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Cena da Semana*

publicado em:15/01/12 8:36 PM por: Kamila Azevedo Cena da Semana

*Atenção aos spoilers

(Viola Davis em “Histórias Cruzadas” [2011] – dir: Tate Taylor)

Em 2009, quando ganhou o Screen Actors Guild Awards pela performance em “Dúvida”, a atriz Meryl Streep, em seu discurso de agradecimento, falou a seguinte frase: “a talentosíssima Viola Davis – meu Deus, alguém dê um filme a ela!”. Mesmo após uma elogiadíssima atuação em “Dúvida” (alguém não se lembra das lindas palavras que Eva Marie Saint dirigiu para ela durante o Oscar 2009?), Davis continuou relegada aos papeis de coadjuvante. Foi preciso dois anos para que o pedido de Meryl Streep fosse atendido.

“Histórias Cruzadas”, filme dirigido por Tate Taylor, baseado no livro escrito por Kathryn Stockett, fala a respeito de uma aspirante a escritora que, na década de 60, em pleno movimento pelos direitos civis, decide escrever um livro que detalha o ponto de vista das empregadas de origem afro-americana sobre as famílias de “gente branca” para as quais elas trabalhavam. O roteiro vai além ao detalhar também os problemas do preconceito e todas as dificuldades que essas mulheres enfrentavam no decorrer do seu dia a dia.

Neste filme, Viola Davis interpreta Aibileen Clark, que trabalha para a família da personagem feita por Ahna O’Reilly. Apesar da trama principal de “Histórias Cruzadas” ser movida pelo livro escrito por Skeeter Phelan (Emma Stone), é a personagem de Viola Davis quem irá abrir para Skeeter todo o universo no qual a obra dela irá girar. Por isso, a decisão controversa do estúdio de “Histórias Cruzadas” em submeter Davis como Melhor Atriz na temporada de premiações.

Como comprova o desempenho de Viola Davis na atual temporada de premiações (foram cinco indicações conquistadas – as mais importantes para o Globo de Ouro e Screen Actors Guild Awards), a estratégia tem dado muito certo. Na última quinta-feira, durante o 17th Annual Critics Choice Awards, contrariando os prognósticos dos experts, que apontavam que a disputa do Oscar 2012 de Melhor Atriz deveria ficar entre Meryl Streep (por “A Dama de Ferro”) e Michelle Williams (por “Sete Dias com Marilyn”), deu Viola Davis.

Como já havia ocorrido no dia 17 de outubro de 2011, no Elle’s Women in Hollywood Awards, Viola Davis deu outro discurso de arrepiar. “Eu estou tão agradecida. As pessoas dizem que os dois dias mais importantes na vida de uma pessoa são o dia em que você nasce e o que você descobre que você nasceu. E, vocês sabem, cinco horas no ônibus indo para aulas de atuação quando eu tinha 14 anos e vindo de circunstâncias muito difíceis. Eu absolutamente sabia que eu queria ser uma atriz porque eu queria ser alguém. Eu queria sonhar alto e deixar alguma marca. E isso é uma coisa que Aibileen não pode fazer. É uma honra para mim poder prestar homenagem a essas mulheres, daquela época, que não puderam sonhar e que não tiveram a chance de encontrar sua missão. Mas, eu agradeço e celebro a Deus por ter dado vida à minha mãe e avó e agradeço Kathryn Stockett por escrever “The Help”. Eu agradeço a Dreamworks e a Disney e a 1492 Brunson Green. E Tate Taylor por ser o mais incrível líder. Eu estou extremamente honrada de estar na companhia de muitas mulheres, de todos os tamanhos, idades, raças e por ser parte de uma história que é um pedaço tão importante da história norte-americana… Apesar das atrocidades que aconteceram no passado, a amizade e o amor podem nos ajudar a encontrar o caminho. Muito obrigada”.  São palavras poderosas e comoventes, que, com certeza, mostram não só que Viola Davis emociona como atriz, mas que ela também sabe nos emocionar como a linda pessoa que é. Se é verdade aquilo que dizem que um bom discurso de agradecimento faz um vencedor do Oscar, é bom Viola Davis ir se preparando.

Voltando à amizade entre Meryl Streep e Viola Davis: ainda nesta última semana, na segunda-feira, dia 09 de janeiro, quando Viola apresentou-a o prêmio de Melhor Atriz de 2011 durante o jantar de premiação do New York Film Critics Circle, a primeira frase de Meryl foi: “é um testamento para ela, que ela fizesse isso nesse ano, que é o ano dela”. Será? 



Jornalista e Publicitária


Comentários


Curiosidade enorme em relação a esse filme, que me parece ser um grande feito, tanto do elenco quanto do próprio texto, não conhecia o livro, mas irei procurar. É … vamos ver quem leva a melhor 🙂

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Cleber, eu também estou muito curiosa em relação a esse filme. Até comprei o livro pra ler. E vamos ver, sim, quem leva a melhor. 🙂

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Vc postou logo uma das melhores cenas do filme. Aover cenas assim fica quase difícil não torcer pela Viola (mas fico com Streep ate o fim!). Kamila, eu ainda vou começar a ler “The Help”, mas até onde eu sei, o diretor resolveu tirar as cenas mais chocantes e focar apenas nos relacionamentos entre as personagens. O filme é leve, e tem momentos que chega a ser comédia ao invés de drama, mas o elenco dá um show à parte. Não há um atuação irregular de ninguém, todos estão afinadíssimos. Dificilmente outro filme vai levar o SAG de melhor elenco esse ano. Se bem que eles adoram confundir melhor filme com elenco, então já viu, né? Tudo é possível até lá.

Abraços!

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Já que Glenn Close esfriou, que seja Viola Davis então. Adoro ela, a atuação dela em “Dúvida” é de arrepiar, e tenho certeza que em “Histórias Cruzadas” também.

Tô esperando uma certa blogueira traduzir as palavras da Eva Marie Saint pra um leitor…

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Clóvis, queria ter postado a cena do discurso dela, mas não está disponível em nenhum canto do Orkut. Que bom, então, que eu acertei na minha escolha. 🙂 Eu estou bem ansiosa para poder conferir “The Help”. Espero que o filme não demore muito para estrear no Brasil. Torço também por Meryl Streep! Abraços!

Pedro, eu torço por Meryl Streep, mas gosto muito da Viola. Não ficaria triste se ela vencesse. Eu vou traduzir as palavras da Eva Marie Saint pra você. Só preciso de tempo! rsrsrsrs Não me esqueci disso!

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A Viola Davis é a melhor coisa do filme, sem dúvida alguma!!!

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Amanda, eu também estou bastante curiosa para conferir “The Help”. Torço para que a estreia do filme não demore tanto assim por aqui.

Bruno, estou ansiosa por essa obra.

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Kamila quinta eu vi “Histórias Cruzadas”(de que forma só vc sabe rss) e a Viola Davis está um arraso.Muito bem em cena e juntamente com Octavia Spencer,Jessica Chastain(tão loira,mas tão loira que não a reconheci de inicio,mas ótima em cena como sempre) e um nome que esta sendo pouco citado,mas que está muito bem:Bryce Dallas Howard.Acho que Viola Davis vai ter que esperar porque o que eu ando lendo em sites,blogs,criticas é que Meryl Streep tem a melhor atuação da carreira em “A Dama de Ferro”.Se tratando de Streep eu imagino uma atuação magnifica.Beijos.

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Paulo, eu estou ansiosa para assistir a este filme. Acho a Bryce Dallas Howard uma atriz muito talentosa. Uma pena que, depois de “A Vila”, a carreira dela não decolou como esperado. E você sabe, torço pela Meryl Streep, apesar de gostar da Viola e achá-la uma ótima atriz. Beijos!

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Paulo, vi o filme esses dias e me espanta também o esquecimento à Bryce (aliás, fazem isso desde “A Vila”, onde esteve muito bem).

A real protagonista (Emma Stone) é a mais fraquinha do elenco principal…

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É essa a pergunta: será? Não sei, sinceramente. Não acho que a Meryl Streep leve Oscar, porque a academia torce o nariz pra quem já tem 2 estatuetas. Foram pouquíssimos os atores que conquistaram mais do que isso – ela merece mais! Enfim, não conferi The Help, espero chegar no cinema, mas pelo trailer e pelos comentários me pareceu uma atuação ótimo, assim como a da Meryl. Vamos ver no que dá e ficar na torcida!

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Júlio, acho ainda que a Acadeimia não dá o terceiro Oscar á Meryl pra não alcançar Kate Hepburn, que eles adoram (e eu também).

Eles querem que a maior de todos os tempos demonstre isso até no número de Oscars. Não é de hoje que cheguei nessa conclusão.

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Sem dúvidas, a melhor atuação feminina de 2011. Viola Davis merece o Oscar, disparadamente. E o filme também. “Histórias Cruzadas” é um triunfo, uma história épica, triste, e ainda possui tons de comédia. É de emocionar. Das outras, já vi a Glenn Close (incrível, mas o filme é ruim), a Tilda e a Rooney Mara. Não vi ainda a Michelle nem a Meryl.

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