Titãs – A Vida Até Parece uma Festa
Ao todo, são 29 anos de carreira e 18 álbuns lançados. Uma trajetória que coloca os Titãs, banda de rock paulista, dentro dos grupos mais respeitados da música brasileira – fazendo rock ‘n roll de verdade, de qualidade e pesado. Não é fácil sobreviver num mercado altamente volúvel como o fonográfico e os Titãs conseguiram isso, passando por cima da saída de membros (Ciro Pessoa, André Jung, Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin), da morte de um integrante querido (Marcelo Fromer) e das críticas recebidas nas épocas do “Volume 2” e do “As Dez Mais” (ei, todo mundo quer fazer seu pé de meia, na vida…).
O documentário “Titãs – A Vida Até Parece uma Festa”, que foi dirigido por Branco Mello e por Oscar Rodrigues Alves, cobre uma história que ainda está sendo traçada, mas que, para fins documentais, termina durante a turnê do disco “Como Estão Vocês?”, de 2003 – eles já lançaram mais 3 álbuns depois desse. Contando com o suporte de um acervo enorme de imagens que documentam todas as fases da banda (desde shows, turnês, ensaios, aparições em TV; até os momentos de descontração em viagens e os instantes em que eles estão tomando decisões profissionais ou compondo novas músicas), o filme oferece um amplo campo de visão que nos faz enxergar porque o Titãs é a banda na qual se transformou.
Se tem uma coisa que prejudica o documentário é o fato de ele não possuir uma linha narrativa definida. A impressão que temos é a de que estamos assistindo a um filme sem roteiro. Os assuntos vão aparecendo, sem seguir uma ordem cronológica, e vão sendo abordados, de forma superficial, sem nunca serem aprofundados. Porém isso não é algo que prejudica “Titãs – A Vida Até Parece uma Festa”, muito em parte porque o objetivo do filme não é analisar o grupo, e sim nos dar a oportunidade de nos aproximar de um outro lado do trabalho deles.
O documentário entra totalmente no espírito de “Diversão”, canção cujo verso dá nome ao filme. O filme faz jus a um dos maiores hits dos Titãs. As imagens caem bem como um tributo a todos eles e nos mostram bons momentos. E, mesmo quando estamos vendo algo que é triste, o filme que nos deixar com a memória daquilo que foi feliz. Até porque, no final, para fazer uma citação direta ao título do documentário, o que nos resta é fazer da vida uma festa. E isso os Titãs fizeram, fazem e continuarão fazendo.
Cotação: 7,0
Titãs – A Vida Até Parece uma Festa (2008)
Direção: Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves
Roteiro: Oscar Rodrigues Alves e Branco Mello
Com: Arnaldo Antunes, Tony Bellotto, Sérgio Britto, Marcelo Fromer, Charles Gavin, Branco Mello, Paulo Miklos, Nando Reis
[…] This post was mentioned on Twitter by tudodocinema, Blogueiros Cinéfilos. Blogueiros Cinéfilos said: CinéfilaporNatureza Titãs – A Vida Até Parece uma Festa http://bit.ly/bU3GNg […]
Caramba! Não sabia desse documentário e, como adoro a banda, não quero deixar de vê-lo. Obrigado por abrir espaço a esse trabalho.
Beijos!
Verdade, parece que não tem roteiro. A gente entende que a captação das imagens foi aleatória, afinal era apenas um registro de Branco Mello, mas depois, eles poderiam organizar melhor isso. Ainda assim, eu curti bastante, fica tudo uma festa mesmo, uma diversão. Até nos momentos mais críticos como a morte de Fromer ou a saída de Nando Reis é bom curtir aqui junto a eles. Como escrevi na minha crítica na época “o clima de nostalgia é o responsável por gostarmos do filme, que como arte cinematográfica tem pouco.”
bjs
Não sou um dos maiores fãs da banda, mas tenho gostado bastante da safra de documentários musicais brasileiros dessa última temporada.
Alyson, de nada! Beijos!
Amanda, parece que não tem roteiro mesmo. Eu também curti muito o flme. Beijos!
Vinícius, eu também tenho gostado bastante desta safra recente de documentários musicais brasileiros. Por isso mesmo que conferi este filme.
Tenho certos problemas com alguns docs musicais que não conseguem exprimir uma linha narrativa coerente (parece que esse se prejudicou um pouco por isso). Não gosto muito dos Titãs, mas acho que darei uma chance, porque o cinema brasileiro está merecendo, rsrs.
Luís, a questão é que a falta da linha narrativa coerente não prejudica o documentário se você conhece bem a história da banda.
Olha, hoje eu não curto a banda. Antigamente eu adorava! Acho que Arnaldo Antunes faz muita falta… Bjs! Bom final de semana!
Otavio, eu acho que todos os integrantes que a banda perdeu fazem falta. Por isso mesmo que eu curto mais a fase antiga deles. Beijos e bom final de semana!
Desconhecia por completo sobre o mesmo, até o momento!
Eu não vi esse documentário ainda,mas uma fato positivo vem me chamndo a atenção.Como os cineastas brasileiros estão redescobrindo a memória musical desse país através do cinema no formato documentário.Temos longas metragens como Cazuza de Sandra Werneck e esta em pré-produção o filme dos Mamonas Assasinas.Documentário em tão é um caso a parte.A atriz Patricia Pillar dirigiu um sobre o cantor Waldick Soriano,Coração Vagabundo relatou o cotidiano do cantor Caetano Veloso(esse documentário eu vi,é bem fraquinho)e outros que provavelmente estou esquecendo.Mas a obra máxima do gênero “Documentário/Musical” é Simonal-Ninguém-Sabe o Duro Que Dei.Eu fiquei tão impactado com a obra que no dia seguinte revi de novo,é soberbo.O documentário faz uma feliz junção do período da música popular e a ditadura militar e desvenda como Wilson Simonal foi injustiçado(apesar do contador dele ter perdido muitas coisas e apanhado dos seguranças do cantor,quem viu o documentário vai entender).Ocupei esse espaço não para falar do documentário dos Titãs e sim pra registrar esse bom momento dos documentaristas brasileiros.Por isso que eu digo:”O cinema brasileiro esta na melhor fase da sua história”,só falta ganhar 1 Oscar,beijos e bom domingão Kamila.
Cleber, espero que tenha se interessado, então, para conferir a obra.
Paulo, esses documentários musicais, na maior parte do tempo, funcionam bem demais. É um filão no qual o nosso cinema está se destacando e explorando com uma qualidade bem legal. Concordo que o documentário sobre o “Simonal” é a obra máxima deste gênero, por enquanto. Gosto muito também de “Coração Vagabundo”, com Caetano Veloso.
Não sou fã, mas gosto o suficiente para procurar o filme.
Wally, se encontrar o filme e assistí-lo, espero que goste.