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Muita Calma Nessa Hora

publicado em:11/12/10 12:38 AM por: Kamila Azevedo Cinema

“Muita Calma Nessa Hora” é até um título muito injusto para o filme dirigido por Felipe Joffily. Lendo-o assim, de forma solta, parece que assistiremos a uma história em que os personagens serão confrontados com situações desesperadoras, em que decisões importantes têm que ser tomadas; quando, na realidade, o roteiro escrito por Bruno Mazzeo (filho do comediante Chico Anysio e conhecido pelo trabalho no programa de TV “Cilada”, que vai ao ar pelo Multishow) tem como personagens principais três jovens que estão interessadas em muita farra, alegria, descontração e aventuras durante um final de semana passado na praia de Búzios, no Rio de Janeiro – o que faz com que a obra seja uma tentativa brasileira de realizar uma comédia adolescente ao estilo norte-americano, do tipo “Férias do Barulho”.

Há que se mencionar alguns pontos fundamentais em “Muita Calma Nessa Hora”. Primeiro: As três personagens principais são três amigas que representam três grandes clichês (e mais outras figuras caricatas serão vistas no decorrer deste filme). Tita (Andréia Horta, conhecida pelo trabalho como a protagonista do seriado “Alice”, da HBO) é aquela sonhadora, Aninha (Fernanda Souza, que tem um excelente timing cômico) é aquela que não sabe o que quer, enquanto Mari (Gianne Albertoni, uma grata surpresa como atriz) é aquela que sabe que é linda e usa isso a seu favor. Segundo: o longa não explora muito o confronto entre estes três estilos diferentes de ser, mas coloca um quarto elemento no meio delas (a hippie interpretada por Débora Lamm) que acaba mexendo um pouco com a dinâmica do relacionamento entre as três amigas. Terceiro: não existe uma estrutura narrativa definida nesta obra. A sequência dos fatos parte da decisão das amigas de passar o final de semana em Búzios. Quarto: a grande intenção de Bruno Mazzeo com isso tudo é mostrar pessoas diferentes que, no meio de tantas situações hilárias e absurdas, acabam descobrindo muito sobre si mesmas (entretanto, um aviso: como estamos diante de uma comédia, não espere muita profundidade em torno deste assunto, até porque, como já dissemos, o filme é cheio de momentos absurdos e que não correspondem à realidade).

Um outro ponto a mencionar é o fato de “Muita Calma Nessa Hora” ser totalmente imbuído de um espírito carioca. Ou seja, os personagens deste longa são cheios de gingado, de naturalidade, não possuem pressa, querem sentir o ambiente, querem ser sol, querem ser mar, querem descontração, querem a extroversão, são abertos às pessoas estranhas, são belos e querem, enfim, aproveitar um lado bom da vida sem qualquer outro tipo de preocupação externa. E isso tudo, por si só, já é mais um clichê que adicionamos à listinha…

Como é um filme idealizado por Bruno Mazzeo (ele mesmo um destaque da nova geração da comédia brasileira), talvez, o aspecto que mais chama a atenção, em “Muita Calma Nessa Hora”, é a presença forte dos grandes destaques jovens do humor brasileiro. Passam pela tela, em pontas, gente que vai de Marcos Mion, Marcelo Adnet, Leandro Hassum, a trupe de “Hermes e Renato”, Lúcio Mauro Filho. Existe espaço também para nomes mais veteranos como Marcelo Tas, Maria Clara Gueiros, Sérgio Mallandro e André Mattos, assim como para medalhões como Lúcio Mauro.

Cotação: 2,0

Muita Calma Nessa Hora (2010)
Direção: Felipe Joffily
Roteiro: Bruno Mazzeo
Elenco: Bruno Mazzeo, Andréia Horta, Gianne Albertoni, Fernanda Souza, Débora Lamm, Laura Cardoso, Lúcio Mauro, Louise Cardoso, Marcelo Tas, Ellen Rocche, Hermes e Renato, Lúcio Mauro Filho, Leandro Hassum, André Mattos, Maria Clara Gueiros, Dudu Azevedo, Sérgio Mallandro



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Comentários


Assim, hmm, eu acho que o Bruno Mazzeo escreve bem as piadas, as situações. Mas não gosto muito de vê-lo como ator. E… filme com os bobo alegres Marcos Mion e Marcelo Adnet, ah, não dá!

Bjs! Bom final de semana!

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Otavio, concordo que o Marcos Mion é um bobo alegre e que o Bruno Mazzeo não é bom como ator. E sim, melhor como escritor. Beijos e bom final de semana!

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Realidade dos fatos … se torna louvavel o cinema brasileiro explorar outros gêneros … o problema é que se não fosse tão formulaico ou tão fechado … o resultado poderia ter sido melhor …

É aprendendo com os erros para dar o próximo passo.
Xerim Milla!

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Esse é o tipo de filme que até de graça eu passo longe do cinema. Filme que tem Marcos Mion não é coisa séria!

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Meu caro,é óbvio que não é coisa “séria”,ou não seria uma COMÉDIA.É um filme feito pra ser divertido,e não para abrir debates sobre temas complexos.

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Concordo com o Otávio.O Bruno Mazzeo escreve bem pra tv mas não é comediante.Ele é sem graça .Eu vi o ofensivo Odiquê do Felipe Joffily,que é uma refilmagem de um filme francês e era horrivel~.Tem um video no youtube que Fernando Meirelles(esse sim um cineasta de verdade)fala que as leis de incentivo são uma facilidade para diretores que tem projetos ruins.Ele fala que a “mamata é muito grande”(é uma giria pra coisas que são facéis de mais) e esse filme parece entrar nessa onda.Bruno Mazzeo tirando onda de Woody Allen não dá né,e ele falou uma frase muito infeliz em uma revista :que o twitter dá voz para quem não deveria ter.Isso pq alguns usuarios criticam algumas piadas escritas por ele nos humoristicos da globo.Vou passar longe desse filme.Só tem uma pessoa que é muito mas muito talentoso:Marcelo Adnet.O resto eu vejo no Zorra Total.Concordo com Roberto Queiroz,filme que tem Marcos Mion não é sério.Beijos.

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João Paulo, o ideal seria, sim, aprender com os erros para dar o próximo passo. Beijo!

Roberto, acho Marcos Mion um PÉSSIMO ator, fora que ele se acha, né???

Paulo Ricardo, eu gosto do Marcelo Adnet e acho-o talentoso. Beijos!

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Puxa Kamila….um escreve lá em cima e você concorda….depois o outro de novo discorda e você discorda também, aí volta a mesma discussão e você concorda tudo de novo. Não está na hora de ter uma (pequena que seja), opiniãozinha própria??
E por favor…não me dê por resposta: “Você esta completamente errado….tanto que não concordo com um @#$%$$ como você.”

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Igor, eu tenho tanta opinião própria que eu mantenho um site com críticas sobre filmes, dentre outros assuntos, desde 2007, com mais de 1000 posts publicados, enquanto você se dedica a vir ao site para ficar postando comentários que, pra ser bem sincera, não acrescentam em nada ao texto que foi publicado. Cadê a sua opinião sobre o filme?

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É um filme bem ao estilo de “Férias do Barulho” mesmo como você definiu, com todos os clichês do gênero. Não achei tão trágico quanto você falou, e agrada aos adolescentes. Com certeza, prefiro os episódios de Cilada.

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É engraçado ver que o cinema brasileiro está realmente aceitando tudo. Se tem um gênero que o Brasil sabe produzir é a comédia, mas de vez em quando nos deparamos com filmes como esse que podem acabar denegrindo essa boa imagem. Abs Kamila.

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Eu não me senti atraído por esse filme! E Fernanda Souza me cansa!

abraço

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Amanda, agrada não só aos adolescentes. Eu mesma ri muito durante o filme.

Jonathan, essa comédia não é boa mesmo! Abraços!

Cristiano, a Fernanda Souza está ÓTIMA nesse filme. O timing cômico dela é perfeito! Abraço!

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E impresão que tenho deste filme é que é apenas um “Zorra total” feito no cinema….

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Pois é, esse eu não assisti tb. De qualuqre maneira esse gingado carioca deve ser o melhor… rsrs.
Brincadeirinha! Pois é, um filme desses não tem como escapar de certos clichÊs né?!
bjs

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James, o filme tem a mesma qualidade do Zorra Total! Fato!

Reinaldo, o gingado carioca é uma das melhores partes do filme, sim! Beijos!

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Boa crítica, Kamila. Só acho que seu desfecho ficou pouco vago. Na verdade, acho que faltou uma conclusão mais abrangente.

No mais, ótimas observações sobre este vazio filme brasileiro. Clichês são até toleráveis, vá lá, mas acho que as meninas fumando maconha como se fosse algo normal não pegou bem. Até porque o público deste filme, em sua maioria, é jovem, infantil. Então, achei um ponto negativo – e, por favor, não entenda meu comentário como moralista. É fato que a maconha existe na sociedade, só acho que não pega bem um filme tratá-la como trivialidade entre jovens.

Muita Calma Nessa Hora, li esta semana, ultrapassou a marca de 1 milhão de espectadores. Acho que o fracasso só não foi maior em vista do respaldo de seu elenco. Adnet e Mazzeo são atrativos consideráveis e o fato de estarem em destaque na mídia desperta ainda mais interesse pelo filme, mas o conteúdo, a mensagem do longa é simplesmente inexistente.

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Renan, concordo sobre a questão da maconha. Ficou uma coisa feia e foi feita uma apologia desnecessária ao uso da droga. É um ponto negativo, sim.

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Gente….mas como você concorda…….!!!
Essa menina só concorda!!!!!!!!!

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Filme sem-graça, com um estilo “carioca” demais que não representa o humor e o modo de vida de outras partes do país e péssimo clichê paulista feita por Adnet(infelizmente uma visão mesquinha e imbecil do fluminenses sobre Sampa). Acho que esse filme deveria ser proibido em São Paulo.

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Só para completar, quando fui assistir o filme aqui no Rio, percebi que o personagem do Adnet era o que o pessoal mais dava risada, mas deu a impressão que era mais pela rivalidade do que a graça do personagem mesmo. Acho que houve um desrespeito que não se deve cometer, principalmente nessa relação difícil que há entre RIO-SAMPA.

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Eduardo, o filme é todo um grande clichê, incluindo os retratos dos paulistas e dos cariocas.

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