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Educação

publicado em:6/05/10 10:00 PM por: Kamila Azevedo Filmes

A adolescente Jenny (Carey Mulligan, indicada ao Oscar 2010 de Melhor Atriz), de 16 anos, é o que podemos chamar de vítima de seus próprios pais. Enquanto o pai dela (Alfred Molina, numa notável atuação) tolha os sonhos da filha ao pressioná-la a estudar duro para conseguir uma vaga na universidade de Oxford; Jenny sonha com o momento em que irá deixar os anseios de seu pai para trás e irá viver uma existência numa cidade como Paris, escutando jazz e respirando arte.

O projeto de vida de Jenny (e dos pais dela para ela, por consequência) sofre um grande abalo quando a jovem conhece David (Peter Sarsgaard), homem de 30 e poucos anos e que é charmoso, encantador, sedutor e que tem um estilo de vida bem livre. Por esta razão, não é difícil tentar entender o por quê de Jenny se atrair por ele. David a apresenta a todo um novo conceito de mundo, em que tudo é divertido, em que as emoções são enormes e em que tudo pode estar ao alcance dela. A partir da convivência com David, Jenny passa a sonhar com novas coisas, passa a construir outros desejos e começa a fazer planos que fogem completamente daquilo que ela antes ansiava. 

O filme “Educação”, de Lone Scherfig, faz uma discussão muito interessante. Jenny está em plena formação de sua personalidade e do seu caráter. Ao longo da obra, ela irá se deparar com várias referências adultas: o próprio pai, a professora conservadora (Olivia Williams) e, finalmente, David. Eles são completamente diferentes uns dos outros e, ao colocar estes personagens em conflito direto com Jenny, temos um olhar muito legal, pois a jovem encontra o melhor caminho para si mesma ao experimentar, ao ver que o planejamento que fazemos para as nossas vidas está aí para ser desfeito, desconstruído, reerguido, repensado; enfim, ao viver plenamente suas escolhas. 

Um outro ponto a se destacar, em “Educação”, foi a forma como Lone Scherfig apresentou os diversos mundos em que Jenny habita: a escola representa um ambiente tradicional, a casa dela é uma local um tanto sufocante (sem muita iluminação, é bom perceber) e os espaços que ela frequenta com David são todos muito cheios de vida e de glamour. Assim, fica fácil se colocar na pele de Jenny e vivenciar tudo isso com ela – ainda mais por quê Carey Mulligan está brilhante como a adolescente, retratando muito bem todo o choque de realidade e de sentimentos que sua personagem vive. 

Cotação: 8,5

Educação (An Education, 2009)
Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Nick Hornby (com base no livro escrito por Lynn Barber)
Elenco: Carey Mulligan, Olivia Williams, Alfred Molina, Cara Seymour, Peter Sarsgaard, Dominic Cooper, Rosamund Pike, Emma Thompson, Sally Hawkins



Jornalista e Publicitária


Comentários


Assisti “Educação” em um momento certo. Me identifiquei bastante com a Jenny por que estava com aquela insegurança de entrar na vida adulta, acho que isso é normal, rsrs. È um filme para jovens como ela e conseguir se identificar. E isso não seria possível sem a adorável atuação de Carey Mulligan, ela vai longe. Dou a mesma nota.

Beijos! 😉

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Eu não me empolguei tanto com esse filme, não sei… Mas essa relação dela com pai, professora e Davi é mesmo interessante. Principalmente quando…
[Spoiler On]

…ele deixa que ela case e ela diz: Ué, agora pode? Agora Oxford não importa mais?

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Mayara, todos nós temos certa insegurança para entrar na vida adulta, não se preocupe! 🙂 Beijos!

Amanda, eu também adorei esse filme. Eu faria a mesma pergunta que ela ao pai! rsrsrsrsrs

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Ah, eu simplesmente amei esse filme, mesmo com um monte de gente falando que achou sem graça. Tem uma história simples e bem trabalhada, tem uma parte técnica impecável e uma linda fotografia !
Sem contar na Carey Mulligan, que sinceramente virei fã ! rs

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Kamila, eu adorei “Educação”. E não só a atuação da Carey Mulligan (que vergonha Bullock vencendo esse ano, né?), mas todo o filme… Era um dos meus favoritos do Oscar!

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Airton, por quê este filme não te atraiu tanto? Beijo!

Matheus, eu também adorei “Educação”. Tanto a atuação da Carey Mulligan, quanto roteiro, quanto o elenco, quanto alguns elementos técnicos. É um lindo filme. E a Carey era mais uma das indicadas a Melhor Atriz que estava melhor que a Bullock. Uma vergonha a qual teremos que nos acostumar. Mais um erro da AMPAS, enfim!

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Interessante como a diretora lida com a mudança de fase da protagonista, só não me identifiquei com o tom ‘romanceado’ da história.

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Grande filme. Muitíssimo bem realizado como vc destacou. Aliás, brilhantes observações a respeito das sutilezas da diretora. Confesso que essa da iluminação tinha passado batido por mim. Bjs

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Acho que o final deixa muito a deseja e com isso eu diminuiria a nota. Acho que aquela mudança de estilo narrativo compromete não só o roteiro em si, mas todo o estilo de filme que se via antes: clássico e seguro. Porém, para fechar, a caracteristica de clássico passa para convencional e o de seguro para inseguro, incerto. É uma pena, pois o que vemos antes é um filme extremamente convicto de sua estilização ( A fotografia é ótima, principalmente pela ambientação domiciliar – a casa da professora é linda), mas que se perde depois.

Beijos!

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Pedro, eu me identifiquei bastante com esse tom romanceado da história.

Reinaldo, obrigada! Beijos!

Alyson, eu discordo um pouco de você. Acho que a direção de Lone Scherfig foi bem constante no decorrer de todo o filme. Beijos!

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Gostei muito de “Educação”. O elenco está perfeito – com maior destaque para a adorável Carey Mulligan – e a história é mesmo apaixonante, pois os espectadores acabam projetando suas experiências nas da protagonsita.

Exceto o final, que acho completamente frustrante, o filme é excelente e altamente recomendável.

[****]

ABS, Kamila!

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Ainda não vi, mas acho que é um filme que irei gostar. Gosto dos trabalhos do Peter Sarsgaard, acho que um dia ele irá estourar ainda.

abs!

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Esse é um dos meus filmes favoritos de 2009.Gostei muito e achei o roteiro fantástico.Carey Mulligan é a Ellen Page de 2009,se a moça de Juno nos deixou de queixo caído em 2007,Mulligan foi a revelação da ultima tempora e tem tudo pra despontar nos proximos anos.Confesso que desde do inicio eu sabia que David(Peter Sarsgaard)não ficara com Jenny(Carey Mlligan),mas o desenroar da história é muito interessante é Sally Hewke tem uma otima aparição no fim do filme.Quando li os creditos pensei:o que a estrela de Simplesmente Feliz de Mike Leigh esta fazendo como coadjuvante nesse filme?no final eu pude entender.Concordo co você em relação a Alfred Molina aparição rapida e objetiva.Gostei tambem da coadjuvante Rosamund Pinke.Ele serve pra deixar Jenny mais confussa do que ele esta(é aquela amiga nada confiavel).Engraçado Kamila,antes de ontem eu vi Preciosa.Achei o filme um tanto manipulativo,não concordo com a indicação de Gabourey Sidibe,em um ano que tivemos direções precisas de Clint Eastwood(Invictus) e Michael Mann(Inimigos Públicos),achei exagero a indicação de Lee Daniels.A direção dele é do tipo “exagerada”,que força a emoção do telespectador.Quer um exemplo de quem faz muito isso?Tony Scott.Aí você me pergunta,o que tudo isso tem a ver com o filme Educação?o roteiro Adaptado de Preciosa ganhou de 3 filmaços(sem nenhum exagero).Amor Sem Escalas(o retrato da solidão contemporânea),Distrito 9(um dos filmes mais originais que eu vi) e Preciosa(um filme elegante,que não se faz mais em Hollywood,e tem no roteiro seu ponto forte).Accho Preciosa um filme superstimado,ouve muito exagero.De bom só a atuação de Mo´Nique(alguns criticos citaram com uma das maiores da década,outro exagero).Educação é isso,um dos melhores filmes que eu vi na ultima temporada de premiações.Beijos.

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Elton, eu não achei o final deste filme frustrante. Pelo contrário. Acho que a vida é desse jeito mesmo. Nem tudo é perfeito! Abraços

Bruno, eu acho que ele já estourou de certa forma. Pode não ser um nome consolidado, mas é um ator bem respeitado e que sempre recebe boas oportunidades. Abraços!

Paulo Ricardo, “Educação” também é um dos melhores filmes que eu vi nesta temporada de premiações. Ainda não assisti “Preciosa”, mas me chamou atenção o fato de você mencionar que o filme é manipulativo. Não tinha lido ainda essa opinião sobre o filme do Lee Daniels. Beijos!

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Tenho muita vontade de ver esse filme, mas não acredito que vá me impressionar muito.

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Esse filme foi beem legal. Gostei, mas não foi algo que irá marcar minha vida. Eu teria desenvolvido mais a cena de menina com a mulher, no final!

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Eu achava que você ia gostar até mais (rsrs). Sem dúvidas é um filme que cativa seja pelo talento de Carey ou pela ‘simplicidade’ que Lone deu ao filme. Parte técnica belíssima e trilha sonora maravilhosa (as músicas clássicas francesas que tocam são lindíssimas)

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Neo, eu espero que este filme te impressione!

Mandy, eu adorei este filme e o veria quantas vezes fossem possíveis!

Luís, mas eu gostei bastante de “Educação”. rsrsrsrsrsrs Beijos!

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Esse foi um dos filmes da última temporada que me surpreenderam positivamente. É uma história contada à moda antiga, mas que funciona muito bem dentro do cinema atual. Realmente Carey Mulligan está brilhante!

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Mulligan *_*

Pena que o final foi tão, tão costurado. Se tivesse sido mais aberto teria sido mais legal. Poderia ter acabado quando ela foi ver a professora. Pelo menos mudaram o roteiro, porque no primeiro draft a cena final era ridicula. (O David voltava e encontrava com a Jenny já em Oxford. Ele pedia pra voltar, ela soltava um “não!” na cara dele e o filme terminava.) Não tinha aquele speech em off legal.

E Smoke Without Fire da Duffy nos créditos? Perfeita demais.

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Kahlil, eu acho que merecia!

Vinícius, perfeito comentário! Concordo com tudo o que você escreveu!

John Nova, nem sabia que a música de encerramento era da Duffy. Eu adorei essa canção! 🙂 Em relação ao final, concordo que uma cena aberta teria ficado melhor. Eu poderia ter imaginado como Jenny se saiu no final…

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Oi Kamila,

Gostei bastante da Educação, embora após o período “decepção amorosa”, o filme perdeu um pouco do ritmo(até em função de como decepcionar-se com um homem é lamentável, rs). Enfim, penso que Carey está ótima, tanto na interpretação do texto como fisicamente já que ela muda da água para o vinho e se torna uma mulher com ares de maturidade, bem vestida e muito mais dona de si.

Como falei na minha reflexão sobre o filme, acho excelente a idéia do rito de passagem, em especial, para nós mulheres. Há algo de sufocante nas fases posteriores a um rito de passagem. Família, casamento, estudos, trabalho, tudo pode ser tradicional e sufocante a depender de cada situação, então o filme ilustra que ritos de passagem machucam, mas são necessários. Há um senso de liberdade primordial em cada pessoa, principalmente nas mulheres já que somos massacradas pela sociedade machista que, obviamente não generalizando, ainda jaz na ignorância.

Bjs!

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Jenson, ih, eu ainda tenho tantos filmes indicados ao Oscar 2010 para conferir. Agora que estou me atualizando!

Madame Lumière, realmente após a decepção amorosa da Jenny, o filme perde ritmo, perde aquela vivacidade que tinha. Adorei o que você disse na segunda parte de seu comentário e concordo com muitas coisas. Beijos!

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Gostei muito da visão que Educação dá sobre o amadurecimento e, como vc mesmo sugeriu, sobre a formação de uma personalidade. A forma com que todos estes elementos são expostos no filme é extremamente elegante e sensível e ainda nos deparamos com performances notáveis. Alfred Molina mesmo está ótimo, como há muito tempo não o via!

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Pô, Kamila, o Oscar era da Carey Mulligan, neh? Um bom filme esse Educação, que poderia – e seria melhor – se chamar Uma Educação. E pra minha agradável surpresa, Alfred Molina continua um fantástico ator.

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Wanderley, concordo totalmente com teu comentário!

Robson, como você pode perceber, eu gostei bastante do filme!

Pedro, para mim, o Oscar continuaria sendo da Meryl Streep.

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Olha, gostei demais desse filme Kamila, além da interpretação da Mullingan que vc ressaltou, destaco a cineasta que soube explorar a discussão do tema sem mostrar um lado ou mesmo julgar.

É um filme que merecia muito mais do que teve, e isso me deixa frustrado como cinéfilo.

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eii
como to voltando agora to sem parceiros quase tem como se botar o meu blog ai no seu blogroll? hahaha
o seu ta la ja

bjoo

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Cassiano, me deixa frustrada como cinéfila também. Esse é o tipo de filme que, além de um maior reconhecimento, merecia ter sido visto em muito mais salas de cinema do que foi.

Airton, obrigada pela parceria!

Aproveito e peço desculpas pela falta recente de atualizações, mas estou enfrentando sérios problemas de acesso à Internet e, em decorrência disso, o blog vai ficar meio parado até, espero, o final desta semana! Obrigada pela compreensão de todos!

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É bem isso que você escreveu mesmo. Inclusive dou a mesma nota. Gostei especialmente do último parágrafo.

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olha, é filme competente, bem conduzido e bem cuidado. mas acho cai na chatice da mesmice de uma história contada e recontada e ao querer vender uma mensagem de cunho moralista como verdade absoluta.

sinceramente, é uma pena. gosto do nick hornby e os melhores momentos do filme são os que o seu jeito de escrever se evidenciam. a questão é que esses momentos são poucos e diluidos, praticamente desperdiçados.

enfim, é um filme ok mas de hype injustificado.

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Gostei mais do que eu esperava. Gostei do bom retrato que foi feito de uma juventude que acha que não está fazendo nada de mais, mas é transviada mesmo.

Beijos

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Wally, obrigada!

The Dude, eu discordo de você. Não acho que o filme cai na mesmice. Pelo contrário. Apesar de a gente esperar o final, isso não significa que ele seja ruim. É somente a vida.

Brenno, eu gostei, mas não tanto quanto eu esperava. Beijos.

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Eu não gostei tanto quanto achei que fosse gostar. Vale pela menina (a Carrey Mulligan) e pelo Alfred Molina. No mais, achei até um filme bobo, tendo em vista que o roteirista é o Nick Hornby, um fantástico ficcionista.

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Kamilinha, vc sabe que adoro o filme. Venho cantando essa bola desde outubro do ano passado, quando vi na Mostra de SP.

E essa guria é espetacular! Ainda vai dar muita alegria pra gente!

Bjs!

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Roberto, a Carey e o Alfred estão excelentes mesmo!!!

Ana Maria, assista, sim!!

Otavio, eu sei que você adora o filme e a Carey Mulligan! Beijos!

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O que eu acho legal no filme é esse contraste da educação formal, via escola, e aquela educação de vivência, onde se aprende na prática. Mas acho que o filme erra principalmente na construção de uma protagonista que parece tão inteligente, mas é capaz de se iludir com David. O final, então, parece negar toda a noção de liberdade do que foi visto antes. Gostei não, mas a Mulligan está ótima no filme.

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Reinaldo, tô aqui! Sem internet em casa fica difícil atualizar o blog. Estou batalhando com meu provedor, há uma semana, a resolução do nosso problema, mas me deparo com a enorme falta de respeito deles… E continuo esperando pela solução do meu problema… Espero estar de volta em breve! Beijos e também estou com saudades!!

Rafael C., exatamente. Eu concordo contigo! Esse contraste que também me atraiu nesta história! E gostei do seu comentário, apesar de não concordar com o que você falou do final do filme!

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Sei como é que é! A internet no Brasil é mesmo uma m…! É provedor, é conexão, é preço, é velocidade… I feel your pain!

Espero que consiga resolver logo essa pendenga. Sorte!

E mts beijos

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Reinaldo, os serviços, em geral, no Brasil, não são bons. A gente tem que implorar para ser atendido, bem atendido, especialmente. Obrigada pela compreensão! E acho que, a partir de hoje, aos trancos e barrancos, estamos de volta. Beijos!

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