(“A Outra” – Maria Rita – Teatro Riachuelo – Natal-RN – 13.02.2011)

Após cantar as primeiras duas músicas do show que apresentou no palco do Teatro Riachuelo, em 13 de fevereiro, a cantora Maria Rita tentou definir ao público que estava presente ao local qual a proposta daquilo que estava proporcionando a todos nós: um show que não tem definição, que não é a turnê de um disco, nem o preparativo para um novo trabalho. Nas palavras dela, ela estava ali apresentando canções que gosta de cantar e que fazem parte da sua história e dos três discos que ela lançou até este momento.

O público natalense que lotou os cerca de 1400 lugares do Teatro Riachuelo na noite do último domingo foi brindado com uma apresentação de uma das cantoras mais sólidas e talentosas de sua geração. Maria Rita estava solta no palco, muito bem-humorada e visivelmente encantada com a demonstração de carinho recebida do público – mais tarde, a cantora chegou até a postar em seu perfil no Twitter que estava precisando de uma noite como a que teve no Teatro Riachuelo e que as mensagens que ela estava recebendo pós-show estavam deixando-a bastante emocionada.

No decorrer de uma hora e meia de show, Maria Rita cantou suas músicas mais famosas, como “Cara Valente”, “Tá Perdoado”, “Encontros e Despedidas” e “Pagu”. Alternou momentos intimistas (como o visto nesse vídeo que destacamos) em que se destacava à frente da banda enxuta formada por piano, contrabaixo e bateria (a mesma que a acompanhou no decorrer de toda a turnê do “Segundo”) com aqueles instantes em que revelava o quanto seu lado performer cresceu (e, para isso, temos que agradecer à turnê do “Samba Meu”, que foi uma verdadeira libertação de uma Maria Rita mais segura de si e provocante) e com outros fragmentos em que mostra a grande virtuose que ela tem como cantora (com destaque especial para a sequência arrebatadora em que ela canta “O que Sobrou do Céu” e “A Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero”, ambas músicas da banda carioca O Rappa).

Para encerrar a noite, Maria Rita volta sozinha, no bis, para uma versão a capella de “Não Deixe o Samba Morrer”, de Alcione. Quando as luzes se apagam e a cantora sai saltitante e feliz do palco, quem estava no Teatro Riachuelo, naquela noite de 13 de fevereiro, aplaudindo Maria Rita de pé, teve a certeza de que acabava de testemunhar um dos grandes shows que a cidade já viu.