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Alice no País das Maravilhas

publicado em:19/05/10 1:58 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Exatos 35 anos separam a criação de duas personagens bem emblemáticas da literatura e, consequentemente, do cinema: Dorothy Gale e Alice. As duas vestem roupas muito similares (uma blusa branca e uma espécie de jardineira azul) e vão vivenciar experiências surreais em mundos que poderiam ser imaginários, mas que se revelam bastante reais. Entretanto, existe uma diferença bem grande entre elas: além da motivação de uma ser bem diferente da outra, as lições que elas aprendem são também totalmente distintas – uma vez que, enquanto Dorothy compreende que ela deve viver sua própria jornada, tendo a certeza de que o seu lar sempre será seu porto seguro; Alice se descobre como pessoa e percebe que tem muito a conquistar e vai aprender a brigar por isso. 

Porém, antes que Alice (Mia Wasikowska, a talentosa atriz que deu vida à Sophie, na primeira temporada de “In Treatment”) – que, no filme, é uma jovem de 20 anos, ao contrário do que se vê no livro – chegue a esta conclusão, ela irá passar por situações bem complicadas. A começar pelo fato de que ela vive um pesadelo recorrente e que envolve o mundo que nós sabemos ser o País das Maravilhas. Tem também a perda do querido pai e, para completar, a possibilidade concreta de ter um casamento arranjado com Hamish (Leo Bill), filho de uma família bem aristocrática. É justamente ao tentar fugir de sua realidade que Alice acaba entrando em contato com o mundo que ela julgava ser somente fruto de seus sonhos noturnos. 

Ao abrir a porta que leva ao País das Maravilhas, com certeza, Alice passa pelo mesmo choque de realidade que Dorothy vivenciou quando se deu de cara com o mundo mágico de Oz. Por trás daquela atmosfera colorida, dos seres bizarros e dos animais falantes, se encontra um ambiente totalmente dominado por uma Rainha Vermelha bastante tirânica (Helena Bonham Carter, que, com sua excelente performance, também acaba preponderando em relação aos outros atores). O papel de Alice neste local é muito claro: ela foi predestinada para ajudar a Rainha Branca (Anne Hathaway), que é bem mais benevolente que a irmã, a voltar ao poder – e, em conseqüência disso, Alice vai descobrir a sua própria força, fator que é fundamental para que ela tome as decisões as quais fizemos referência no início de nosso texto. 

Quando o diretor Tim Burton anunciou que filmar “Alice no País das Maravilhas” seria seu próximo projeto, os fãs da obra em todo o mundo entraram em regozijo – afinal, Burton é um cara diferente (pra não dizer bizarro) e que gosta de contar histórias diferentes, de uma forma que privilegia bem mais o lado sensorial das coisas. Entretanto, estes mesmos fãs se esqueceram que Tim mudou muito desde que foi pai. Suas obras, mais precisamente desde “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, por mais que tenham um viés obscuro, sempre acabam encontrando um tom otimista e que passa por um terreno que é seguro, sem dar chances para muita ousadia – e foi isso que ele fez em “Alice no País das Maravilhas”, o que pode não agradar a muita gente. 

Como obra cinematográfica, o que Tim Burton alcançou aqui reflete também todo este amadurecimento pelo qual ele vem passando nos últimos anos. Hoje, ele é um diretor muito mais refinado e preocupado com os aspectos técnicos de suas obras. Do ponto de vista técnico, “Alice no País das Maravilhas” é uma obra muito bem feita – com destaque para a fotografia, a direção de arte, os figurinos e a trilha sonora (é interessante observar que, com a exceção dos diretores de arte, todos os outros são colaboradores habituais de Burton e, portanto, conhecem bem o estilo dele). Tem também os ótimos efeitos visuais, que devem colocar o filme no mapa da próxima temporada de premiações.   

Cotação: 9,0

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010)
Direção: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton (com base nos livros de Lewis Carroll)
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Stephen Fry, Michael Sheen, Alan Rickman, Timothy Spall, Christopher Lee, Imelda Staunton



Jornalista e Publicitária


Comentários


Eu gostei de “Alice..”, mas é inevitável falar que pecou em alguns pontos e deixou a desejar, pelo fato de ser do Burton todos esperavam algo diferente demais, uma Alice até macabra eu diria, rs
E por conta da história ser fiel aos livros, não foram bem aceitas, mas gostei do resultado final…

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Alan, exatamente! Concordo contigo, até porque eu também gostei do resultado final.

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Kamila, eu achei que “Alice no País das Maravilhas” foi decepcionante em todos os aspectos. Mas, para mim, o que acaba com o filme é o roteiro: demora a engrenar, não tem uma história sólida e ainda apela para o previsível confronto entre mocinhos e bandidos…

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Kamila, me desculpe, mas dessa vez não concordo em nada contigo.

Este filme peca pelo roteiro fraco e extremamente bobo, além de falhas nas interpretações – mas, eu achei o Depp bom, quem ficou realmente caricata foi Anne Hathaway e Mia Wasikowska (além de fisicamente parecida com Gwyneth Paltrow, parecia ela atuando, rs) não mostrou densidade. Não vi nenhum ‘choque’ dela – pelo menos a ausência de expressão da atriz proporciona isso – em cenas que a própria Alice deveria transmitir isso. Ela, em momento algum, parece deslumbrada ou mesmo mostra “medo” e fragilidade em momentos que deveria transparecer esse condicionamento. Mas, nem foi culpa dela, mas sim problemas de direção do Burton (a menininha Alice também soava estranha, apática e artificial) e do roteiro esquisito. A direção foi muito, mas muito mecanizada…e o roteiro da metade pro final fica totalmente chato…o personagem de Depp, certas falas ditas e certas cenas soam totalmente tediosas…Desnecessárias passagens da Alice com sua família, aquele casamento tosco com o caricato pretendente dela e a dancinha dela (e do Depp também) me deixaram com vergonha alheia, rs.

E vou ser sincero, nem achei tãaaao bem feito os efeitos visuais – a cena que ela cai do buraco, achei bem mecânica e deu pra sentir bem a montagem e tal. Parecia o tempo todo que Mia Wasikowska estava atuando apenas num cenário 3D, não dava forma na atuação e nem os efeitos – totalmente em excessos e cansativos – proporcionava um lirismo…

Engraçado que pseudos críticos e blogueiros por aí contestam atuações do elenco de Crepúsculo e não perceberam o quão apática, superficial e mecânica foi a atuação de Mia…e tenho certeza que ela estava também desconfortável ali, visto que na série “In Treatment” ela foi intensa, versátil e tinha textura dramática…

Gostei mais da trilha sonora do Danny, um recurso muito apurado e marcante! deu todo o clima e atmosfera ao filme…logo nos créditos iniciais; gostei da caracterização de Helena Bonham Carter (muito, mais muito cõmica e cruel!) e achei que a cenografia estava mesmo um primor.

Mas, tudo foi meio chatinho: por vezes, cansava o excessivo efeito visual, o roteiro frouxo e meio louco, enfim…

Beijo

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Interessante a comparação com o Mágico de Oz, ela enobrece seu texto,mas eu discordo completamente dos resultados obtidos em sua análise. Para mim, o filme é raso dramaticamente e Burton não impôs seu estilo por obrigação contratual. Alice no país das maravilhas é um filme de produtor, vendido como um filme de diretor. É uma típica produção disney que amealhou o status autoral de Burton. E foi só ele que saiu arranhado desta história. Tanto é que andou declarando que filmou apenas o que estava no roteiro e que não assume a autoria do filme. Ele disse isso em várias entrevistas. Uma das quais à Folha de São Paulo que eu utilizei para fazer esta matéria sobre o filme: http://claquetecultural.blogspot.com/2010/04/especial-alice-no-pais-das-maravilhas.html

Beijos

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Matheus, eu discordo um pouco do seu comentário, uma vez que não acho que a história de “Alice” demorou a engrenar.

Cristiano, sem problemas, pode discordar! 🙂 Eu concordo que a Anne Hathaway estava extremamente caricata, não vi a falta de densidade na performance da Mia. Acho que ela conseguiu cumprir bem aquilo que o papel queria. E a Helena, pra mim, foi a melhor coisa, disparada, desse filme. DISPARADA mesmo! Ela foi perfeita. Beijo!

Reinaldo, não sabia que o Burton, por obrigações de contrato, filmou somente aquilo que estava no roteiro, tendo sua capacidade autoral colocada de lado. O interessante é que, mesmo assim, este filme tem a cara do Tim Burton. Curioso, não? Beijos!

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Kamila,
acho que o que me resta é conferir mesmo o filme, quem sabe amanhã em algum cinema aqui de Curitiba, pois os comentários que vejo ou são elogiando o filme ou detonando. Acho que só vendo para ter certeza do que vou esperar, o melhor de tudo é que antes eu tinha muita expectativa para ver o filme, agora estou tratando Alice como um filme normal. Assistir um filme com muita expectativa, pode atrapalhar demais.

Quando assistir, passo por aqui novamente!

Beijo,
André

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Eu me diverti assistindo Alive, mas há problemas no filme, principalmente nas atuações. Johnny Depp está exagerado, Mia está apática e Anne Hathaway tem trejeitos estranhos demais.
Em termos de história ou roteiro, pouco têm-se a acrescentar. É aquela coisa meio boba, meio onírica, sem sentido mesmo. Mas, se você vai se deixando levando, funciona. Agora, a mistura de tudo ao entrar na toca do coelho me fez sentir a liberdade de Alice em seu sonho mágico. Acredito que tudo aquilo seja uma grande metáfora da vida, com mensagens subliminares diversas.

abraços

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É. Eu também não vou nada de encontro com sua opinião, Kami.
Acho fraquíssimo em tudo, até mesmo na estética. Acho um Burton sem ser Burton. A sensação que tive é que nem ele estava contente com o que estava fazendo, pois em nada ele consegue carimbar uma assinatura dele. E a personagem de Alice é uma das coisas mais sem sal que já vi, assim como muitos quesítos no filme, num todo.

Beijão!

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André C., em filmes assim, o melhor mesmo é assistir a ele e formar a sua própria opinião. Neste caso, fico aguardando a sua. Beijo!

Amanda, eu também me diverti assistindo o filme e me deixei ser levada pela história e por esse aspecto onírico que você mencionou em seu comentário. Abraços!

Alyson, sem problemas, podem discordar à vontade da minha opinião. Estamos aqui pra discutir cinema mesmo. 🙂 E eu consegui enxergar as marcas dele neste filme, Alyson. Como eu disse ao Reinaldo, mesmo sendo uma obra que ele fez obrigado, parece que ele deixou alguma coisa dele lá. Pelo menos, essa foi a sensação que eu tive.

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Gostei do filme não. A decepção vem do resultado da equação “tentativa de Burton se manter fiel ao seu próprio estilo e, ao mesmo tempo, ao espírito de Carroll” + “intenções da Disney e sua roteirista Linda Woolverton em nome de uma fórmula hollywoodiana consagrada em faturar alto nas bilheterias.” Não fica nem lá nem cá. É um filme lindo de se ver, mas dominado por um vazio emocional.

Bjs!

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Também acho que “Alice” é um ótimo filme quanto à técnica e não me surpreenderia se fosse reconhecido por esse departamento. Contudo, não correspondeu às expectativas em outros aspectos, o que é uma pena já que apostava muito na produção. Vale mais pela Helena Bonham Carter.

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Interessante você falar de um certo amadurecimento do Tim Burton, porque a maioria das pessoas que viram o filme me dizem que o diretor erra a mão no fim e transforma a obra em um conto assumidamente infantil, destoano do resto. Não vi, então ainda não posso opinar sobre isso.

Mas Tim Burton é do conceito! rs…

Bjs!

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Muito bom filme!
e muito bom texto Kamila, virei leitor do seu blog.
A propósito, inaugurei o meu recentemente e já linkei o seu lá.
abraço

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Otavio, entendo o que você chama de vazio emocional. Talvez, mesmo, a história não nos envolva tanto quanto ela poderia, mas, mesmo assim, eu acho que Tim Burton conseguiu produzir um bom filme. Beijos!

Vinícius, vale muito pela Helena Bonham Carter. Como eu disse, no próprio texto, acho que ela dominou este filme por completo.

Dudu, Tim Burton é do conceito mesmo. 🙂 E, sinceramente, não acho que ele erre a mão no final. Beijos!

Adriano, obrigada pela visita, pelo comentário e pelo link! Boa sorte com seu blog. Abraço!

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eii
ainda nao tive chance de ver
mas tem mta gente dizendo que eh ruim
heheh
poo bota meu blog ae no blogroll
o seu ta la ja hehehe

bjaooo

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Também fiquei satisfeita com o resultado final, até por que “Alice” era uma das histórias que minha mãe lia para mim antes de dormir quando era nova e gosto bastante do desenho. Gostei do que Tim Burton fez aqui, que mesmo sendo Disney deu para ver a marca dele para mim. Gostei da Mia, mas foi ofuscada pela Helena, que está hilária, ainda mais quando fala “Off with their heads!”, rsrsrs. E infelizmente, não gostei da Anne no filme, ela não combinou como a Rainha Branca. Mas o destaque fica por conta da parte técnica e da trilha sonora.

Beijos! 😉

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Mil vezes o Burton de O Cavaleiro sem Cabeça, Ed Wood e Edward do que o Burton que renomeia o País das Maravilhas, patina na narrativa e adiciona lições de moral no final da história. Bonitinho mas ordinário…

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Airton, ao contrário de outras pessoas, eu gostei muito do filme. Beijo!

Mayara, eu concordo plenamente com seu comentário sobre “Alice”. Beijos!

Rockenbach, eu também prefiro o Burton mais ousado, apesar de ter gostado do resultado final deste longa.

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Eu gostei, mas considerando como filme infantil. Acho que muitas expectativas foram criadas….

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Pra mim esse filme é mais um acerto de Tim Burton.Só inverteria os papéis de Alice(Anne Hathaway no lugar de Mia Wasikowska).A canção do filme cantada por Avril Lavigne é muito boa,potencial para indicação na categoria canção original?

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Mandy, concordo que muitas expectativas foram criadas em torno desta obra.

Paulo Ricardo, eu não teria escalado a Anne para Alice, e nem teria tirado a Mia do papel. Até fisicamente ela combina com a personagem. E não acho, sinceramente, que a música da Avril Lavigne tenha chances em canção original.

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Não gostei muito. Como você disse, acho a parte técnica maravilhosa e a Helena construindo um papel memorável. Mas se comparados a trama lendária de Caroll, é impossível não ficar um pouco desapontado com as últimas cenas de ação desnecessárias e dançinhas vergonhosas. rsr

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Eu tive uma pequena desilusão com este filme. Está muito bom visualmente e em termos estéticos, mas falta outra visão mais subversiva da história…

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Não acho um mau filme, mas também não vejo nada extra. Pra mim não é um filme de Tim Burton, mas da Disney. É um orgasmo visual e também um chiqueiro textual. Mas pra mim sempre valerá ver Johnny Depp e Helena Bonham Carter atuando no mesmo filme, eles se completam em grandeza – e isso enriquece qualquer filme.

Até mais, Kamila, bom fim de semana.

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Luís, as dancinhas, realmente, foram totalmente vergonhosas… rsrsrsrsr

Victor, concordo plenamente que falta uma visão mais subversiva desta história.

Pedro Henrique, gostei do uso da expressão “orgasmo visual” e “chiqueiro textual”. E a Helena Bonham Carter está maravilhosa. Até mais e boa semana!

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Acho que o Tim Burton não se sentiu a vontade no 3D. Esse formato não acrescenta muita coisa ao filme.

Concordo com o destaque que você dá a Helena Bonham Carter.

Mas no geral achei meio decepcionante, infelizmente.

Abs!

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Eu gostei da parte estética de Alice, mas o roteiro não me cativou. A sorte de Tim Burton é que sua esposa e Johnny Depp estavam inspiradíssimos! E a menina que fez a Alice perde de longe pra Saoirse Ronan (aquela que fez a menina estuprada do filme novo do Peter Jackson).

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Não gostei tanto quanto você. Não consigo esconder minha decepção sobre a produção. Tenho algumas ressalvas, porém. Como a trilha do Elfman que é um acerto, todo aquele visual interessantíssimo e principalmente Helena Bonham Carter que está ótima em todas as cenas.

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Bruno, é verdade. O 3D pouco acrescenta ao filme. Abraços!

Roberto, a Saoirse é melhor atriz que a Mia, mas eu não acho que ela tenha sido esse desastre todo. E, sinceramente, este filme é dominado totalmente pela Helena Bonham Carter. Ela que faz esse filme ser maravilhoso.

Rafael Carvalho, concordo totalmente com as suas ressalvas em relação a este filme.

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Eu gostei da Alice pelo visual e por trazer algo lúdico que não podemos perder: a fantasia, o maravilhamento, a possibilidade de fugir para um outro mundo. Você já sabe o que penso sobre o filme que poderia ter potencializado mais o caráter emotivo dessa história, mas de maneira geral, é um primor estético e mostra um Tim Burton digno de estar entre os cineastas mais criativos do mundo. bjs

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Pronto! Assisti ao filme!
E gostei do que vi, não amei o filme, mas acho que no fim das contas temos um pouco de Tim Burton com uma visão da Disney, onde um filme que tem um fundo adulto (o difícil momento de crescer), mas com uma dinâmica bem infantil. Agrada a todos!

Bjos,
Andre

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Madame Lumière, eu concordo plenamente com teu comentário! Beijos!

André C., exatamente! Beijos!

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Queria muito assistir esse filme, fui nas comunidades desse filme no orkut e algumas pessoas dizem que ouviu a frase ” mamãe me casei com um chapeleiro e ele é maluco” !? Sério ela falou isso, se não só irei descobrir quando eu assistir.

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Teve outro crítico que comparou esse filme da Alice com algo do Mágico de OZ, só que ele comparou a relação da Alice e do Chapeleiro Maluco com a Dorothy e o Espantalho do filme de 1939.

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Fui ver em 3D e sinceramente desa maneira nao vale a pena, quando vi “normal” dá pra ver a preciosidade desse filme, tudo tão perfeito. Adoro Tim, Helena e Johnny *-*

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