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Pronta para Amar

publicado em:20/10/11 10:53 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Não vai demorar muito até você começar a achar “Pronta para Amar”, filme dirigido por Nicole Kassell, uma obra muito injusta. Não existe justiça no fato de vermos uma mulher tão jovem como Marley Corbett (Kate Hudson, em uma de suas performances mais naturais como atriz) ser diagnosticada com um câncer em estágio avançado no auge de sua vida pessoal e profissional, quando ela parece estar se encaminhando para aquele momento em que a gente enxerga que ainda existe tanta vida pela frente e tanto a ser conquistado.

O filme fala sobre a forma como a descoberta da doença afeta as diferentes esferas da vida de Marley. Especialmente sobre as mudanças na sua situação no trabalho, no relacionamento com amigos e família e, principalmente, na sua própria personalidade. Curioso é perceber que o roteiro escrito por Gren Wells não aborda aqueles estágios que se seguem à descoberta de algo trágico. O que vemos é uma mulher serena, tranquila com seu diagnóstico e com as suas possibilidades de tratamento e cuja força surpreende a todos. Porque, na realidade, o que ficamos esperando, no decorrer de “Pronta para Amar” é o momento em que Marley irá desmoronar, e isso nunca irá acontecer.

Talvez, isso não ocorre porque o foco dessa história não é esse. O filme não está interessado nesses momentos mais dramáticos (apesar de eles existirem em “Pronta para Amar”, especialmente em algumas cenas feitas com o propósito de manipular as emoções do público). O enfoque da jornada de Marley é retratar uma mulher que, após entrar em contato com uma força superior, passa a enfrentar seus medos, de forma a ficar em paz consigo mesma, alcançando momentos de pura alegria naquele que é o instante mais difícil de sua vida.

E essa mensagem encontra seu ápice por meio do relacionamento que é estabelecido entre Marley e o Dr. Julian Goldstein (Gael García Bernal). Com a dádiva final de se permitir, finalmente, amar e ser amada, a sensação que dá é a de que a missão de Marley, na terra, foi cumprida e que ela está pronta pro que vier pela frente. Neste sentido, é importante também prestar atenção às nuances do roteiro de “Pronta para Amar”, que tem uma mensagem otimista, positiva e de esperança, sem fazer concessões para isso, o que chega a ser maravilhoso. A obra nos lembra que a vida é curta e que a gente não deve perder tempo com coisas pequenas. Devemos brigar para sermos felizes, mesmo que, de vez em quando, a vida dê uma grande rasteira na gente.

Cotação: 7,0

Pronta para Amar (A Little Bit of Heaven, 2011)
Direção: Nicole Kassell
Roteiro: Gren Wells
Elenco: Kate Hudson, Peter Dinklage, Lucy Punch, Gael García Bernal, Kathy Bates, Whoopi Goldberg, Rosemarie DeWitt, Treat Williams, Alan Dale, Romany Malco, Steven Weber



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Comentários


Até hoje não aceito Kate Hudson ter perdido o oscar de coadjuvante para Marcia Gay Harden.Em “Quase Famosos” ela é a coadjuvante perfeita.Bjs.

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Mas a Gay Harden também estava excelente em Pollock… aliás, ô ano difícil na categoria! Dench, McDormand e Walters também estavam maravilhosas em seus papéis!

E adoro a cara de surpresa da Marcia naquele prêmio… não custa nada lembrar que antes do Oscar ela não havia sido lembrada em nenhuma grande premiação!

Daria um empate entre as duas, pronto.

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Elencão em Ka! Até o Peter Dinklage, que não tinha muito reconhecimento, virou estrela de primeiro time graças a “Game of Thrones”!

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Paulo, pois eu aceito. A Marcia Gay Harden estava EXCELENTE em “Pollock” e foi um prêmio merecido. Beijos!

Pedro, exatamente. Aquele ano era excelente para as indicadas da categoria. Só ótimas performances. Eu também adoro a reação da Marcia à sua vitória. Uma das vitórias mais memoráveis, pra mim, em termos de Oscar.

Esse elenco é excelente mesmo! Pena que o filme, às vezes, está aquém do talento deles.

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Com certeza, uma das vitórias mais memoráveis. A surpresa dela e o Ed Harris (meu ídolo) felicíssimo por ela… aliás, taí uma ator injustiçado pela Academia. Me fez chorar muito em As Horas.

A categoria vinha de TRÊS anos de vencedoras questionáveis… quase tenho ataque quando lembro que a Kim roubou o prêmio da Julianne/Cusack/Stuart (qualquer uma das três merecia), a Judi Dench roubou da Lynn Redgrave e a Angelina roubou da Keener/Collette! Aí parece que se redimiu em 2000.

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a história é interessante, imaginava apenas uma simples comédia romântica, dessas bobinhas.

vou procurar ver xD

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Assisti semana passada esse filme… é engraçado porque criar expectativas por um filme acabamos sempre por decepcionarmos (pelo menos comigo vem sendo assim), apesar de não ter visto a sinopse do filme antes, minha intenção era de assistir a uma comedia romantica gostozinha com final feliz, e foi ai que me enganaram, rs*, ou melhor, eu me enganei, o filme não deixa de ter uma pegada positiva, porém para aqueles que assim como eu pensam que vão encontrar um belo romance, se enganam, tem sim romance mas também uma bela historia de como lidar com percausos da vida…

gostei desse cantinho seu.
venho acompanhando as dicas e as vezes até me inspirando.

=) beijos.
Carol

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João Linno, olha, fazia tempo que eu não via a Kate Hudson tão bem em um filme! 🙂

Raspante, mas não é uma comédia romântica bobinha! Assista! 🙂

Carol, eu não me enganei porque tinha assistido ao trailer e sabia o que iria me esperar. Mas, o filme tem mesmo essa pegada positiva. Uma mensagem de esperança e de resiliência. Obrigada pelo comentário e venha sempre que quiser. 🙂 Beijos!

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Me parece um filme piegas com conteúdo interessante, não fazia a menor idéia que ele existia.

Li tb sobre Melancolia abaixo, mas acho que o nome significa mais a doença do que o planeta, acho que o nome do planeta foi escolhido justamente pra isso.

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Reinaldo, confira, sim! Beijos!

Cassiano, exatamente. Piegas com conteúdo interessante. Pra você ter uma ideia, ainda nem estreou nos EUA! Gostei de sua interpretação sobre o título de “Melancolia”.

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