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Cilada.com

publicado em:25/07/11 10:29 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Baseado na série de TV “Cilada”, criada e estrelada pelo humorista Bruno Mazzeo, o filme “Cilada.com”, do diretor José Alvarenga Jr., se apoia na mesma premissa do programa de TV e retrata uma situação corriqueira do dia a dia que acaba se revelando problemática. No caso do longa, Bruno (Bruno Mazzeo) é flagrado traindo a sua namorada Fernanda (Fernanda Paes Leme), no meio da festa de casamento da prima dela. Humilhada publicamente, Fernanda se vinga de Bruno ao atingir um ponto crucial da masculinidade de qualquer homem e divulga um vídeo de uma transa sua com o agora ex-namorado em que ele tem uma ejaculação precoce. Humilhação pública, volume dois.

A partir desta situação central, o roteiro escrito por Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão começa a lidar com as conseqüências dos dois atos cometidos por Bruno e por Fernanda. Tudo bem que Bruno cometeu um erro feio, mas Fernanda perde completamente a razão quando divulga um vídeo como o que ela publicou na Internet. Mas, é justamente esse um dos lados mais interessantes de “Cilada.com”, uma vez que o amor é dado a esses atos impulsivos, em que a gente só pensa no que fez depois, com a cabeça bem fria.

Se é possível tentar analisar uma obra que tem o propósito, basicamente, de arrancar altas risadas da plateia, “Cilada.com” é, na realidade, uma jornada de Bruno em busca da compreensão dos seus próprios sentimentos em relação à Fernanda. O que aconteceu com ele e o ato de lidar com as conseqüências do que ele e ela fizeram (mesmo que da forma desastrosa e errônea que Bruno faz) mostram a ele o que é necessário para ele conseguir, não só recuperar a sua reputação, como também recolocar a sua vida nos eixos.

A estreia da série “Cilada” no canal Multishow fez com que Bruno Mazzeo passasse a ser considerado como uma das grandes revelações do humor brasileiro, nos últimos anos. Por isso mesmo, muito surpreende que, na adaptação cinematográfica do programa de TV que o revelou, Bruno adote um tom de humor um tanto advindo dos anos 70/80, especialmente ao privilegiar piadas de duplo sentido e cenas que beiram a baixaria. Isso não chega a prejudicar “Cilada.com”, mas com certeza acaba tirando o filme de seu caminho, uma vez que, mesmo isso não sendo assumido 100%, “Cilada.com”, na verdade, é uma comédia romântica rasgada – como bem comprova a sua cena final.

Cotação: 5,0

Cilada.com (2011)
Direção: José Alvarenga Jr.
Roteiro: Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão
Elenco: Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Augusto Madeira, Carol Castro, Fabiula Nascimento, Fulvio Stefanini, Sergio Loroza, Thelmo Fernandes



Jornalista e Publicitária


Comentários


Verdade, a cena final denuncia a comédia romântica e todo o objetivo de Bruno, mas no geral, achei o filme bobo, umas piadas legais, outras de mal gosto. No final, um filme que não fica na memória.

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Kamila eu não tenho nenhuma simpatia pelo Bruno Mazzeo.Ele é muito pretencioso,não gosto de quem se julga humorista e não tem senso de humor.Tudo bem que o cara escreveu “A Diarista”(que eu não gosto,mas reconheço o sucesso na tv) e tem um público que gosta dele,mas ele não me convence.Bjs.

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Amanda, fora que esta cena final é totalmente “chupada” e inspirada por aquela famosa cena de “Simplesmente Amor”… O filme não fica na memória mesmo.

Paulo, eu não tenho nenhum problema com ele, pra falar a verdade… Beijos!

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Comédia romântica rasgada, é isso mesmo. Poucas piadas engraçados, elas só conseguem o efeito cômico pelo constrangimento, pela baixaria, como você bem disse. Esse filme nada mais é do que uma edição estendida da série – só que bem menos engraçado.

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Pedro, exatamente. O efeito cômico vem do constrangimento e da baixaria. Não conhecia a série, mas minha irmã mais velha me falou que é nesse mesmo tom…

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Estava em dúvida entre ver ou não ver esse filme, mas acabei me decidindo por não conferir. E, pelo seu ótimo texto, acho que fiz uma decisão certa. Não gosto da série de TV e dificilmente iria gostar do filme, ainda mais porque não sou o maior fã de comédias românticas.
Abraços

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Comigo não funcionou nem como um entretenimento descartável. Piadas e situações muito previsíveis. Na TV era mais legal.

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Não acho que seja uma comédia romântica rasgada. Acho que esse elemento é um subterfúgio narrativo para a fita se aproximar de um público diferente (o feminino) e tb tentar se diferenciar um pouco, em termos de linguagem, do programa de TV…

Bjs

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João Linno, você achou previsível mesmo???

Cleber, acho que essa obra funcionará melhor no DVD.

Reinaldo, boa interpretação! Beijos!

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Oi Kamila. Não acho que adaptações para o cinema de programas televisivos de humor dão certo. Os dois filmes do Casseta Planeta , por exemplo, são péssimos – desprovidos totalmente da criatividade e do sarcasmo habitualmente recorridos pela TV. Os Trabalhões poderiam até ter um humor mais mambembe, mas frequentemente acertavam tanto na TV quanto no cinema, um caso raro – portanto esta nova geração tem muito que aprender com Renato Aragão e cia.

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Flavio, os filmes dos Trapalhões, realmente, acertavam muito – acho que, em parte, porque eram tramas independentes das do programa. E isso faz diferença.

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Eu na verdade queria aproveitar para deixar um desabafo. Confesso que vários filmes brasileiros me tirem algumas risadas, mas nada que vá realmente marcar. Não desmerecendo, pois há filmes como “o Auto da Compadecida” ou mais recentemente “Cidade de Deus” que, sem dúvida alguma, vão além do “cinema nacional” e facilmente entram em destaque no mundo do cinema como uma verdadeira obra. Mas fico profundamente chateado em ver a imaturidade do cinema nacional de SEMPRE USAR A MESMA “TEMÁTICA” para seus filmes. Ou é briga de casal com cenas “pré-fabricadas” para arrancar algumas risadas fáceis e SEMPRE dando destaque à pu**ria (herança de uma era mais antiga, quem sabe) ou é sobre favela. E sempre usando um disfarce de “cultura” por “retratar o cotidiano do brasileiro”.Ideias boas, as vezes, porém sempre trabalhadas da mesma forma. Eu particularmente acho uma pena. Não precisamos necessariamente de um “Senhor dos Anéis” produzido aqui, mas há tanta coisa mais interessante em questão de TUDO para podermos olhar. No mais, um ótimo texto como sempre, Kamila! 😀

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