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Nosso Lar

publicado em:10/09/10 10:11 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Sem dúvida alguma, “Nosso Lar”, longa dirigido e escrito por Wagner de Assis, é uma das obras mais ambiciosas da história do cinema brasileiro. Com efeitos visuais de encher os olhos, um visual futurista e trilha sonora do sensacional Philip Glass, o filme é a adaptação de um dos 16 livros que o médium Chico Xavier psicografou tendo como co-autor o espírito de André Luiz, um famoso médico que, na sua vida terrena, se importava mais com os bens materiais do que com elementos que, verdadeiramente, alimentam a nossa alma. 

O filme retrata, basicamente, a vida na Colônia Nosso Lar, que seria um mundo espiritual que paira sobre a terra. A sociedade lá é bem organizada, com ministros, órgãos “públicos”, hospitais. A diferença é que todos vivem em total comunhão. Não existe propriedade privada, o que é de um é de todos e aqueles que vivem na Colônia Nosso Lar, todos, praticam o bem do próximo e vivem em paz e harmonia. A jornada de André Luiz nesta Colônia é muito clara: ele está ali para aprender novos valores e para se adaptar à sua nova vida. 

A obra, aliás, fala sobre vários princípios do espiritismo, como: vida após a morte, purgatório, a vivência de experiências múltiplas nos chamados mundos material e espiritual e a comunicabilidade entre vivos e mortos. Por isso mesmo, “Nosso Lar” tem um propósito bem claro que é difundir esta mensagem de fé espírita. Se você acredita nesta doutrina e tem fé, irá se comover com o filme. Se você não acredita nisto, o longa quer te sensibilizar – uma vez que mostra que a morte não é o fim, ela significa o recomeço, o princípio de uma nova jornada em um mundo diferente, onde temos a chance de consertar aquilo que fizemos de errado e de melhorar aspectos de nossa própria personalidade. 

Em consequência deste seu caráter primordialmente espiritual fica muito difícil tentar avaliar “Nosso Lar”. Como obra cinematográfica, o filme tem alguns aspectos interessantes, como a fotografia de Ueli Steiger; mas, ao mesmo tempo, também tem alguns problemas que não chegam a comprometer o resultado final, como, por exemplo, o fato do primeiro ato (que alterna cenas de André Luiz no mundo material e no purgatório, antes de ele chegar ao mundo espiritual) ter pontos de transição muito bruscos. 

Cotação: 6,0

Nosso Lar (2010)
Direção: Wagner de Assis
Roteiro: Wagner de Assis
Elenco: Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Rosane Mulholland, Inez Viana, Rodrigo dos Santos, Werner Schunemann, Aracy Cardoso, Ana Rosa, Othon Bastos, Paulo Goulart, Lu Grimaldi, Chica Xavier, Nicola Siri



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Comentários


6? Você é meio perversa com o cinema brasileiro hein Ká?

Tô muito ancioso pra ver este filme [AAAA]

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O problema do filme não é nem as ideias da doutrina espírita que o filme tenta vender (por mais abusrdas que elas sejam), mas toda a dramaticidade pobríssima de toda a produção. E por mais que se tenta negar, é um filme de espíritas para espíritas.

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Rafa, não sou perversa com o cinema brasileiro. A prova disso é meu post anterior de um filme nacional sobre “As Melhores Coisas do Mundo” e outros tantos que foram postados aqui no blog e que são elogiosos às produções nacionais!

Cassiano, obrigada. Mas, acho que este filme tem mesmo que ser avaliado por esse aspecto.

Rafael Carvalho, não acho que seja um filme de espíritas para espíritas, uma vez que ele tem uma mensagem meio que universal.

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Sou um completo admirador do espiritismo e achei que o assunto foi tratado de uma maneira boa, assim como foi em Chico Xavier, com o respeito que toda religião merece e sem desrespeitar as demais. Como obra cinematográfica, tem uma produção acima de muitas nacionalmente falando, ainda que tenha uns problemas de direção e roteiro que fazem algumas passagens se tornarem artificiais demais, além do elenco que poderia ser bem melhor. No mais, é um filme interessante.

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Pois é, assino embaixo de Alexsandro. O filme tem prós e contras no sentido cinematográfico, mas o mais importante é a mensagem transmitida. Nesse critério, tem muitos méritos, não apenas para espíritas, mas para todos os que tem uma religiosidade (não necessariamente religião) dentro de si.

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Até entendo que pra você tenha prejudicado, o primeiro ato. MAs o que mais incomodou no filme pra mim foi o ator que faz o protagonista. Achei-o completamente insosso.

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Amanda, e eu concordo com vocês dois! E foi isso que tentei passar em meu texto.

Robson, também achei-o completamente insosso.

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Não vi ainda, Kamila! Vou deixar para o DVD… Mas belo texto o seu!

Aliás, vi aí que você já assistiu ao filme com a Drew Barrymore. Aguardo o texto.

Bjs! Bom final de semana!

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Otavio, obrigada. O texto sobre o filme da Drew Barrymore deve sair em breve. Beijos e bom final de semana!

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O que eu gostei de “Chico Xavier” era que o tema não nos era enfiado goela abaixo. Este, porém, já parece forçar a barra. Relutante, mas vou conferir.

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É, eu ainda nem vi, mas confesso que já esperava isso – muita técnica e pouca “emoção” no filme. E, de fato, todos blogueiros e muitos críticos apontam que o filme deveria ter um elenco bem mais articulado, superior. Uma pena isso…mas, verei e volto com opinião formada. Eu sou espírita kardecista e, a proposito, considero o livro Nosso Lar um marco.

Beijo!

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Eu daria um 7. Fiquei surpreso com o resultado e entendo porque as filas dos cinemas andam tão abarrotadas para vê-lo. E esse ator que fazer o Dr. André Luiz merece ser aproveitado em novas produções nacionais. Um bom artista!

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Wally, confira mesmo!

Cristiano, mas o filme tem muita emoção! Beijo!

Roberto, pois eu não gostei muito do ator que fez o André Luiz, não! Mas, o elenco desta obra é cheio de bons atores que deveriam ser melhores aproveitados por aí!

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Eu ainda não vi e, francamente, acho que não irei ver tão cedo. A trama não me seduziu. Mas tenho que louvar a qualidade da sua leitura da obra. Me parece bastante isenta, coerente e pontual. Nosso lar não faz o sucesso que faz pelo filme que é.
bjs

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Acho o espíristimo uma religião bacana, não sigo a religião em si, mas sou bastante curioso com ela. Ainda não vi “Nosso Lar”, não fiquei muito tentado com a história em si. Mas, pelo visto o filme está mesmo fazendo sucesso, sendo bem elogiado principalmente aos efeitos especias. Muito bom ver que o cinema brasileiro está se diversificando e intensificando o cinema cada vez mais!

Ótimo texto!
Abs.

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Kamila quando eu vi o trailer desse filme eu fiquei perplexo com a qualidade da obra.Belos efeitos especiais,uma direção de arte belissima e pela primeira vez eu vi um filme nacional com cara de ficção cientifica.Vale resaltar:eu vi apenas o trailer.Bem,estou surpreso com a bilheteria que o filme teve e acho que a tendencia é crescer.Vou ver esse filme semana que vem e espero gostar.Estou surpreso de saber que Philip Glass esta na equipe do filme.O “cara”que compôs a belissima trilha do filme As Horas e Notas Sobre um Escândalo,trabalhou em um filme brasileiro.Motivo de orgulho para o nosso cinema,o interesse de artistas renomados e “oscarizados” querer trabalhar no cinema nacional.De cabeça o único músico internacional e com um Oscar na estante que trabalhou em um filme brasileiro foi o argentino Gustavo Santaolalla no filme Linha de Passe de Walter Salles.Mas Santaolalla é amigo pessoal de Salles,então nem conta.Glass aceitou trabalhar com um diretor novato em seu 2°filme.Espero gostar do filme Nosso Lar,beijos linda e bom final de semana.

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Reinaldo, o filme faz sucesso porque tem uma mensagem de fé! Beijos!

Raspante, também não sou espírita, mas tenho simpatia pela religião e creio em várias coisas que ela prega. É sempre bom ver filmes nacionais fazendo sucesso por aí! Isso deveria acontecer com mais frequência.

Paulo, eu, quando vi o trailer de “Nosso Lar”, fiquei perplexa com a ambição do filme! 🙂 Também fiquei surpresa em saber que o Philip Glass tinha feito a trilha da obra. Concordo que é motivo de orgulho para o nosso cinema! Tomara que você goste de “Nosso LAr”. Beijos e bom final de semana!

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Tenho um pouco de medo do filme, acho que por essa questão da ambição dele. Penso se o que adianta ser bonito e caro visualmente com um roteiro vazio. Acho que irei esperar em DVD.

Beijos! 😉

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Acabei de assistir ao longa e também reconheço ser difícil escrever sobre, preciso pensar um pouco mais.

Destaco a ótima produção, a fotografia e a trilha sonora de Phillip Glass, que por sinal eu não sabia, foi uma surpresa quando vi o nome dos créditos.

O sucesso está ligado ao interesse que muitas pessoas tem em conhecer um pouco mais sobre a doutrina espírita.

Até mais

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Acho que vou aguardar um pouquinho tb, mas sem dúvida é uma obra ambiciosa.

Como você falou, provavelmente vai contagiar mais quem segue o espiritismo.

Ah, li que o ator principal atuou muito bem, procede?!

Belo texto. Abraços.

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Mayara, mas a questão é que é bonito visualmente e tem um roteiro com uma bela mensagem. Então, não tem para quê ter medo. Beijos!

Hugo, também destaco os mesmos aspectos que você e concordo com a razão apontada por você para o sucesso do longa. Até mais!

Bruno, não acho que contagie mais quem segue o espiritismo, porque o filme me comoveu e eu não sou espírita. Como falei antes aqui, o ator principal não me conquistou. Obrigada e abraços!

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A única coisa que posso dizer é que será extremamente dificil chegar por aqui … talvez quando volte a casa veja em dvd …

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Tomara que não cometam a grosseria de torná-lo nosso representante no Oscar. Se bem que estrangeiro pode gostar do filme…

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Pedro, acho que “Chico Xavier” que será o representante brasileiro no Oscar.

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É uma das poucas vezes que tenho grande interesse de assistir um filme nacional, pois a grande maioria só fala de pobreza, violência e comédia idiota acho que estava na hora do Brasil investir mais na sétima arte. Meus pais tinham esse livro,mas nunca consegui ler.
Realmente gostaria de ver versões cinematográficas de outros livros de gênero como Tambores de Angola ( li o livro é muito bom), Aruanda e Legião um olhar sobre o reino das trevas ( queria ler ambos dos livros).

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Nayara, todo mundo tá falando bem do livro e isso me deixa bem curiosa para conferir a obra literária.

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Kamila, realmente seu texto está muito bom! Imparcial, o que representa mesmo o que o filme passou, uma coisa meio em cima do muro, bom, mas nem tanto.
Acho que o que ficou faltando no filme foi aquele ápice, o clímax do filme, aquela parte pela qual a gente espera ver o filme todo. E nesse ponto eu acho que a trilha sonora deixou a desejar. Tá bom que era a Phillip Glass, mas aquela música emocionante e mais alta que o resto do filme é o que prende a gente no clímax do filme e eu não senti isso.
Nayara, concordo com você! Tem um monte de livros ótimos, inclusive romances espíritas que dariam filmes maravilhosos. Espero que o cinema brasileiro comece a usar mais esse recurso.

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[…] no livro escrito pelo espírito de André Luiz (cuja história nos já foi contada no filme “Nosso Lar”, do diretor e roteirista Wagner de Assis) psicografado por Chico Xavier, o longa “E a Vida […]

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