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O Pequeno Nicolau

publicado em:4/02/11 9:32 PM por: Kamila Azevedo Cinema

No excelente prólogo de “O Pequeno Nicolau”, filme dirigido por Laurent Tirard, encontramos o nosso personagem principal – uma criança de, no máximo, 7 anos – completamente atordoado por causa de uma pergunta habitual que é feita a alguém da idade dele: “o que você quer ser quando crescer?”. O curioso é que, ao contrário de outras crianças, Nicolau (Maxime Godart) não tem sonhos em relação à vida adulta. Para ele, a vida dele, como criança é tão boa, que ele nem quer imaginar-se maior. Ele quer que tudo permaneça do jeito que está. Porém, o que este filme nos mostra é o início de um processo de crescimento, que Nicolau nem se dá conta de que está acontecendo dentro dele.

O roteiro escrito por Laurent Tirard, Grégoire Vigneron e Alain Chabat com base nos personagens infantis criados por René Goscinny e Jean-Jacques Sempé se apoia no olhar infantil, especialmente na forma como as crianças veem o mundo dos adultos. Na mente deles, não existe sentido figurativo, é tudo no sentido literal. O que é dito é o que é verdadeiro e a intuição deles em relação às coisas também é levada muito a sério.

É assim que Nicolau se vê atordoado novamente a partir do momento em que ele acredita que ganhará um (a) irmãozinho (a). Para ele e seus amigos, isso é uma coisa horrível. Para ele e seus amigos, com a chegada de um novo ser na vida deles, eles se transformariam num novo “O Pequeno Polegar” – uma história infantil bastante famosa que conta o relato de um lenhador que abandona seus sete filhos numa floresta. É do mal entendido (causado pela falta de experiência de vida) e da ansiedade desses meninos que advêm todos os momentos peculiares e que fazem de “O Pequeno Nicolau” um filme interesantíssimo de se assistir.

Este filme francês é uma obra em que as crianças ocupam o primeiro plano. Apesar dos atores adultos demonstrarem muita competência (especialmente aqueles que interpretam os pais de Nicolau), o casting foi extremamente feliz na escalação de todos os meninos que fazem parte da turminha de Nicolau. Todos são muito talentosos, engraçados e atuam de uma forma tão natural (não sei se estes meninos são atores treinados ou não, não sei o quanto trabalho o diretor teve para treiná-los e arrancar deles as performances que eles entregam) que nós nos sentimos conquistados logo de cara, desde o prólogo, desde o instante em que eles nos são apresentados. São eles as estrelas do longa e que trazem a leveza, o caráter fantástico e a comédia que esse filme têm. Uma agradabilíssima surpresa!

Cotação: 9,5

O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas, 2009)
Direção: Laurent Tirard
Roteiro: Laurent Tirard, Grégoire Vigneron e Alain Chabat (com base nos personagens infantis criados por René Goscinny e Jean-Jacques Sempé)
Elenco: Maxime Godart, Valérie Lemercier, Kad Merad, Sandrine Kiberlain, Vincent Claude, Charles Vaillant, Victor Carles, Benjamin Averty, Germain Petit Damico, Damien Ferdel, Virgile Tirard



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Comentários


Ainda estou na dúvida se encaro O Pequeno Nicolau, pois ando meio enjoado de filmes com crianças (só abri uma exceção para A Fita Branca, do Michael Haneke). Conheço a história que deu origem ao filme e é linda. Quem sabe quando sair em DVD.

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Um longa realmente apaixonante, as crianças são muito naturais, a empatia é imediata! E antes fosse só isso, né? O timing das piadas é perfeito, e o melhor de tudo, elas são tão puras e despretensiosas! Nada de ficar entremeando palavrões ou sexo (o que parece estar convencionado entre a maioria dos filmes de comédia de Hollywood).
Bjs!

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Roberto, encare, sim! É um filme lindo, que não tem nada a ver com “A Fita Branca”. Se você gosta da história que originou o filme, irá amar esta obra.

Weiner, exatamente. O filme é cheio de qualidades notáveis. Beijos!

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Ual, que notona, hein! Também gosto do filme, mas não tanto assim. E não sei se existe esse sentido de amadurecimento por parte do protagonista. O filme me passa muito mais uma absorção total àquele universo infantil tão ingênuo e peculiar. Os amigos dele são realmente todos muito bons, atores e personagens.

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Ainda não tive a oportunidade de conferir esse longa, mas fiquei bastante interessado em assistir depois de seu texto.

Abs.

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Rafael, sua visão é interessante sobre o filme e também concordo com ela.

Paulo, sim, o cinema francês é incrível mesmo!

Jonathan, espero que o assista e goste! Abraços!

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Olá, Kamila!
Eu também me peguei encantado com “O Pequeno Nicolau” ao término do filme. Tem cenas engraçadíssimas – como o jantar que a mãe dele prepara para o chefe do marido – e tantas outras envolvendo as crianças, que, assino embaixo, são tão naturais em cena que é difícil não se afeiçoar a cada uma.

Um filme com ares de inocência e que é mesmo muito agradável de se assistir. Um filme puro que agrada tanto as crianças como os adultos.

bjs!

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Sem dúvida, um filme divertido! Simples, mágico e com o universo infantil sendo tratado com respeito! Traz todos os elementos da vida de uma criança, com uma estética que colabora com a narrativa, trazendo os sonhos e a imaginação pro cenário! Muito, muito bom!

E me pergunto, até quando iremos nos contentar com Xuxa e Didi monopolizando a indústria do cinema infantil, caricato e sem graça????

Bjs Kamila!

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Rodrigo, espero que o assista e que goste da obra.

Elton, exatamente. Perfeito comentário!! Beijos!

Victor, muito divertido! Adorei a visão do mundo infantil que a obra retrata. Beijos! E nos contentaremos com este tipo de filme até uma alternativa melhor e viável ser apresentada, o que ainda não aconteceu.

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É uma beleza mesmo, né? Eu adorei a forma como o filme foi feito, os atores, a história. Uma grata surpresa mesmo.

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Oi Kamila, parece ser bem interessante. Curioso é que geralmente os melhores filmes que retratam o universo infantil são os produzidos fora de Hollywood. A Turquia, a França e o Irã têm algo que os EUA não tem. Talvez seja… “simplicidade”.

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Flávio, é muito interessante, sim! De uma certa forma, você tem razão. Os melhores filmes infantis são produzidos fora de Hollywood. Pode até passar pela questão da simplicidade, que foi isso que você mencionou.

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Adoro esse filme também (e tentei colocá-lo indicado em Melhor Elenco no Blog de Ouro, falhando.) Acho ele extremamente simpático, ao mesmo tempo discutindo problemas universais sob a visão das crianças (nem jovens são ainda). Adoro a professora (a Kiberlain, para dizer a verdade). É delicioso. Assisto ainda milhares de vezes.

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Achei puramente nostálgico o filme! sei lá, me via nele e, em alguns aspectos, senti minha infancia novamente. Belissimo pequeno filme! 😉

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Luís, também adorei o filme e acho a obra muito simpática. Também assisto ainda umas milhares de vezes.

Cristiano, nostálgico é uma boa palavra para descrever este longa.

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Ótimo, não? Também me surpreendi. Nostalgia total dos tempos de escola. Isso tudo graças a esse elenco espantosamente talentoso, que incorpora todos os personagens de maneira mais do que adequada, sabendo mostrar um lado mais caricato na hora certa e sabendo mais ainda se conter quando é necessário. Um dos melhores filmes “estrangeiros” da ótima safra do ano passado.

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Alexsandro, excelente filme! O elenco é um grande destaque. Faço minhas as suas palavras sobre o longa.

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[…] 2010, dirigido por Darren Aronofsky) 02. 127 Horas (127 Hours, 2010, dirigido por Danny Boyle) 03. O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas, 2009, dirigido por Laurent Tidard) 04. Além da Vida (Hereafter, 2010, dirigido por Clint Eastwood) 05. Enrolados (Tangled, 2010, […]

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[…] Este filme francês é uma obra em que as crianças ocupam o primeiro plano. Apesar dos atores adultos demonstrarem muita competência (especialmente aqueles que interpretam os pais de Nicolau), o casting foi extremamente feliz na escalação de todos os meninos que fazem parte da turminha de Nicolau. Todos são muito talentosos, engraçados e atuam de uma forma tão natural (não sei se estes meninos são atores treinados ou não, não sei o quanto trabalho o diretor teve para treiná-los e arrancar deles as performances que eles entregam) que nós nos sentimos conquistados logo de cara, desde o prólogo, desde o instante em que eles nos são apresentados. São eles as estrelas do longa e que trazem a leveza, o caráter fantástico e a comédia que esse filme têm. Uma agradabilíssima surpresa! (Crítica publicada em 04 de fevereiro de 2011) […]

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