logo

127 Horas

publicado em:8/06/11 2:11 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Baseado em uma história real, o filme “127 Horas”, de Danny Boyle, como o próprio nome já diz, revela como foi o martírio de Aron Ralston (James Franco, numa performance indicada ao Oscar 2011 de Melhor Ator), que ficou com seu antebraço direito preso por quase cinco dias sob uma rocha enquanto explorava uma montanha de um grande canyon localizado no Estado de Utah, nos Estados Unidos, em 2003.

Durante a primeira meia hora de filme, o roteiro escrito por Boyle e Simon Beaufoy nos apresenta a quem é Aron Ralston: um jovem que domina bem o canyon e que considera aquele lugar como a sua segunda casa. Ele conhece as manhas dos escaladores, se sente à vontade entre os rochedos e sabe o que tem que fazer ali dentro. Além disso, ele é sedutor, engraçado e carismático, como prova o encontro dele com as duas jovens interpretadas por Kate Mara e Amber Tamblyn. Ou seja, o que aconteceu com ele naquele rochedo foi uma casualidade do destino.

A partir do instante em que Aron está preso à rocha, chama a atenção o fato de que ele nunca se vê como uma vítima e, principalmente, ele nunca perde o controle emocional de si mesmo. Aron mantém o sangue frio e faz todo o possível para sair ileso daquele canyon. Ele tem a consciência para analisar todas as possibilidades e fazer o que tem que ser feito, mesmo que isso signifique que ele tenha que amputar parte de seu braço (naquela que é a cena mais chocante de “127 Horas”). Esta decisão, aliás, é somente uma prova de toda a determinação de Aron para sair vivo dali.

O grande trunfo de “127 Horas” é que a forma como o roteiro foi estruturado pela dupla de escritores convida a plateia a se colocar no lugar de Aron Ralston. Contribui muito para essa atmosfera o fato de que o longa se passa numa única locação, com um único personagem na maior parte do tempo vivendo uma situação que é de pleno desespero. Um outro detalhe importante neste longa é que, apesar de ter essa “restrição” de espaço, o roteiro nunca deixa de ser movimentado e a história prende a nossa atenção.

Fazer um filme assim é muito difícil, mas, assim como Robert Zemeckis fez em “Náufrago”, Danny Boyle nos entrega um longa que chega a ser inspirador em determinados momentos. E o grande “culpado” disso é James Franco, ator que é a figura dominante em tela, que está em todas as cenas de “127 Horas” e que consegue passar todas as fases emocionais de alguém que se vê numa situação como a que Aron Ralston vive com muita dose de verdade. Com a câmera lhe focalizando o tempo inteiro, muitas vezes em closes, a sensação que nos passa é a de que Aron Ralston não está sozinho naquela rocha. A gente está ali com ele, vivenciando todos aqueles sentimentos e toda aquela agonia. É uma grande história, retratada num sólido filme.

Cotação: 9,5

127 Horas (127 Hours, 2010)
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Danny Boyle e Simon Beaufoy (com base no livro de Aron Ralston)
Elenco: James Franco, Amber Tamblyn, Kate Mara, Treat Williams, Kate Burton, Lizzy Caplan



Jornalista e Publicitária


Comentários


O segundo filme aturavel do diretor após Sunshine, ganha com um fato extremamente importante: James Franco: Se não fosse essa entrega extrema do ator, sem duvida o filme não teria em nenhum momento as lagrimas sinceras no final do filme.

Os 10 minutos finais compensam tudo e talvez a lágrima mais sincera ao seu termino seja o nosso presente a esse filme …

Mas Danny Boyle … todavia te acho um diretor uberestimado …

Beijos Milla!

Responder

Um dos meus filmes favoritos do ano.Show de montagem,roteiro e atuação.James Franco segura o filme sozinho e teve uma merecida indicação ao Oscar(em Milk de Gus Van Sant ele tbm esteve mt bem).Concordo plenamente contigo em relação ao roteiro do filme.Muito bem estruturado por Simon Beaufoy e Danny Boyle e a estrutura realmente lembra Naufrago pq tanto James Franco quanto Tom Hanks atuam sozinho(no caso de Hanks tem a bola Wilson,etâ publicidade ein rss,podia ser Nike ou adidas heheh)Um dos grandes filmes do ano passado que foi um dos primeiros que vi no inicio da “Maratona Oscar 2011”.Beijos.

Responder

João, eu não gosto muito de “Sunshine”, mas adorei “127 Horas”. Achei um sólido filme, com uma ótima atuação mesmo do James Franco. Eu chorei no ato final. Achei lindo mesmo! Beijos!

Paulo, também é um dos meus filmes favoritos do ano. Gostei muito da montagem e da atuação do Franco. O roteiro é muito competente também. Beijos!

Responder

Grande filme que, convenhamos, poderia se perder caso o ator principal não fosse tão…James Franco! Rs!

Gosto da construção do roteiro desse filme, mas o que me encantou mesmo foi a montagem – suprema!

Beijo

Responder

Em “127 horas” a estrutura de roteiro e montagem ficaram perfeitas. Tinha tudo para ser “só mais um filme”, mas ele consegue envolver completamente o espectador na história. Sentimos sede, fome e agonia, tal qual o personagem principal. Enquanto ele anda ouvindo música, nós o vemos caminhar em silêncio. Pequenas sacadas e um resultado muito bom.

Beijos.

Responder

Oi Kamila. Confesso que não curto muito o ator. Sei lá, ainda não me diz nada.

Responder

Cristiano, pois é. James Franco dá eu também amei a montagem do filme. Beijo!

João Linno, concordo. Seu comentário está de acordo com o que eu penso. Beijos!

Flavio, eu gosto do James Franco.

Responder

Adorei também! Um filme de sensações! Extremas! James Franco fantástico! Montagem de primeira. Trilha, fotografia. Tudo ótimo! Mas, incrivelmente, não sei se conseguirei ver o filme de novo. Afinal, você sabe bem do que estou falando.

Bjs!

Responder

Sério que você tudo isso? Eu gostei também do filme, ele tem uma tecnica agradavel, Boyle dirigiu mais um de seus filmes de forma frenética, e James Franco está excelente … Mas, não sei, falta algo nesse filme.

Responder

Wow, que notaço! Não é missão fácil para nenhum cineasta manter um único personagem praticamente no mesmo cenário e segurar tudo isso por quase 90 minutos. Danny Boyle tira água de pedra, realiza um trabalho surpreendente. O mesmo para James Franco, em seu papel definitivo. Fora a dupla, ainda soma-se o departamente técnico brilhante a sensação, a euforia e gastura que o filme traça. Realmente catártico. Eu adorei =)

bjs, Kamila!

Responder

Otavio, realmente, esse é um filme de sensações e que mexe com a gente o tempo inteiro. Eu acho que eu consigo assistir ao filme de novo, acredita? Beijos!

Cleber, sério! Não acho que falta nada ao filme.

Elton, sim, não é fácil, por isso ressalto o excelente trabalho do Danny Boyle. Beijos!

Responder

Só concordo qto a interpretação do doidão do Oscar James Franco. O filme tinha o roteiro e a história ideal para hollywood, Boyle preferiu um grande video clipe, q agrada e superficializa!

Responder

Cassiano, um amigo meu também acha esse filme um grande video clipe, que agrada e superficializa. Mas, eu discordo de vocês!

Responder

Infelizmente, Kamila, acho o filme muito ruim, um grande embuste. Para mim a narratriva é artificial, cansativa, as alucinações e flashbacks pouco contribuem para a construção do personagem (dão ideia de “gastando o tempo”), a tal cena forte é totalmente sabotada pela montagem e a atuação do Franco me parece de uma canastrice sem igual. Ele bem que se esforça, mas não parece que tem muita coisa para ele se apegar. Enfim, acho uma experiência um tanto nula.

Responder

Legal que tenha gostado! Vi muita gente falando mal do filme, mas eu adorei! Gosto muito da montagem e da trilha sonora! Foi uma bela surpresa assistí-lo no cinema!

Responder

Rafael, eu discordo bastante de você, mas, por outro lado, sua opinião não é solitária. Um amigo meu acha a mesma coisa desse filme.

Leo, eu também adorei ter tido a oportunidade de assistir a este filme no cinema!

Responder

Kamila,
eu vi o filme sob um outro aspecto, mais metafórico: é o apego ao algo que não tem salvação que nos deixa paralisados. Devemos ter coragem de cortar o braço e seguir em frente.
Bjs

Responder

[…] Fazer um filme assim é muito difícil, mas, assim como Robert Zemeckis fez em “Náufrago”, Danny Boyle nos entrega um longa que chega a ser inspirador em determinados momentos. E o grande “culpado” disso é James Franco, ator que é a figura dominante em tela, que está em todas as cenas de “127 Horas” e que consegue passar todas as fases emocionais de alguém que se vê numa situação como a que Aron Ralston vive com muita dose de verdade. Com a câmera lhe focalizando o tempo inteiro, muitas vezes em closes, a sensação que nos passa é a de que Aron Ralston não está sozinho naquela rocha. A gente está ali com ele, vivenciando todos aqueles sentimentos e toda aquela agonia. É uma grande história, retratada num sólido filme. (Crítica publicada em 08 de junho de 2011) […]

Responder

O filme é um “documentário”, mas não teria somente 1% da bilheteria mundial se fosse classificado assim. Foi melhor colocar a licença poética de Hollywood e classificá-lo como um drama baseado em fatos reais. Achei 9,5 muito para um filme que nos angustia e já desde o início nos remete ao que acontecerá no final…Se fosse um documentário com pouco marketing teria dado 9,5, mas como tem toda a estrutura dos grandes estúdios acho q 8 é de bom tamanho. Esse longa poderia ser visto em 30 minutos.

Responder

Marques, poderia ser visto em 30 minutos, taí a “beleza” do trabalho de adaptação feito pelo Danny Boyle. O roteiro faz com que esse filme prenda a nossa atenção a ponto da gente se sentir como se fôssemos nós que estivéssemos ali presos na rocha. Eu acho uma experiência agoniante assistir a este filme.

Responder

Kamila, a adaptação é boa mas a história é bem chatinha. Acho q a principal lição fica em que podemos viver bem mesmo quando perdemos algo achavamos ser fundamental-necessário-importantíssimo.

Responder

(corrigindo) O filme é um “documentário”, mas teria somente 1% da bilheteria mundial se fosse classificado assim

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.