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Insolação

publicado em:16/08/10 10:17 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Quando uma pessoa se expõe bastante ao sol, pode estar sujeita ao fenômeno da insolação. O filme homônimo, dos diretores Felipe Hirsch e Daniela Thomas (trazendo para o cinema uma parceria longínqua que tinham no teatro), faz uma analogia entre os sintomas desta “enfermidade” (falta de ar, dor de cabeça, náuseas, tontura, febre, pele quente, pele avermelhada, pele seca, inconsciência, entre outros) com os sinais que uma pessoa pode sentir quando está no início de uma paixão. 

Para tanto, vários personagens são colocados em uma cidade deserta, porém moderna – e que foi retratada por uma fotografia (de Mauro Pinheiro Jr.) claramente inspirada no trabalho que César Charlone fez em “Ensaio Sobre a Cegueira” -, e, diante de nós, estas pessoas vão se desenrolando em contos que falam sobre a busca pelo amor, a solidão, a tristeza, a perda, a decepção, entre outros sentimentos que são caracterizados normalmente por aqueles que se dispõem a se abrir para as alegrias e as tristezas advindas da paixão. 

Com um roteiro livremente inspirado em diversos contos russos do século XIX, “Insolação” é um filme que não é fácil de ser compreendido. O longa tem uma grande espinha dorsal: as intervenções do personagem interpretado por Paulo José, que nos clareiam as ideias sobre quais os temas que passarão a ser tratados no decorrer do longa. Está claro que a obra é um longo exercício de experimentação de linguagem. “Insolação” é uma obra totalmente sensorial, mas que não vai conseguir estabelecer uma conexão com todos. 

Cotação: 1,0

Insolação (Sunstroke, 2009)
Direção: Felipe Hirsch e Daniela Thomas
Roteiro: Will Eno e Sam Lipsyte
Elenco: André Frateschi, Paulo José, Leandra Leal, Miguel Lunardi, Leonardo Medeiros, Maria Luisa Mendonça, Daniela Piepszyk, Simone Spoladore, Eduardo Tornaghi



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Comentários


É melhor nem lembrar qual foi o ultimo filme nacional que vi … por que realmente me esqueci … é ótimo quando existe esse laço experimental … porém esquece que nem todos são suspectiveis a isso …

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João Paulo, eu acho que tenho um problema em geral com filmes experimentais. Dificilmente, consigo gostar de uma obra assim.

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O elenco tem nomes interessantes, mas, para ser sincera, nem o trailer deste filme consegui entender, mesmo assistindo algumas vezes seguidas para tentar gostar, mas não consegui ser conquistada pelo trailer. Pena que o filme seja isso mesmo. rsrs.

Beijos! 😉

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Essas coisas experimentais é interessante… tipo, só as pessoas q vivem num mundinho particular em q somente o q elas entendem como arte no cinema conseguem gostar de filmes assim. Não satisfeitos, consideram quem acha tudo confuso um verdadeiro debilóide.

Eu gosto de responder para gente assim desta forma “hey, eu consigo entender a história de um filme pornô mas não entendi a deste filme, isto é, um filme de sacanagem tem uma linguagem melhor q essa coisa q vc paga pau!”.

Claro, falo isso mais pra irritar.

Mas eu até q estou disposto a ver este filme. O negócio é ONDE assistir…

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Que sorte que ele ganhou nota 1 ahaha

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Thyago, exatamente. Concordo plenamente com a primeira parte do seu comentário. E este filme passou aqui em Natal, na sessão Cine Cult.

Vinícius, sorte? Você assistiu a este filme? rsrsrs

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Já tinha lido mal dele em algum lugar mesmo, e sua crítica só me deixou mais cautelo enquanto ao filme. Uma pena, parecia ser bom.

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Nota 1,0 chega assustou, hehe. Não vi ainda e agora estou na dúvida, apesar de gostar de alguns filmes sensorial “cabecistas”…

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Wally, eu fui assistir sem nem saber opiniões externas sobre o longa. Talvez, se soubesse que ele era meio complicado, nem teria visto.

Amanda, imagino que chegue a assustar. 🙂 E eu disse aqui que não gosto desses filmes sensoriais cabeças.. rsrsrs

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Q bomba hein!

Tb inspirado em 11 contos!

Mas o detalhe da fotografia me despertou interesse. Acho sensacional o trabalho do Charlone no filme subestimado de Meirelles.

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Esse eu ainda não vi. Contudo, pela sua crítica não é para todos os gostos. A julgar pela sua nota, não caiu no seu gosto…
bjs

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Cassiano, inspirado em 11 contos, realmente, fica difícil de ter alguma coerência. A fotografia, para mim, foi o ponto alto do filme junto com a atuação do Paulo José.

Robson, eu te disse…

Reinaldo, não é um filme MESMO para todos os gostos. Beijos!

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Eu já havia lido alguma crítica negativa em algum lugar, o que é uma pena. Os envolvidos são mesmo muito talentosos e eu até tinha vontade de conferir o filme. Tu mesma disse que pode deixar alguns mais satisfeitos que os outros, acredito que esse não foi seu caso rsrs. 1,0?

bjs!

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Um exercício de paciência e introspecção que eu também não consegui alcançar. Sinto que a obra é muito mais do que se apresenta.

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Elton, exatamente. Com outra pessoa, talvez mais aberta a esta experiência do que eu fui, o filme pode até funcionar. Beijos!

Luís, eu fiquei com essa sensação de que a pretensão da obra era maior do que a que ela conseguiu alcançar durante o filme inteiro… E, sinceramente, não sei se isso chega a ser bom!

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Você me prestou um grande serviço. Estava pensando em ver esse, mas algo me dizia para não perder tempo. Agora vejo porquê!

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Roberto, mas não leve minha opinião assim tão a sério, vai que você iria assistir ao filme e iria achá-lo genial??

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Tenho medo desses filmes nacionais muito “conceituais” que quase sempre tem pouco a dizer. É algo muito pessoal, mas não vi ninguém falando bem dele até o momento – e por isso mesmo acho que não entenderei sua proposta.

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Vinícius, eu tenho muito medo de qualquer filme conceitual que quase sempre tem pouco a dizer. 🙂

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Eu confesso que me senti atraído pelo filme. Vou conferir e volto pra concordar com seu “um” ou não, rs.

Beijo!

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Cristiano, ok! Eu acho que esse seria um bom exemplar para você apimentar no seu blog. Aposto que você daria uma interpretação bem curiosa para a jornada vivida por estes personagens. Beijo!

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Uau! Eu tava doido para conferir o filme, porque acho o trabalho da Daniela Thomas bem bacana – e o Hirsch, aqui no Rio, dirigiu alguns espetáculos teatrais de sucesso. Eu gosto de experimentações, mas elas têm que nos tirar da zona de conforto. Vou conferir e volto aqui para comentar.

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Dudu, essa aqui, com certeza, nos tira da zona de conforto! Espero seu comentário após conferir o filme.

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Interessante esse filme. Mais o que me chama mais a atenção é como muitos filmes são produzidos aqui no Brasil e acabam passando despecebidos, não chegando nem a serem lançados. Uma pena um circuito nacional que se resume filmes da Globo, como Se Eu Fosse Você.

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Mateus, esse aqui, acredito que só tenha encontrado espaço no circuito alternativo mesmo.

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