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Protegendo o Inimigo

publicado em:17/04/12 11:35 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Filmes de ação como “Protegendo o Inimigo”, do diretor sueco Daniel Espinosa (em sua estreia no cinema norte-americano), possuem tramas que são apoiadas num forte senso de ambiguidade e desconfiança. A verdade é que, ao se deparar com um jogo de interesses tão forte e um personagem altamente persuasivo como Tobin Frost (Denzel Washington), a verdade é que você não consegue não se colocar na posição do jovem agente da CIA, Matt Weston (Ryan Reynolds), e se sentir como ele, afinal a impressão que temos é a de que Matt está no centro de um tiroteio, com tiros vindos de todos os lados sem quem ele saiba quem quer atingi-lo.

Na medida em que o roteiro escrito por David Guggenheim vai sendo desenvolvido e as peças vão ficando mais claras para a plateia, fica a sensação de que “Protegendo o Inimigo”, um filme que começa de forma interessante com o desenho do relacionamento que nasce entre Matt (um agente de campo esforçado, que está doido para mostrar a sua capacidade para os seus superiores) e Tobin (um criminoso de alta patente, cujo paradeiro e segurança é de vital interesse para a CIA); acaba se transformando em mais uma obra clichê do gênero de ação, especialmente porque a grande reviravolta do filme nos coloca diante de uma situação que é até típica desse estilo de longa: em que o mocinho não sabe mais quem é o bandido e passa a desconfiar de tudo – e todos – que estão à sua volta.

Neste sentido, até podemos fazer um grande trocadilho com o título original desta obra, que faz referência à missão de Matt Weston: transportar Tobin Frost em segurança para uma casa-abrigo, de onde ele será levado até o quartel-general da CIA para sofrer o devido julgamento e pagar pelos crimes que cometeu. A verdade é que não existe lugar seguro para Matt enquanto ele estiver com Tobin. Provavelmente, tendo em vista as muitas coisas que o próprio Matt irá descobrir no decorrer de “Protegendo o Inimigo”, ele nunca irá encontrar esse lugar seguro. O que o filme acaba reforçando mesmo é a necessidade de Matt se firmar e de enfrentar com coragem os diversos obstáculos com os quais ele irá ser confrontado.

Chama a atenção em “Protegendo o Inimigo” o elenco que o diretor Daniel Espinosa conseguiu reunir para seu longa. Ryan Reynolds é muito esforçado e se dá bem aqui como heroi de ação. Sem dúvida, ajudou muito o fato de ele ter ao seu redor atores do porte de Denzel Washington (que é perfeito interpretando personagens de moral ambígua como Tobin Frost), Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Sam Shepard e Robert Patrick. As atuações deles e a direção ágil de Daniel Espinosa fazem com que este filme tenha um ritmo que prende a atenção da plateia. O que incomoda mesmo, no entanto, neste longa, é a necessidade constante que parece ser uma lição obrigatória em filmes recentes desse gênero de que o roteiro tem que ter reviravoltas que surpreendam a plateia. Acredite quando eu digo que NADA em “Protegendo o Inimigo” chega a ser surpreendente – especialmente se você for uma dessas pessoas que é mais familiarizada com as questões principais abordadas no longa.

Cotação: 5,5

Protegendo o Inimigo (Safe House, 2012)
Direção: Daniel Espinosa
Roteiro: David Guggenheim
Elenco: Denzel Washington, Ryan Reynolds, Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Sam Shepard, Rubén Blades, Robert Patrick, Joel Kinnaman, Jenna Dover



A última modificação foi feita em:abril 28th, 2012 as 12:09 am


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Comentários


Concordo sobre os comentário a Denzel Washington,ele se encaixa em papéis de moral ambígua.Você foi enfática em afirmar que o filme não causa nenhuma surpresa.Mesmo assim,vou conferir pelo elenco.Essa premissa não é a cara da parceria “Tony Scott/Denzel Washington”?

Beijos

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Ainda não vi esse filme, mas não sei, algo na sinopse, no título, no cartaz, no trailer não consegue me atrair para vê-lo, mesmo com o bom elenco.

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Em geral, concordo com sua crítica Ka. Mas não vejo “essas reviravoltas obrigatórias” como um demérito do filme. Acho que estão muito bem ajustadas à natureza da trama e a seu desenvolvimento.
Bjs

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Paulo, exatamente. A premissa é a cara da parceria Tony Scott/Denzel Washington. Beijos!

Amanda, eu só fui assistir porque gosto demais de filmes de ação.

Reinaldo, obrigada! Eu vejo como demérito porque essas reviravoltas se tornaram clichês demais. Mas, entendo seu raciocínio. Beijos!

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O filme não me chmou a atenção. Talvez eu veja, mas não chega a ser algum tipo de prioridade…

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Raspante, como eu disse à Amanda, só assisti a este filme por causa da minha afeição por filmes de ação. Se não fosse isso, provavelmente, meu pensamento seria o mesmo que o meu.

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Pós Oscar tá dificil achar bons filmes no cinema(os lançamentos em DVD tem se saido melhor).Essa semana verei “Titanic” e estou cuiroso para ler sua critica a respeito da obra de James Cameron.Quero saber o que vc não gosta no filme.Eu não ia ver Kamila,mas a critica da Isabela Boscov me animou muito.Bjs.

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Paulo, essa época pós-Oscar é sempre chata pro cinema, mas até que filmes legais têm passado. Ainda não assisti “Titanic 3D”. Espero que o filme permaneça em cartaz mais uma semana aqui em Natal oara eu poder assistir. Beijos!

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