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Soul Kitchen

publicado em:20/09/10 11:38 PM por: Kamila Azevedo Cinema

“Soul Kitchen”, filme alemão dirigido por Fatih Akin, é uma obra pra lá de interessante. Nela, encontramos um personagem principal – Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) – que está tão certo daquilo que quer na vida que ele não vai abdicar dos seus sonhos para acompanhar a namorada Nadine (Pheline Roggan), que está de mudança para Xangai, na China. Muito em parte por causa disto, o roteiro escrito por Akin e Bousdoukos coloca o protagonista passando por situações que demonstram, claramente, que a vida que a gente tem é o resultado concreto das decisões que tomamos. 

No decorrer de “Soul Kitchen”, veremos Zinos ir do inferno ao céu e deste local de volta ao inferno em questão de meses, tudo por causa das decisões que ele toma. Dono do restaurante que dá nome à obra, ele consegue fazer com que seu estabelecimento progrida após contratar um novo Chef (Birol Unel) e de fazer mudanças que atraem um maior público, transformando o Soul Kitchen num local cheio de hype. Mas, da mesma forma que ele demonstra este tipo de visão, ele comete a besteira de passar uma procuração de plenos poderes ao irmão (Moritz Bleibtreu), que está cumprindo pena em regime semiaberto, o deixando praticamente dono de seu maior bem. 

No lado pessoal, Zinos também é capaz de cometer os mesmos acertos e erros. Tentando manter um relacionamento à distância com Nadine, tendo uma postura muito respeitável com a namorada, ele é incapaz de perceber que o afastamento físico afetou demais o relacionamento dos dois. Ele não consegue ver que, talvez, tenha chegado a hora de seguir em frente ao invés de insistir em algo que não vai dar certo por causa de vários fatores. O interessante é perceber que Zinos, com esses seus erros, vai conseguir arranjar forças para lutar por aquilo que ele realmente quer. 

“Soul Kitchen” é uma obra que fala de todos estes temas com uma linguagem bem interessante. É importante notar que o longa nunca cai pra um lado triste, nem os personagens se deixam envolver pelas coisas ruins que acontecem a eles. Ele fala sobre tudo de uma forma divertida. E isto ocorre porque a gente se envolve com a história e a empatia com os personagens é imediata. A gente quer que tudo termine bem no final para todos, sem exceção. No caso particular de Zinos, o final feliz é mais que merecido – não por tudo que ele passou, mas por ele ter a humildade de reconhecer um erro e de brigar para consertá-lo. 

Cotação: 7,0

Soul Kitchen (Soul Kitchen, 2009)
Direção: Fatih Akin
Roteiro: Fatih Akin e Adam Bousdoukos
Elenco: Adam Bousdoukos, Moritz Bleibtreu, Birol Unel, Anna Bederke, Pheline Roggan, Lukas Gregorowicz



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kamila, esse filme é realmente morno, meia-boca, rsrs. Mas eu realmente achei ele interessante, e se você se aprofundar bastante na História, da pra perceber oque o diretor quis expressar.
Aaahhhh… e Kamila, ano Passado, teve um filme chamado ” dia dos namorados Macabro 3D ” Passou no Cinema, eu assisti, e gostei, não sei se você ja assistiu, queria que você comentasse sobre ele, bjs!

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Kalel, não concordo. Não tem nada de morno ou meia-boca, mas tudo bem, respeito a sua opinião. Nunca assisti “Dia dos Namorados Macabro”. Beijos!

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Também não achei morno e meia-boca. Ele consegue ser bem divertido e tem uma história envolvente, dá tanta pena do protagonista e ao mesmo tempo nos divertimos tanto com as situações.

7,5/10,0

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Nossa ultimamente você só esta comentando filmes que estou doido pra ver rss.Fatih Akin…esse turco naturalizado alemão(ou seria o contrário?)me deixou uma otima imprenssão com o filme do Outro Lado(merecido premio de melhor roteiro no festival de Cannes 2007).Do Outro Lado era um filme seco e com tons pesados e me surpreende o cineasta partir para uma comédia.A conferir Kamila.Beijos e bom inicio de semana.

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Paulo, não sei ao certo a nacionalidade do Fatih Akin! 🙂 Não conferi “Do Outro lado”, mas “Soul Kitchen” é bem legal. beijos e boa semana para você.

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Adoro esse filme, Kamila, e me parece uma grata surpresa vindo de um cineasta mais voltado para os dramas pesados. O senso de humor se mantém duante o filme inteiro, o protagonista tem carisma e o absurdo de algumas situações são tratadas com toda leveza que a história pede. Pena que o final seja um tanto forçado.

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Faith Akin fez uma obra-prima, “Do Outro Lado”. Portanto, qualquer filme dele desperta minha curiosidade. Quero ver esse, mesmo com a impressão de que será inferior ao que já vi dele.

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Rafael, foi o primeiro filme que assisti do Akin e fiquei impressionada com esses aspectos que você citou. Concordo ainda que o final soa forçado.

Wally, fiquei curiosa para assistir este “Do Outro Lado” depois dos seus elogios e os do Paulo.

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