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O Homem do Futuro

publicado em:19/10/11 11:29 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Se a vida da gente é definida por aqueles momentos que nos marcam de uma forma permanente, com certeza, a de João Ricardo “Zero” (Wagner Moura) foi fixada em 22 de novembro de 1991, data em que aconteceu uma festa do seu curso de Física na faculdade, quando ele foi do céu ao inferno na mesma noite, tudo por causa de uma mesma mulher: Helena (Alinne Moraes), que disse amá-lo para humilhá-lo publicamente momentos depois.

O trauma dessa noite transformou João num cara que podemos definir como “fracassado”, uma vez que ele nunca mais conseguiu se relacionar com outra mulher, trabalha como professor na universidade que estudou e se dedica a uma pesquisa científica que não está levando-o a lugar nenhum. A verdade é que João, vinte anos depois daquela festa, ainda se agarra com todas as suas forças às lembranças daquela noite com Helena e inventa uma máquina de aceleramento de partículas para voltar no tempo e tentar modificar os acontecimentos de sua vida infeliz.

Entretanto, como a trama do irregular “Efeito Borboleta”, filme de Eric Bress e J. Mackye Gruber, nos provou, uma vez, não se pode modificar o passado sem que o futuro também seja alterado, então as modificações propostas por João acabam tendo efeitos que fogem daquilo que ele planejou e que o fazem repensar seus próprios conceitos daquilo que ele gostaria que a sua vida tivesse se transformado. Afinal, o que tiver que acontecer, será…

Curioso é ver uma trama como essa retratada num filme que tem um viés cômico enorme. “O Homem do Futuro” é uma obra que se apoia num roteiro que alterna, de uma forma muito interessante, a figura do cientista louco com a do homem responsável. É como se, o tempo inteiro, na mente de João, ficasse aquele conflito entre o diabinho, de um lado, e o anjinho, de outro. E isso é um prato cheio para Wagner Moura, que comprova, mais uma vez, com sua ótima atuação neste longa, que é mesmo o melhor ator brasileiro em atividade atualmente.

Cotação: 7,5

O Homem do Futuro (2011)
Direção: Claudio Torres
Roteiro: Claudio Torres
Elenco: Wagner Moura, Alinne Moraes, Maria Luisa Mendonça, Gabriel Braga Nunes, Fernando Ceylão



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Comentários


Sempre gostei de ficção científica e sempre odiei minha vida de adolescente, afirmar que eu habitava um episódio de Todo Mundo Odeia o Chris não seria exagero, embora, naquela época, eu estivesse mais para Kevin Arnold ou Doug Funny. Com as inseguranças típicas da idade, vivia arrependido por tudo que fazia ou (principalmente) deixava de fazer, imaginando como poderia ter sido as outras possibilidades e a procurar onde ficava o CTRL+Z da vida real (acho que todo adolescente é um pouco assim). Quisera eu ter despertado na mesma manhã, seguidamente, como se fosse o dia da marmota. Acreditava que a qualquer momento poderia aparecer um “eu” vindo diretamente do futuro, mais velho e mais sagaz, que me ensinaria o caminho das pedras, que me explicaria como eu deveria agir para garantir uma existência futura sem remorsos. Costumava brincar dizendo que não me assustaria se algum dia eu aparecesse para mim e ainda me cumprimentaria firmemente, olhando nos meus olhos: “estava te esperando”. No entanto, não demorei para descobrir que não conseguiria fugir das minhas responsabilidades e que tudo que eu considerava danoso ajudaria a moldar a pessoa que agora eu sou. Curiosamente, ou obviamente, nada muito diferente disso acontece em O HOMEM DO FUTURO. Agora, já não quero voltar no tempo, quero apenas mais tempo para realizar tudo que desejo.

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adivinha? adivinha??
pois é, fia… ficou pro dvd, também! hahaha

[]s

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Herculano, eu não sou a maior fã de ficções científicas, mas te entendo. A adolescência é uma fase meio complicada, a gente é inseguro, busca incessantemente por aprovação. E teu comentário tá muito lindo. Eu não poderia escrever algo mais bonito do que isso. 🙂

Raspante, pois é… Mas, o importante é não deixar de assistir, nem que seja no DVD !rsrsrsrs

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Concordo contigo,Wagner Moura é o melhor ator do cinema brasileiro.Me parece que Claudio Torres pegou uma velha formula de Hollywood e usou em um filme brasileiro.A premissa é a mesma de “Click”,”De Volta para o Futuro”,o já citado “Efeito Borboleta”…entre outros.Wagner Moura é garantia de qualidade.Vou conferir.Bjs.

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Depois que eu terminei de assistir ao O Homem do Futuro, o filme do Claudio Torres me fez lembrar dos enredos malucos de Charlie Kaufman (Adaptação, Quero Ser John Malkovich).

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Eu me diverti bastante com o filme! O que mais me impressionou foi com o cuidado técnico do longa. Direção de arte e figurino bem legais, fazendo uma ótima caracterização da década e da festa. Uma trilha bem selecionada e uma fotografia agradável, em tons ora quentes e fortes e ora mais frios, de acordo com o tempo e cenário. Eu curti bastante e saí com a música na cabeça. hehe

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Paulo, o Wagner arrasa. Eu gostei muito dele nesse filme e acho que o Claudio Torres fez um ótimo trabalho também. Confira. Beijos!

Fabrício, jura?? Eu não vi essa semelhança, não!

Victor, eu também me diverti muito. Concordo sobre a direção de arte, especialmente. Saí com a música na cabeça também! rsrsrs

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Na verdade ele cria a máquina de aceleração de partículas procurando uma nova forma de energia, e o efeito colateral, que ele não esperava, foi voltar no tempo… Mas, enfim, é um filme que traz certa maturidade em seu roteiro que é digna de apreciação do público — uma pena é que o filme, mesmo tendo muito por onde apelar junto ao público (efeitos visuais ótimos, comédia, Alinne Moraes e, claro, Wagner Moura), não foi tão exitoso assim nas bilheterias se comparado a outras mediocridades de produção nacional. Um filme simpático e bem escrito. [7/10]

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Esse filme é bem nostalgico para mim, pq vivi intesamente o final dos anos 80 e começp dos 90, a nostalgia desse é grande para mim, mas no final é um filme apenas legal, q vale uma olhada e tem um otimo clima pop. De Claudio Torres, acho q seu melhor ainda é REDENTOR. Abs.

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Impressão minha ou você não se empolgou tanto com esse filme? parece ter escrito sem muita animação, rs! até a nota foi meio baixa. E olhe que só tenho lido várias opiniões animadas por conta deste. Inclusive, já li em dois blogs que este filme é um dos melhores do cinema brasileiro dos últimos 5 anos.

beijo!

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Mateus, ah, obrigada pelo esclarecimento. Realmente, você nota um detalhe importante: o filme não obteve tanto êxito assim nas bilheterias. O que é uma pena mesmo. Merecia destino melhor.

Celo, a nostalgia no filme é grande, mas acho que não é somente isso… O filme é mais que nostálgico. E não sou muito fã de “Redentor”, não! Abraços!

Cristiano, eu gostei, mas não saí empolgada, isso é fato. Não escrevi animada mesmo! rsrsrsrs Beijo!

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Eu estava com medo desse filme, viagem no tempo em cinema nacional, Cláudio Torres depois de Mulher Invisível, mas gostei muito do resultado (não coloco entre os melhores como Cristiano citou, hehe), acho um bom filme, e Wagner Moura sempre impressiona mesmo.

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Acho um desperdício, esse filme. Comédia desprovida de graça que se baseia na caricatura de seus persoangens. Os momentos de ficção científica são ótimos, mas são poucos. Resta uma soma de desencontros. Wagner Moura desperdiça seu talento aqui.

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Amanda, poxa, eu adoro “Mulher Invisível” (rsrsrsrs). Eu também gostei do resultado desse filme.

Rafael, entendo seu pensamento, mas me permita discordar de você aqui…

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