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Carros 2

publicado em:1/07/11 11:01 PM por: Kamila Azevedo Cinema

A animação “Carros”, que foi dirigida pelo manda-chuva da Pixar, John Lasseter, tinha um grande trunfo ao seu lado: o roteiro tratava da retomada de valores, por meio de um personagem que reaprendia aquilo que era importante na vida, na medida em que estabelecia laços de amizades que se tornariam duradouros, na cidade de Radiator Springs. Em meio a um filme muito regular (e isso é raro dentro da filmografia da Pixar), “Carros” mantinha aquela tradição dos longas do estúdio de nos fisgar pelo coração, nem que seja por poucos momentos.

É triste constatar que “Carros 2”, continuação também dirigida por John Lasseter, além de superar o filme anterior e clamar para si o posto de longa mais fraco da Pixar Animation Studios, ainda descaracterizou por completo aquilo que a trama de “Carros” tinha de melhor. Sai de cena aquela questão dos valores de uma cidade tipicamente interiorana, com pessoas de bom coração e de intenções genuínas, e entra uma trama que mistura “Velozes e Furiosos” com uma premissa típica de uma obra do gênero de espionagem.

A vida em Radiator Springs continua a mesma, com os habitantes do local esperando a visita anual de seu grande amigo, o piloto Relâmpago McQueen (dublado na versão original por Owen Wilson). Se, em “Carros”, Relâmpago é levado ao universo daquele que se transformará no seu melhor amigo, Mater (dublado na versão original por Larry the Cable Guy), agora é a vez deste se transportar ao universo daquele. Os dois vão participar de uma corrida ao redor do mundo, que, na verdade, esconde intenções muito maldosas – e que são reveladas por uma subtrama que coloca Mater como ajudante de dois agentes secretos da Inteligência britânica.

O grande problema de “Carros 2” não é nem mesmo ter se desviado do elemento que a série tinha de melhor. A grande falha do filme é não ter um foco definido ou uma mensagem a nos passar (uma vez que isso é o ponto alto de qualquer animação). A obra se mergulha em várias influências (além de “Velozes e Furiosos”, podemos citar os filmes da saga do agente Jason Bourne ou até mesmo James Bond) de forma a tentar ganhar uma aura séria. O resultado é uma animação totalmente esquecível e sem brilho e que só encontra mesmo seu âmago na canção “Nobody’s Fool”, do cantor e compositor Brad Paisley. O universo que ele canta nesta música remete justamente a tudo aquilo que os personagens da série “Carros” representam.

Cotação: 6,0

Carros 2 (Cars 2, 2011)
Direção: John Lasseter
Roteiro: Ben Queen (com base na história de John Lasseter, Brad Lewis e Dan Fogelman)
Com as vozes de: Larry the Cable Guy, Owen Wilson, Michael Caine, Emily Mortimer, Eddie Izzard, John Turturro, Joe Mantegna, Thomas Kretschmann, Bonnie Hunt, Jeff Garlin, Tony Shalhoub, Jason Isaacs



Jornalista e Publicitária


Comentários


Uma ducha de água fria, é cada leitura que vejo de Carros 2 … talvez se brincar, corre o risco de nem aparecer no Oscar … talvez Penta não irá aparecer em uma continuação mas sim por uma trama diferente … talvez lembrando como foi a nossa seleção … acreditariamos que ter o penta em 98 não foi … mas na outra edição … com um projeto mais simples, porém de coração.

Beijos Milla e xerim!

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João Paulo, acho que ser indicado, o filme será, mas não irá vencer… Espero que “Rio” ou “Kung Fu Panda 2” vençam…. Beijos!

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É verdade, Kamila, além de descaracterizar a série, ele ficou perdido em vários plots. E ainda achei uma trama muito adulta para os pequenos, vi várias crianças completamente perdidas no filme. Uma pena.

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Kamila,pela sua critica eu constatei que esse filme tem um problema que é imaginavel de se pensar da pixar:roteiro.Eu não ligo de ler criticas antes de ver um filme(acredito que até me ajuda a desenvolver a minha opinião).A Pixar sabe perfeitamente unir “bons roteiros/mensagens edificantes” com uma qualidade artistica inquestionavel e filmes com apelo universal.Quando eu assistir o filme vou reparar essa falha na construção da história.Vou ver Carros 2 e amanhã a noite eu comento de novo no blog.Beijos.

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Acho “Carros” simpático, e só. Mas AMO a trilha sonora, especialmente de “Our Town” do James Taylor usado de um modo tocante naquela cena da história de declínio da cidadezinha. Uma pena ler que o filme é mais fraco que seu anterior, não esperava muita coisa, mas um filme bom, pelo menos. Confiro, sem pressa.

Beijos! 😉

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Amanda, bem notado essa questão da trama adulta demais. Acho que o filme tem um ritmo narrativo tão corrido que as crianças não conseguem mesmo acompanhar.

Paulo, o roteiro é o maior problema desse filme mesmo. Ao contrário de você, não gosto de ler críticas antes de assistir ao filme. Acho que depende de vários fatores, mas não gosto muito de assistir a um filme já influenciada por opiniões externas. Beijos!

Mayara, nem simpático eu acho que “Carros” é. Concordo, no entanto, em relação à trilha sonora do filme. Beijos!

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Mais Disney que Pixar né?

A pergunta é: quem é esse roteirista Ben Queen? Os top da Pixar ainda são Andrew Stanton, Brad Bird, Pete Docter e John Lasseter. Tudo bem que a Pixar deve pensar em conjunto, mããss… coincidência? Humm…

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Victor, mais Disney que Pixar, não!! Uma vez que “Carros” já era fraco. A qualidade desse filme nada tem a ver com a Disney. NADA! O problema é mais embaixo, de roteiro!!!!

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Ahh sim. Achei que ficasse na galeria junto com Chicken Litte, Bolt e A família do futuro. Semana que vem assisto.

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Olá, Kamila,

foi realmente frustrante a sessão de “Carros”. Na verdade, não esperava grande coisa porque, assim como ti, acho o original o mais fraquinho da imbatível Pixar e não entendo o que levou Lasseter a fazer uma continuação em vez de “Monstros S/A”, por exemplo. Enfim, também senti falta da tal ‘mensagem’, que obviamente foi preterida por piadinhas e cenas de açao – gostei de sua mençao a “Velozes e Furiosos” hehe. No mais, acho que é um prato cheio para as crianças.

Escrevi mais impressões do filme no blog 😉

Bjs!

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Nunca gostei de Carros, na verdade sempre achei que carros falantes não seriam bons personagens pela limitação de movimentos. Pelo visto, essa animação não agregou nada a ninguém

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Victor, não fica, não! Mas, é o mais fraco filme produzido pela Pixar. Só acho que isso não tem nada a ver com a Disney, entende??

Elton, você realmente achou que é um prato cheio pras crianças?? Eu concordo com o comentário da Amanda. Achei o ritmo tão ágil que não dava para as crianças irem acompanhando a trama. Lerei seu texto! 🙂 Beijos!

Luís, eu também não gosto de “Carros”.

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Uma animação irregular que tem algumas qualidades e que não foi bem recebida pela critica por culpa da Pixar.Um estúdio que oferece obras primas indiscutiveis como Toy Story 3 e Wall-E e outros filmes igualmente brilhante como Ratatouille e Up-Altas Aventuras,não pode se contentar em realizar uma obra que é puro entretenimento.Não achei o filme ruim,mas falta “ousadia artistica”(meu pai do céu,não acredito que um dia falaria isso de uma obra da Pixar).Gostei da referencia ao Etanol brasileiro que na animação ganha o nome de Allinol,e John Lassetter faz justiça com os países com tradição no automobilismo,o melhor piloto é italiano,tem espanhol,francês e claro o nosso país(que aliás é mt citado no decorrer do filme,uma mostra da imagem postiva do Brasil no exterior).O roteiro não tem ousadia(no meu primeiro comentario eu não tinha visto o filme,peguei como base as criticas que eu li) e o filme é longo(uma animação que passa dos 90 minutos tem q ter história para se sustentar.Toy Story 3 q é uma obra prima é curtinho).Minha nota é 7,5.O filme não me aborreceu,me divertiu em alguns momentos(mas isso aconteceu pq eu amo automobilismo e carros rss),mas certamente Kamila esta longe de ser uma das melhores obras da Pixar.Carros 2 não só vai acabar com a hegemonia de Oscars da Pixar(que não perde uma estatueta desde de 2006),como corre o risco de não ser nem indicada.Minha critica vai com um certo atraso pq só consegui ver o filme ontem.Beijos Kamila.

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Paulo, não acho que a culpa maior tenha sido da Pixar. Tudo bem que a gente sempre espera algo excelente deles, tendo em vista o sempre excelente nível de seus filmes, mas eles provaram aqui que também erraram. O roteiro é muito fraco e sem roteiro fica difícil!! Faltou também aquela mensagem típica de filmes de animação, que pega a gente pelo coração. “Carros 2” é totalmente esquecível!! Eu espero que não seja indicada nesse ano, até pra Pixar acordar! rsrsrsrs Beijos!!

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Parece que você não gostou nem um pouco do novo “Carros”, Kamila. Hahahaha, não achei o filme muito ruim, mas concordo com você a respeito do roteiro. Quando tiver tempo, peço para que vc de uma acessada lá no blog e de uma lida na parte que dedico ao roteiro. Sei que não tenho aparecido muito por aqui e de novo peço desculpas. Gosto muito de seus textos, mas meu tempo está muito reservado até mesmo nas férias. Somente hoje fiz uma visita a todos blogs que gosto para comentar 🙂
Ah, não pude deixar de notar que você ampliou o conteúdo do blog. Achei muito legal!
Beijos!

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Matheus, não gosto nem do primeiro filme, nem dessa continuação. Acesso, sim, pode deixar. Fique tranquilo que eu entendo. A minha semana também tá muito difícil… Só no domingo que terei sossego. Obrigada pelo comentário! Beijos!

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