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Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras

publicado em:3/02/12 2:48 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Sherlock Holmes”, filme de 2009, marcou a retomada da carreira de Guy Ritchie, um dos diretores mais promissores da década passada, após a separação dele da cantora Madonna e uma série de longas com resultados extremamente mal sucedidos. Nos dois anos que separam o lançamento deste filme (que obteve uma excelente repercussão na crítica) e o de “Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras”, Ritchie não fez nenhum outra obra, o que denota que ele ainda não se sente seguro o suficiente para se aventurar em outros universos cinematográficos, talvez com medo de decepcionar novamente.

“Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras” mostra, na realidade, que Guy Ritchie não tem o que temer em relação às suas capacidades como diretor, uma vez que ele não só obtém o mesmo excelente resultado técnico do primeiro filme – ajuda, com certeza, o fato de ele ter repetido, quase que por inteiro, boa parte da equipe que havia trabalhado com ele em “Sherlock Holmes” -, como também permite a ele melhorar aspectos que ficaram devendo no primeiro longa, afinal, em “Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras”, finalmente, temos um antagonista à altura da inteligência e da sagacidade do personagem criado pelo escritor inglês Sir Arthur Conan Doyle.

No roteiro escrito por Michele Mulroney e Kieran Mulroney, Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) está investigando aquele que ele considera ser o mais importante caso de sua carreira. A dedicação dele a essa investigação é tanta que as pessoas que estão ao seu redor, notadamente o amigo Dr. Watson (Jude Law, repetindo aqui a ótima quimica vista no primeiro filme com Downey Jr.), começam a questionar até mesmo se ele está em seu estado normal de sanidade. O que está tirando o juízo de Holmes é uma série de mortes e acontecimentos misteriosos que ele acredita estarem relacionados ao Professor James Moriarty (Jared Harris, conhecido pelo seu papel no seriado “Mad Men”, numa ótima atuação).

É importante aqui fazermos um adendo para falar a respeito do personagem James Moriarty. Nos livros escritos por Arthur Conan Doyle é ele quem é o maior inimigo de Sherlock Holmes. Considerado um gênio do crime, Moriarty é um homem muito frio e calculista ao extremo na elaboração de seus planos. A presença dele na trama de “Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras” acrescenta muito ao filme no sentido de que, com um adversário desse nível, os roteiristas tiveram também que fazer com que Sherlock Holmes crescesse e fosse ainda mais atrevido e corajoso no planejamento de como ele iria reagir às diversas armações criadas por Moriarty.

Um dos acertos de “Sherlock Holmes” foi a forma como Guy Ritchie trabalhou com o seu montador na sala de edição, dando uma cara bem diferente às cenas de ação. Em “Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras”, as cenas de ação saem da cidade de Londres e partem para ambientes diversos, o que permite a Guy Ritchie explorar muito bem efeitos de câmera lenta na edição. O problema foi que ele se empolgou tanto com isso que ele repete esse recurso à exaustão, chegando uma hora em que os efeitos nem causam mais aquela reação de impacto na plateia. Mas, isso é um problema quase imperceptível dentro de um filme que tem muitos elementos positivos.

Cotação: 7,5

Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, 2011)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Michele Mulroney e Kieran Mulroney (com base nos livros de Sir Arthur Conan Doyle)
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace, Rachel McAdams, Jared Harris, Stephen Fry, Kelly Reilly, Eddie Marsan, Geraldine James



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Comentários


Curioso com esse segundo filme e como você citou na critica pela atuação de Jared Harris.Bom saber que Jude Law e Robert Downey jr. repetem a boa quimica do primeiro filme e não gosto desse cacoete de Guy Ritchie com a câmera lenta em cenas de ação(na cena de abertura do primeiro filme ele exagera nessas tomadas).Bom final de semana Kamila.Beijos.

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não é melhor. não é pior. é apenas mais do mesmo que já vimos antes, tudo na mesma proporção, divertido, agil, boas cenas e os protagonistas continuam ótimos. um bom filme.

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Não avalio o filme tão positivamente como vc, mas concordo que Ritchie não tem o que temer quanto a sua carreira de diretor.
bjs

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Paulo, o Jared Harris está um vilão excelente nessa continuação. Obrigada! Pra você também! Beijos!

Cleber, eu achei melhor…

Reinaldo, pois é. Tá na hora de ele partir pra outra, já! Beijos!

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Eu não gostei muito da continuação, principalmente o seu início, que achei confusa – além da fotografia estranha e escura que atrapalha a compreensão do enredo. E mais, tem personagens totalmente descartáveis, particulamente os femininos como a cigana Simza e a trambiqueira Irene. Mas quando o filme sai de Londres, ele ganha um novo fôlego, e torna mais interessante ao tirar sarro da amizade “suspeita” entre Holmes e Watson, como na hilária cena do trem.

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Acho o primeiro filme bacaninha, gosto da dupla Downey Jr./Law, mas me incomodo bastante com a traminha boba e com a forma como os mistérios são resolvidos, à lá Scooby-Doo. Mas confesso que, apesar de uma resistência inicial, já estou com uma certa vontade de assistir esse segundo filme. Talvez encare durante essa semana…

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Fabrício, eu concordo que as personagens femininas são bem descartáveis aqui. E também concordo que o filme ganha fôlego quando sai de Londres. A verdade é que a relação entre Holmes e Watson é o grande destaque desse filme.

Wallace, eu gosto do primeiro filme e não sei dizer se a trama dessa continuação, por exemplo, é boba… Assista a essa continuação, sim, e depois diga o que achou.

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Não vi o filme, mas gostaria de saber a sua opinião sobre a estréia de Noomi Rapace em Hollywood.

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Não gostei do primeiro filme, e estou um pouco receoso de ver esse. Acho que vou esperar pra ver em DVD mesmo…

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Elloa, olha, eu não a conhecia. O papel dela não tem muito destaque e ela não compromete o filme.

João Linno, em DVD vai funcionar tão bem quanto se você assistisse a esse filme no cinema.

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