logo

Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim

publicado em:1/02/12 12:44 AM por: Kamila Azevedo Cinema

O filme “Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim”, da diretora Julie Gavras (que vem a ser filha do grande diretor Costa-Gavras), retrata um conflito principal que chega a ser bastante interessante. O casal formado por Adam (William Hurt) e Mary (Isabella Rossellini) está casado há 30 anos, seus três filhos (Kate Ashfield, Aidan McArdle e Luke Treadway) estão crescidos e encaminhados na vida e, aparentemente, eles nunca deixaram a rotina invadir o casamento deles, uma vez que eles são muito carinhosos um com o outro e possuem uma vida sexual bem ativa.

Entretanto, apesar do lado sentimental estar indo muito bem, de alguma forma Adam e Mary possuem aquele sentimento que bate, de vez em quando na gente, e que está relacionado àquele senso de plenitude da vida. Ou seja, quando chegam aos sessenta anos, eles entram numa crise pessoal que se reflete no casamento deles. Adam é um arquiteto de sucesso, especializado na construção de aeroportos e ganhou um prêmio em reconhecimento à sua carreira. Mary colocou a vida profissional de lado para criar os três filhos e está começando a sentir os primeiros sinais de que o peso da idade está chegando (isso está bem representado, no filme, pelo fato de que Mary passa por alguns problemas pequenos de saúde e não sente mais o olhar de interesse dos homens pela sua pessoa).

Está claro, no decorrer de “Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim”, que Adam e Mary precisam de um novo desafio na vida. O curioso é que a única saída que eles veem, nessa situação, é se separarem e tentarem recomeçar a vida longe um do outro. Aqui, temos um desenho de uma situação que chega a ser até mesmo bastante atual, uma vez que se tornou bastante comum o fato de casais se separarem após um longo período de casamento, filhos crescidos e netos nascidos. Hoje existe esse sentimento de que nunca é tarde para iniciar uma nova história, que a vida é muito curta e está aí para ser aproveitada e vivida com qualidade.

O grande barato de se assistir “Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim” é poder ver a forma como o roteiro escrito por Olivier Dazat, Julie Gavras e David H. Pickering retrata este recomeço. O filme é muito bem humorado e, especialmente, muito leve na maneira como alterna as novas realidades vividas por duas pessoas que, não faz muito tempo, eram tão próximas uma da outra. O longa ainda reserva surpresas no relato de como essa separação afeta os três filhos de Adam e Mary, especialmente James, o mais velho, mais bem-sucedido e mais centrado deles.

Neste sentido, durante “Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim”, é muito importante ficar de olho nas performances de William Hurt e Isabella Rossellini, que estão perfeitos em captar a essência deste filme: o relato de uma história sobre envelhecer com dignidade, de preferência ao lado da pessoa que a gente mais ama na vida. O longa ainda nos lembra que, nem sempre, no casamento, os dois vértices da relação estarão na mesma sintonia, vão precisar viver experiências independentes um do outro, mas, se existe amor, amizade e respeito, tudo se supera.

Cotação: 7,0

Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim (Late Bloomers, 2011)
Direção: Julie Gavras
Roteiro: Olivier Dazat, Julie Gavras e David H. Pickering
Elenco: William Hurt, Isabella Rossellini, Kate Ashfield, Aidan McArdle, Luke Treadway, Doreen Mantle, Arta Dobroshi, Simon Callow 



Jornalista e Publicitária


Comentários


Eu gostei do filme anterior de Julie Gavras “A Culpa é do Fidel”.Essa trama me parece interessante e gosto de filmes que aborda a crise humana,se Gavras colocou humor no filme é um mérito,pq esse tipo de tema tende a cair para o trágico(casal separado e filhos dividos).Estou assistindo muitos filmes nesse inicio do mês.Daqui a pouco vou ver em DVD “Inquietos” de Gus Van Sant(“Paranoid Prak” é soberbo e “Elefante” é original na narrativa.Expectativas lá em cima).Beijos.

Responder

Engraçado que hoje, no meu momento autoentusiasta (além de cinéfilo, sou seriemaníaco e autoentusiasta) estavam falando do veludo usado nos bancos do Omega e lembrei de Veludo Azul e Isabella Rosseli, acredita? É impressionante como té na maturidade ela é o retrato da mãe dela na mesma idade, a GRANDE Ingrid Bergman.

Responder

Desculpe a falta de revisão do texto, Ka… (deveriam dar a opção de editar!)

Responder

Paulo, esse foi o primeiro filme dela que eu assisti. Ainda não assisti “Inquietos” também. Beijos!

Pedro, ela está excelente nesse filme aqui. E não se preocupe em relação à revisão dos comentários. 🙂

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.