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Contra o Tempo

publicado em:5/11/11 1:03 AM por: Kamila Azevedo Cinema

O título original de “Contra o Tempo”, filme dirigido por Duncan Jones, faz referência ao programa desenvolvido pelo Dr. Rutledge (Jeffrey Wright) para o Departamento de Defesa do governo dos EUA. Esse projeto se baseia na técnica do “código-fonte”, que, na realidade, nada mais é do que um programa de computador que leva a pessoa a uma realidade paralela criada neste universo cibernético, em que a pessoa é teletransportada e tem 8 minutos de vida útil naquele cenário. Nesta curta existência no mundo virtual, a presença desta pessoa transportada nele não terá qualquer traço de memória, uma vez que os seres com os quais ela entrará em contato nunca se lembrarão dela, após este momento ser finalizado.

No caso do filme, a “cobaia” deste programa é o Capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal), que está ajudando a Capitão Colleen Goodwin (Vera Farmiga) a solucionar um caso de ataque terrorista na cidade de Chicago. Quando o filme começa, o ataque terrorista a um trem já ocorreu. Por meio do programa, Stevens é teletransportado para os instantes anteriores ao ataque, de forma a tentar desvendar o que ocorreu lá e a identidade do suspeito que colocou a bomba lá para evitar que outros ataques da mesma natureza ocorram na cidade no mesmo dia.

Com o tempo, a plateia irá verificar que, na verdade, a missão de Colter Stevens não é somente investigar o que aconteceu naquele trem. Na medida em que ele volta sempre ao mesmo ponto do tempo e vai se envolvendo com aquelas pessoas, notadamente Christina Warren (Michelle Monaghan), nasce nele o desejo de saber como ele próprio foi parar ali, naquele programa, exercendo aquele tipo de missão, a qual é um tanto diferente da que ele, como um militar que serve nas forças armadas norte-americanas, no Afeganistão, está acostumado a desempenhar.

Um filme como “Contra o Tempo”, que coloca a sua personagem principal vivendo uma mesma situação dezenas de vezes, trabalha num terreno bastante arriscado, uma vez que a trama principal do longa pode dar a impressão, na plateia, de que nunca está decolando. Felizmente, este não é o caso do roteiro escrito por Ben Ripley, o qual fundamentou muito bem a história que desejava contar. Quando você pensa que “Contra o Tempo” é a jornada de Colter Stevens em busca do que ocorreu com ele mesmo, você começa a perceber que, na realidade, este é um filme com uma motivação totalmente diferente e que passa pela necessidade de afirmação dos Estados Unidos como uma potência líder na luta contra o terror.

São camadas como essa que fazem de “Contra um Tempo” um filme tenso na medida certa, com uma construção de clima excelente, tendo como elemento importante, por exemplo, a trilha sonora criada por Chris Bacon e as atuações dos três vértices principais desta história: Jake Gyllenhall, Vera Farmiga e Jeffrey Wright. Na verdade, esta é uma obra muito inteligente e que nos desafia, constantemente, a tentar identificar quais das realidades apresentadas é a verdadeira. Não preste atenção em Colter Stevens. Ele é somente uma ferramenta. O “código-fonte” é que nos oferece todas as respostas, uma vez que é dele o poder de entrar no passado para alterar o futuro – conscientemente e inconscientemente.

Cotação: 8,0

Contra o Tempo (Source Code, 2011)
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Ben Ripley
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Michael Arden, Cas Anvar, Russell Peters, Craig Thomas



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Comentários


qd vi não gostei desse filme, mas merece uma revisada, achei td feito de uma maneira tão frenetica q muitos vezes se perde um pouco a linha narrativa do filme.

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Celo, eu discordo um pouco de você em relação à linha narrativa do filme, mas concordo que o ritmo desse filme é bem frenético.

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Também gostei do filme, como você disse, tenso na medida certa, com uma linha narrativa inteligente que brinca com nossas expectativas.

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Quero muito ver este filme. Duncan Jones conseguiu me surpreender naquele “Lunar” com Sam Rockwell. Acho que a competência do Duncan se mantem neste “Contra o Tempo”.

Beijos e tenha um ótimo fim de semana! 😉

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Tb gostei do filme. Uma grata surpresa. 2011 tem sido um bom ano para as ficções científicas.
Bjs

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Amanda, exatamente.

Mayara, eu ainda não assisti “Lunar”, apesar de todos os elogios conquistados por este filme. Beijos e ótimo final de semana!

Reinaldo, uma grata surpresa mesmo e olha que eu não sou a maior fã de ficção científica, mas tenho que concordar com teu comentário! Beijos!

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Esse filme foi muito bem recebido pela critica e confirma o talento de Duncan Jones(uma futura promessa).Assista “Lunar” Kamila porque é muito bom,uma ficção cientifica inteligente,independente(orçado em 4 milhões de doláres) e que tem muitas referencias a “2001-Uma odisséia no espaço” de Stanley Kubrick.Vou tentar pegar uma sessão amanhã de “Contra o Tempo”,depois que eu voltar do shopping vou passar aqui para ver qual é a “Cena da Semana”,pode dar uma pista rss?Beijos.

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Paulo, tentarei assistir “Lunar”, sim, pode deixar. Todo mundo fala bem demais desse filme. Acredita que eu ainda NÃO sei qual será a Cena da Semana?? rsrsrsrs Beijos!

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Esperava mais de “Contra o Tempo”, principalmente porque adorei o que Duncan Jones fez em “Lunar”. Sinto que, nesse segundo filme dele, Hollywood limitou bastante seu lado autoral….

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Do elenco gosto bastante da Vera, desgostei do Jake que , pelo menos pra mim, caiu bastante desde O Segredo de Brokeback…e acho a Michelle por enquanto apenas muito bonita…

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Esperava um mais do diretor que fez o excelente Lunar. É um bom entretenimento, pseudo-inteligente. Mas como vc disse, é frenético, e vale a pena.

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Matheus, eu não assisti “Lunar”, mas gostei bastante de “Contra o Tempo”. Achei um filme interessante.

Flávio, eu gostei do trio Gyllenhaal, Farmiga e Wright, como mencionei em meu texto.

Andinhu, não achei a obra pseudo-inteligente.

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Achei bem interessante sim, ainda mais que o roteiro nos prende demais. Mas, confesso que esperava mais do filme. Não acho tão perfeito assim como muitos apontam. Nota 7.

abraço!

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