admirar que esteja fazendo tanto sucesso. Tomara que o cinema nacional faça muitos outros como esse.

abraços

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Vinícius, depois desse filme aí, acho que passaremos todos a confiar no Daniel Filho. 🙂

Paulo Ricardo, devido ao sucesso de “Bezerra de Menezes”, NUNCA achei que este filme fosse fracassar nas bilheterias, até porque Chico Xavier é uma figura muito carismática. Assista ao filme sem medo. É uma bela obra!

Amanda, já tinha percebido o quanto que você tinha gostado desse filme e acho que você percebeu que eu gostei muito dele também. Também não sou espírita, mas gostei demais da mensagem desse filme e me identifico com ela. Obrigada pelo bonito comentário. Abraços!

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Muita coisa não me agrada para vê-lo. De produtora até o elenco, mas parece que não se compara a outros filmes feito pelos mesmos. Estou a fim de ver.

Beijos!

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Um filme que cativa, emociona e, como disse Amanda acima, tem a figura de um ser que foi o mais humano possivel, mais sensivel, alguém que eu admiro bastante…e a mensagem de amor, de igualdade e de caridade realmente estão na obra.

beijos

ps: você é dona da Sociedade brasileira de blogueiros cinéfilos? pergunto, então: por que nunca foi aceito por lá? rs

beijo

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Ainda não assisti. De qualquer maneira é impressionante a forma como Daniel Filho se profissionalizou nesse negócio chamado cinema.
Bjs

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Alyson, se eu fosse você, deixaria de besteiras, e veria este filme. Beijos!

Cristiano, eu concordo com você e a Amanda. Em segundo lugar, não sou dona da SBBC! Sou um dos membros fundadores da Sociedade e, se você não foi aceito por lá, acho que foi por quê: você não se inscreveu ou se inscreveu, mas não passou pelo crivo da votação dos outros membros. Continue tentando aí! 🙂 Beijos!

Reinaldo, e ele se profissionalizou com merecimento. Seus filmes têm melhorado muito com o tempo! Beijos!

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Eu também acho que o principal ‘motivador’ desse filme não é a biografia em si, mas a fé de cada um. Em termos de cinema, acho que dá conta do trabalho (Nelson está realmente ótimo) e a direção de Daniel está mais refinada a cada tentativa.

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Um achado nacional?
Realmente aprenderam a como mesclar uma boa história com um bom elenco e principalmente alguem capaz de fazer isso?
Realmente, com filmes assim, o Brasil pode provar algo de bom e sair do limbo de uma avalanche de péssimos filmes?

Beijos Milla!

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Pois é… Daniel Filho se superou na direção desse filme. Achei mediano, mas esperava muito menos!

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Luís, faço minhas as suas palavras.

João Paulo, mas a gente já vem numa boa fase de filmes. Eles só precisam ser encontrados e apreciado pela grande massa. Um dia, chegaremos lá! Beijos!

Bruno, eu gostei muito desse filme e Daniel Filho merece muito crédito por isso!

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É mesmo de alto nível, muito bom mesmo. Nelson Xavier é fantástico como Chico, e o filme, apesar de deixar muitas passagens importantes de fora, é respeitável e merece todo o sucesso que está fazendo na carreira nos cinemas. É o ponto alto de Daniel Filho como diretor. Um abraço!

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Eu me interessaria por esse filme… Se ele não fosse dirigido por Daniel Filho. Mas, como o longa está com bastante elogios, devo conferir em dvd.

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Confesso que não sou muito anti-Daniel Filho, acho que é neste filme que ele pode estourar sem contras na sétima arte. Ainda não o vi, mas acho q esse sim é uma grande equivalência entre bilheteria e qualidade.

Beijos

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Luiz Henrique, não diria que é o ponto alto de Daniel Filho como diretor (ainda gosto mais do que ele fez em “Tempos de Paz”), mas, sem dúvida, estamos diante de um belo filme.

Matheus, eu assistiria no cinema. Ele vale tanto a pena assim!

Brenno, sim, este caso é uma equivalência entre bilheteria e qualidade. Beijos!

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Poxa, fiquei animada agora. Por que Daniel Filho não me desce, rsrsrs. Para mim, seus filmes tem uma cara de novela (não vi ainda “Tempos de Paz”, que parece ser o mais “sério” dele).

Beijos! 😉

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Otavio, que pena! Beijos!

Mayara, Daniel Filho tem ficado cada vez menos novelesco a cada filme novo que dirige. Beijos! E assista aos dois filmes: “Tempos de Paz” e “Chico Xavier”.

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Olá!

Meu nome é Douglas Santos e trabalho na agência publicitária Núcleo da Idéia Comunicação. Gostaria de um e-mail para que possamos entrar em contato direto. Por favor, envie para mkt9@nucleodaideia.com.br

Aguardo resposta e agradeço pela atenção.

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É Kamila, acho que o grande responsavel mesmo é Daniel Filho, ele vem se transformando num Spielberg nacional, guardada bem as devidas proporções. Acho que agradar aos seguidores e aos que não conheciam o trabalho do Chico é um mérito de se louvar.

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Assisti o filme a algum tempo, e devo dizer que ele é excelente. Aliás, uma das coisas que gostaria de destacar é como deixaram o ator (não sei qual dos 3 que você citou aí Kamila interpreta o Chico mais velho) realmente A CARA dele quando ele ficou mais velho. Tá, a peruquinha ajudou 😛

Enfim, é muito bonita a mensagem do filme, apesar de levantar umas perguntas básicas que eu tenho do espiritismo, mas que não vale a pena discutir aqui (LONGE de mim discutir religião em comentários sobre a critica de um filme XD).

Enfim, é um filme bom. Seria engraçado a Globo passar ele no dia do natal XD

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Douglas, obrigada pelo contato. Estarei retornando em breve.

Cassiano, exatamente! Um comentário muito feliz, o seu!

Thyago, o Nelson Xavier interpretou ele mais velho! A Globo não passaria esse filme no Natal, mas poderia passar em outras datas que não deixam de ser especiais.

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não gostei do filme. do roteiro, na verdade. achei superficial e preso a banalidades, deixando aspectos muito fortes da personalidade do chico de fora, ignorados até.

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