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A Perseguição

publicado em:12/05/12 12:55 AM por: Kamila Azevedo Cinema

O tipo de situação que é retratada em um filme como “A Perseguição”, do diretor Joe Carnahan, é uma daquelas situações que você nunca espera viver na sua própria pele. Uma equipe de trabalhadores de uma empresa de petróleo, na volta pra casa, sofre um acidente de avião em pleno Alaska. Com neve por todos os lados, uma tempestade fortíssima e nenhum sinal de terra firme ou de pessoas que possam resgatá-los, a missão deles, no decorrer dos 117 minutos de duração deste longa, é sobreviver – especialmente aos ataques de lobos que parecem ser as únicas criaturas a estarem cercando-os.

Neste sentido, para fazer uma analogia com um longa muito bem-sucedido e lançado recentemente no Brasil, é como se Ottway (Liam Neeson), Diaz (Frank Grillo), Talget (Dermot Mulroney), Hendrick (Dallas Roberts), Flannery (Joe Anderson) e Burke (Nonso Anozie) estivessem na sua própria versão de “Jogos Vorazes”, com uma significante diferença: a realidade deles não é controlada por ninguém e nenhum deles terá a certeza de que qualquer um deles sairá vivo ao final, porque eles estão totalmente impotentes, sem ter nenhuma pessoa a quem recorrer solicitando ajuda – ou seja, o mais importante aqui é o instinto de sobrevivência de cada um deles.

Desta forma, um dos elementos que mais chama a atenção em “A Perseguição” é o controle emocional e a frieza com que Ottway se comporta diante da situação desesperadora na qual ele e seus amigos se encontram. É ele quem irá assumir a liderança do grupo, tentando agir com a calma necessária para evitar o nervosismo que seria comum diante de algo do tipo e indicando os melhores caminhos a seguir para que eles possam ter uma chance de sair de lá ilesos.

Um outro ponto importante da trama deste filme é que o roteiro escrito por Joe Carnahan e Ian Mackenzie Jeffers contextualiza muito bem quem são estes homens ao ponto de a gente se envolver com os personagens. Entretanto, provavelmente, o ponto mais alto de “A Perseguição” é a direção de Joe Carnahan. O diretor imprime muita agilidade à sua trama e transforma o seu filme em uma obra muito agoniante. A sensação é a de que nós somos o sétimo elemento desta equação e que sofremos com e por esses homens.

Cotação: 7,0

A Perseguição (The Grey, 2012)
Direção: Joe Carnahan
Roteiro: Joe Carnahan e Ian Mackenzie Jeffers (com base no conto escrito por Jeffers)
Elenco: Liam Neeson, Frank Grillo, Dermot Mulroney, Dallas Roberts, Joe Anderson, Nonzo Anozie



A última modificação foi feita em:maio 22nd, 2012 as 12:59 am


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Comentários


Liam Neeson encontrou um nicho no mercado de filmes de ação e esta sendo muito bem sucedido.Jamais imaginei que a carreira dele fosse tomar esse rumo,mas ele faz tudo com muita diginidade e é um ator muito respeitado por todos.Ele me parece muito íntegro e correto na profissão,quando sua esposa Natasha Richardson faleceu ele estava filmando “O Preço da Traição” de Atom Egoyan(um filme bacana,só não gosto do final) e ele teve a opção de deixar o projeto.Com muita diginidade ele finalizou(admiro pessoas com esse tipo de carater).Os últimos filmes de ação dele o meu favorito é “O Desconhecido”.Aquela “pontinha” em “72 Horas” de Paul Haggis é ótimo.Vou conferir “A Perseguição”.

Beijos

*Kamila,gosto de compartilhar minhas analises sobre os filmes que vejo com você.Terça feira eu vi “Precisamos Falar Sobre o Kevin”.Depois revi o filme.Hoje cheguei da faculdade e dei uma terceira conferida.Eu tenho muitas interpretações sobre essa obra.Estou fascinado pelo filme da escocesa Lynne Ramsay.No Facebook prosseguimos essa conversa.

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Concordo com sua ótima análise Ka. Pois é, Joe Carnahan é aquele diretor que não “aconteceu”, né? Talento ele tem demais e quando surgiu com “Narc” parecia que ia arrebentar… Filmes como ” A perseguição”, no entanto, serão seus pontos altos…
bjs

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Paulo, eu também nunca imaginei que a carreira do Liam Neeson iria seguir esse caminho, mas a verdade é que ele se reinvidicou como heroi de filmes de ação e traz sempre uma credibilidade enorme aos personagens que interpreta. Ele é um grande ator. Que bom que gostou de “Precisamos Falar Sobre o Kevin”. Se quiser ler a crítica do filme, tem aqui no site. Beijos!

Amanda, pois é. Impressionante e surpreendente.

Reinaldo, obrigada! O Joe Carnahan deveria ter acontecido, pois é um diretor muito consistente. Espero que ele ainda tenha chance de vingar sua carreira. Ele merece. Beijos!

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Kamila, há outros filmes do mesmo gênero já produzidos , “Sobreviventes” é um deles, mas nenhum tão angustiante quanto esse, que a propósito gostei muito.

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Eu gostei do trailer, é um tipo de aventura descartável que geralmente diverte.

Abraço

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Hugo, eu também achei um tipo “aventura descartável” como você falou, legal de assistir, mas aquela velha previsibilidade de sobreviver apenas o principal, para mim, nesse tipo de filme, fica muito forçado.

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Flávio, ainda não assisti “Sobreviventes”, mas, quando vi a trama de “A Perseguição”, fiz a mesma analogia que você em relação a esse filme.

Hugo, discordo que seja uma aventura descartável, porque esse filme toca em pontos que nenhuma aventura descartável tocaria. Abraço!

Patrício, eu discordo de você também! Já que não achei a situação principal que o filme retrata forçada. Pelo contrário: a trama do filme prende a atenção e desenvolve bem os personagens. Isso que me chamou mais a atenção, além do desenvolvimento de temas interessantes que enriquecem a discussão em torno do longa.

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Você até que está certa quanto a questão de prender a atenção, o desenvolvimento dos personagens, isso foi excelente, mas para simulação de um fato que queira se tornar próximo a realidade, que era o que parecia no começo, com o decorrer, ficou um tanto quanto fantasioso. A cena final fechou com “chave de ouro” o lobo esperou o cara se preparar psicologicamente e fisicamente para poder começar “a luta”. Não digo que o filme é ruim, prende a atenção e emociona, mas para mim, ficou nessa pendência da “realidade real”.

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Patrício, já conversei com você sobre isso e acho que a visão de “A Perseguição” foi bastante realista, especialmente porque o filme coloca esses personagens em situações limites, em que eles estão no máximo de seu lado psicológico, brigando pelos seus instintos de sobrevivência.

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Eu vi esse filme no cinema. Não gostei muito, tenho q ser sincero, mas me agrada essa nuance de ação do Liam Neeson. Adoro Busca Implacavel e Desconhecido. E vem Taken 2 ai…hehe
Grande Abraço!

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Celo, eu também gosto muito dessa nunca de ator de filmes de ação do Liam Neeson e gostei muito desse filme. Abraço!

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Eu me surpreendi bastante com o filme, o texto, ou melhor o roteiro é muito bom, gostei da fala do personagem e o final incrivel!!!

ABraço!!!

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Ygor, eu também fui surpreendida positivamente com este filme. Achei a trama bem desenvolvida e o clima de tensão muito bem construído. Abraço!

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